quinta-feira, 28 de julho de 2016

20 Coisas que me fazem sentir grata neste momento


"Há duas formas de viveres a tua vida.
Uma é como se nada fosse um milagre.
A outra, é como se tudo fosse um milagre."
Albert Einstein

Hoje acordei cedo. Ainda mais cedo do que o habitual - eram 5h da manhã. Organizei algumas coisas em casa e, depois sentei-me na varanda, enquanto o céu com tonalidades rosa vivos anunciava o nascer do sol. Enquanto bebia um leite frio com cacau puro, observava todos os pequenos milagres à minha volta. Os primeiros raios de sol, que tornavam brilhantes os telhados e a copa das árvores. O rio que tudo reflectia, tal qual um espelho. O animado chilrear dos pássaros. O homem que atravessava a ponte na sua bicicleta. 

Tudo isto pode parecer corriqueiro, mas se olharmos com «olhos de gratidão», percebemos que todos os momentos bonitos do nosso dia são pequenos milagres

Por esta altura do ano (altura do meu aniversário - que neste caso, foi no Domingo), costumo fazer uma reflexão sobre a minha vida. Mas este ano vou fazer diferente. Em vez de pensar no que corre bem e no que corre mal, quero olhar com os ditos «olhos de gratidão». Quero focar a minha atenção no que tenho de bom. 

Quando aprendemos a olhar para a nossa vida com «olhos de gratidão», valorizamos o que temos, não o que falta. E isto só nos torna mais felizes! A minha vida poderia ser melhor? É certo, mas também poderia ser pior. O importante é sentir-me grata com o que tenho de bom neste momento e com o percurso que fiz para chegar aqui. Tenho sonhos, muitos sonhos. Mas não é somente adiante que me farão feliz. Cada passo que dou no meu dia-a-dia para os alcançar, também vale a pena. 

Olhando para a minha vida, eis 20 coisas que me fazem sentir grata neste momento:
1 - Tenho um blog que transformou a minha vida - para melhor! A escrita nunca foi uma obrigação, mas o facto de sentir um certo «comprometimento» para o manter actualizado, levou-me a fazer imensas pesquisas e a testar uma série de coisas na minha vida. Esta trajectória acabou por me levar ao caminho do autoconhecimento e, a partir daí, ao desenvolvimento pessoal. A minha sede de aprender - já de si grande - parece ter aumentado. A vontade de lutar pelos meus sonhos também. E tudo isso me fez mais feliz do era.

2 - Ter o homem da minha vida ao meu lado. O meu amor, o meu companheiro de aventuras. Ainda hoje me surpreendo com isto do amor. Com tantos milhões de pessoas no mundo, é incrível duas delas gostarem justamente uma da outra.

3 - O milagre da vida, que fez com que tivesse dois filhos maravilhosos. Não tem preço o sorriso que o Lucas me dá assim que acorda. Nem os miminhos da minha filha - o facto de estar sempre a dizer que me ama e a cumplicidade que cresceu entre nós.

4 - Assistir ao nascer do sol da minha varanda. Estar ali sentada, enquanto o resto da casa dorme. Lendo um livro ou contemplando as cores do céu. Estes momentos só meus são uma bênção no meu dia. Bem... aquela varanda é também ela uma benção. Como diz o meu marido, "cada dia mostra-nos um «postal» diferente".

5 - Ter a casa totalmente paga e não ter quaisquer dívidas ao banco. Não foi uma tarefa fácil alcançar este objectivo. Deu luta e levou anos a concretizar. Mas também me mostrou que com persistência e trabalho, podemos alcançar os nossos sonhos.

6 - Ter o peso que sempre desejei (54kg), após anos de magreza a mais. Para mim, não é fácil valorizar a parte física. Sou mais crítica do que desejaria comigo mesma. Pelo que ter começado a valorizar-me, é sinal de que estou a evoluir.

7 - Ser na generalidade saudável. O facto de ter trabalhado anos com pessoas com várias limitações, fez-me também valorizar o que temos como garantido. É uma bênção ter pés que me sustentam, pernas que me levam a todo o lado, braços que me ajudam nas tarefas diárias, olhos para ver o mundo, audição para escutar...

8 - Ter motivação suficiente para (quase todos os dias) fazer alguma coisa pelos meus sonhos. Ou estou a pesquisar ou estou a agir. E quando os resultados chegam, mesmo que sejam pequenas vitórias, fazem-me seguir em frente... com toda a garra possível.

9 - Estar a destralhar a casa e ir vendo a sua transformação. Aos poucos vai-se tornando um lugar mais tranquilo. Um refúgio onde apetece viver.

10 - Ter uma biblioteca recheada de livros que adoro. Que bons momentos que me proporcionam! E tão preciosos os seus ensinamentos.

11 - As fotografias que tenho guardadas em álbuns e no computador. Transportam-me para momentos felizes que já vivemos ou fazem-me sonhar com que há-de vir.

12 - As partes da casa que já tenho renovadas e que dizem muito da nossa família - daquilo que somos e do que desejamos para nós mesmos. Só não renovo o resto já, porque quero deixar o Lucas crescer mais um pouquinho - quero que lhe passe a fase de riscar as paredes... :)

13 - Cada viagem que fiz, porque a felicidade é feita de experiências positivas. Sinto-me grata por ter conhecido a história, paisagens, sabores de outros lugares. Apreciei cada road-trip, dentro e fora do nosso país. E adoro quando faço saídas pontuais, como no Domingo passado, a Sintra.

14 - Provar comidas diferentes e ter uma família que partilha esse gosto. Porque as culturas também se conhecem pela comida. E porque a boa comida também cria experiências felizes.

15 - Os passeios lentos após o jantar. Entramos no carro, colocamos uma música agradável e vamos apreciando cada detalhe bonito da nossa cidade e das terras vizinhas. Quão bonita é a arquitectura, os espaços verdes,  as mil luzinhas da noite que vemos dos locais mais altos... Não sei, mas ficamos mais relaxados e os lugares parecem-nos mais encantadores.

16 - O facto de viver numa cidade linda. É pequena. A vida corre lentamente. Mas há animação no centro, exposições, um centro histórico renovado, interessantes detalhes arquitectónicos, espaços verdes bem tratados e pessoas acolhedoras. Só tenho pena de faltar o mar... temos o rio!

17 - Quando encontro um espacinho de tempo e consigo assistir aos meus programas de TV favoritos. O "House Hunters International" no Travel Channel, o programa de culinária da Filipa Gomes, um bom filme...

18 - A minha banheira, os sais, a espuma, a luz das velas. Tão relaxante! É certo que agora só consigo fazer isto muito cedo e escassas vezes. Mas são tão preciosos estes momentos!

19 - Quando massajamos as costas uns dos outros. A tradição foi o marido que a trouxe. E entranhou-se. Até o Luquinhas gosta destas massagens antes de dormir. Fica muito sossegadinho e supira agradado. Sorri. Sei que está feliz. Todos nós estamos.

20 - A primeira palavra mais comprida do Lucas - ou seja, além de «mamã», «papá», «olá»... - dita agora que tem 1 ano e meio, foi... justamente «obigada»! Agradece se lhe damos alguma coisa, mas também se nos dá uma coisa a nós. Tão, mas tão fofo!

««»» 

Pensar nisto fez-me bem. Pensava não conseguir encontrar 20 motivos para a minha gratidão. Agora percebo que até encontraria mais. O segredo talvez esteja em parar e prestar atenção ao que temos de bom. Valorizar. Apreciar. Agradecer.

E tu? Já pensaste em fazer este exercício? Consegues enumerar 20 coisas pelas quais te sentes grato(a)?

Uma coisa é certa, reconhecer que nos acontecem coisas boas, ajuda-nos a valorizá-las 
e esse reconhecimento faz-nos mais felizes.
Experimenta!
Foto: Mafalda S.
.............................................................
"A Felicidade é o Caminho" também está aqui:

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Pensamento/Lema da semana #303


"Se julga que arrumar se resume a livrar-se do excesso, engana-se. 
Mantenha sempre presente que o verdadeiro objectivo é 
encontrar e manter as coisas que verdadeiramente aprecia, 
expô-las com orgulho na sua casa e ter uma vida plena de alegria."
Marie Kondo

Foto: Bali Villas
.............................................................
"A Felicidade é o Caminho" também está aqui:

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Destralhamento total da casa - Ponto de situação #8

Hoje é dia de ponto de situação. Vou falar mais uma vez sobre o meu «plano para destralhar totalmente a casa». 

Nem acredito que estou na recta final! O volume de coisas que já saiu desta casa!... Faz-me pensar que realmente desperdiçamos muito tempo e dinheiro com objectos inúteis. 

Por outro lado, é realmente motivador ir vendo resultados. Tudo começa a fazer mais sentido cá em casa. Ainda assim, só deverei acabar no final do mês que vem.

Bom, mas vamos ao ponto de situação. 

Número de áreas a destralhar e organizar 
Se já conheces o meu plano, sabes que distribui o destralhamento e organização por áreas muito pequenas. Assim, neste momento, de um total de 210 áreas, faltam-me 4! 

Mas como referi neste post, surgiu um imprevisto. Na altura da elaboração do plano, esqueci-me de considerar a despensa. Deste modo faltam-me efectivamente 4 áreas + 17 = 21 no total. (Se bem que a despensa propriamente dita, já foi destralhada).

Neste momento falta-me concluir a papelada do escritório (é uma tarefa avassaladora, tal é a quantidade de papel), DVD's e fotos. Por outro lado, este foi o local escolhido para reunir as categorias de objectos durante o destralhe, daí ter sido deixado para último. 

Cronograma 
Cada área a destralhar corresponde a 1 dia, e o objectivo a que me propus é de destralhar 4 áreas por semana. Anteriormente, tive o destralhamento bastante adiantado, mas neste momento encontro-me exactamente na data prevista no cronograma. Se um dia quiseres implementar um plano de destralhe como o meu, é muito importante contares com os imprevistos! Se não o tivesse feito, nesta fase estaria atrasada e, garantidamente, isso seria um grande motivo de desânimo

Motivação 
Não sei se é por estar na recta final, mas sinto-me mesmo super-motivada. Para além disso, comprei o novo livro da Marie Kondo, o "Alegria", que me dá motivação extra em cada página. (Prometo que quando acabar de o ler, farei um post sobre o livro).

Como destralhar e organizar as coisas dos outros
Cá em casa vivo definitivamente com não minimalistas. O meu marido assume que é um pouco desarrumado. A minha filha também tem tendência para querer guardar demasiados objectos e deixar coisas espalhadas pela casa. No entanto, talvez por observarem os resultados pós-destralhe, estão a mudar aos poucos. Por exemplo, a Letícia já gosta de organizar as suas gavetas recorrendo a organizadores. E começa ela própria a querer desfazer-se de objectos que não usa. Nas compras chegou a recusar uma colecção de cromos, dizendo à vendedora que não queria acumular coisas que não lhe faziam falta (a sério, fiquei boquiaberta quando ela disse isto). Quanto ao marido, fez um grande destralhe no armazém da sua empresa e no espaço que lhe organizei mantém os objectos nos respectivos lugares. 

Estas foram as estratégias que usei para destralhar e organizar os objectos dos outros:

- comecei por destralhar e organizar as minhas coisas primeiro, para os influenciar positivamente. A diferença no aspecto e na funcionalidade de uma área antes e depois de destralhada pode ser gigantesca. Ao observarem os resultados (por exemplo no meu roupeiro) e ao verificarem que foi relativamente  fácil mantê-lo organizado, conseguiram perceber as vantagens do destralhe. É por exemplo mais fácil encontrar qualquer objecto que se procure;

- de seguida destralhei e organizei grande parte dos objectos da casa. Só depois passei aos objectos que eram exclusivamente de outras pessoas. Deste modo, poderam observar alterações positivas na própria casa, em objectos que também usam no dia-a-dia;

Destralhamento e organização realizados pela minha filha.
O melhor, é que hoje, passadas algumas semanas,
ainda se mantém com este aspecto!
- pedi a um dos familiares para assumir o papel de «apoiante». - No meu caso, fiz este pedido à Letícia (que aceitou na hora, pois viu isto como uma espécie de jogo).

Inicialmente damos a conhecer o nosso plano ao «apoiante» e só depois ele assume o seu papel, que é incentivar-nos a não desistir e a alcançar os nossos objectivos. Como escolhi a minha filha, ela ficou mais envolvida no meu plano e também quis participar. Tem inclusive colaborado em alguns destralhamentos.

- pedi autorização para organizar as coisas deles e garanti que não me livrava de nada sem o seu conhecimento. - Isto significa que só após me ter sido dada carta branca, reuni por categorias os objectos que não me pertenciam. 

- analisámos cada categoria (mais lentamente do que se fosse comigo, mas isso não importa), tendo sido o outro a decidir o destino a dar a cada objecto. -  Tentei não interferir na escolha. Só quando estavam indecisos lhes colocava questões tipo "Em que situações é que pensas usar esta camisa? Achas que vale a pena manter?". Mas foram eles que decidiram o que doar, guardar ou deitar fora. Mesmo que me apetecesse de desfazer de mais coisas, as coisas não são minhas, há que respeitar a decisão dos outros!

- organizar de forma a que faça sentido para eles e não para mim. - Isto significa que dobrei roupas e organizei armários de forma a conseguirem fazê-lo sozinhos, sem dependerem de mim. Por exemplo no caso do meu marido, ele não tem propriamente motivação para dobrar roupa e guardá-la na vertical nas gavetas ou para colocar as suas camisas organizadas por cores.

Camisolas organizadas e dobradas de modo a fazer mais sentido para quem as usa.

No entanto, já lhe faz sentido ter à mão as roupas que usa habitualmente, e ter em lugares menos visíveis as roupas de outra estação. 

Peças da estação actual estão mais acessíveis no roupeiro.
Quando abrimos as portas, é com elas que nos deparamos primeiro. 

Também é mais funcional ter os acessórios todos reunidos em vez de espalhados por vários locais. Ou ter as roupas separadas pelas que usa no trabalho e as que usa fora dele.

Prateleira só com acessórios: gravatas, cintos...

- organizar de forma a perceberem como assim as suas vidas ficam facilitadas. - Por exemplo a minha filha organizou por sua iniciativa a sua maquilhagem, que anteriormente estava espalhada por vários locais. Agora encontra tudo facilmente (ver foto acima)

Eu e ela também organizámos as ferramentas do pai. Antes era difícil encontrar o que quer que seja, fora o aspecto desagradável que tinha. Actualmente, cada objecto tem o seu respectivo lugar e num olhar de relance é fácil localizar tudo. 

O antes e depois das ferramentas.
Caixas com divisórias pequenas e transparentes,
são óptimas para objectos pequenos como pregos, porcas, parafusos...

Objectos da mesma categoria estão próximos, para tudo ter um sentido, uma lógica, e assim ser fácil de memorizar os lugares dos objectos.

Tudo o que pertence à mesma categoria, guarda-se próximo.
Na gaveta de cima encontram-se as toalhas de praia (de todos os elementos da família).
Nesta estão os fatos de banho e outros utensílios de natação.

Em suma, quando queremos influenciar alguém a destralhar e organizar, acho que o nosso exemplo e o respeito pelos outros fazem toda a diferença!

E aos poucos a casa vai-se tornando no nosso refúgio, o lugar perfeito para se viver.

Fotos: Mafalda S.
.............................................................
"A Felicidade é o Caminho" também está aqui:

terça-feira, 19 de julho de 2016

O que me faz feliz a mim

Acordei bem cedo. Abri a janela e uma brisa quente toca o meu rosto. Do lado de fora o céu tem cores quentes e vibrantes, daquelas que antecedem um nascer do sol. E abro o meu livro, porque ler me transforma, me faz ser melhor pessoa e (sem dúvida) mais feliz.

Peguei num livro que tenho há alguns anos, o Como Ser Feliz da Sonja Lyubomisrky e voltei a embrenhar-me nas suas páginas (releio vezes sem conta os meus livros favoritos). Este livro fala de estratégias que, segundo a ciência, aumentam a nossa felicidade. Contudo, algumas resultam mais com umas pessoas, enquanto outras estratégias funcionam melhor com outras. Tudo depende da nossa personalidade e do que aprendemos a gostar ao longo da vida.

Os anos foram passando e desde que tenho aquele livro, já experimentei muita coisa. A verdade é que me sinto mais feliz do era nessa época. Sei que tenho muita coisa a melhorar, mas a parte divertida também passa por aí: naquilo que fazemos para transformar a nossa vida em algo mais positivo.

Por tudo isto resolvi reflectir sobre a minha própria felicidade. O que me faz mais feliz e quais as estratégias a que poderia dar mais atenção. Vejamos então.

Expressar a gratidão
É algo que me sai naturalmente. Especialmente a estas horas, quando o sol nasce. Levanto-me, pego no meu livro e vou para a varanda. Mas, nestes momentos só meus, também falo com Deus e agradeço-lhe pelo que tenho de bom na minha vida. Não sei, mas sinto que a gratidão faz-nos prestar atenção em coisas que temos como garantidas. Lembra-nos o quão bom é tê-las na nossa vida e o quanto elas precisam de ser cuidadas. Lembra-nos também que por pior que seja o momento que estejamos a viver, há sempre algo de bom ao qual nos podemos agarrar.

Não tenho escrito um diário de gratidão. Ainda assim, ao deitar, eu e a minha filha fazemos o «jogo das coisa boas». Ambas dizemos pelo menos 3 coisas boas que aconteceram ao longo do dia. E agradecemos por isso.

Sinto que durante o dia me esqueço um pouco disto. No meio da correria, sinto-me menos grata. Talvez o segredo resida em parar uns segundos e relembrar a mim mesma o que tenho de bom.

Cultivar o optimismo
Há anos eu era o pessimismo em pessoa, mas com o tempo aprendi a ver o mundo com outros olhos. Comecei a ler sobre o assunto (novamente os livros!) e aprendi uma série de estratégias para ser mais optimista. E acredita, têm feito toda a diferença na minha vida! Hoje sinto-me mais calma e vejo o mundo de forma mais abrangente. Se há coisas más, também há o lado bom. E nada dura para sempre... podemos sempre melhorar.

Sinto-me também mais responsável por contribuir para um mundo melhor. Criticar é fácil, mas porque não seguir o caminho mais difícil e agir? As palavras da Madre Teresa, transformaram-se na minha citação favorita: "O que eu faço, é uma gota no meio de um oceano. Mas sem ela, o oceano será menor."

Evitar pensar demasiado ou não ruminar


Tenho um longo caminho a percorrer neste campo. Quando enfrento situações muito complicadas é difícil abstrair-me disso. Fico ali tempos e tempos a pensar no mesmo e nem sempre me concentro na solução.

Mas vêem-me à cabeça as palavras da minha querida e inspiradora tia N.: "A melhor forma de não ficares a remoer os problemas é manter a cabeça ocupada. Nessas alturas tento fazer o máximo de tarefas possíveis. No fim estou tão cansada, que o problema já me parece bem menor e já consigo pensar em como resolvê-lo". A minha tia é verdadeiramente sábia, ela consegue pôr isto em prática com uma naturalidade incrível. E a verdade é que quando experimentei esta estratégia de distracção, resultou lindamente. Algo a repetir, portanto.

Evitar a comparação social
E nesta reflexão apercebo-me que a comparação social não faz parte dos meus hábitos. Fico genuinamente satisfeita quando outras pessoas conseguem alcançar os seus sonhos. Para mim, são uma inspiração!

Comentários como "Aquele teve tudo de mão beijada, já eu tive de me esforçar para conseguir alguma coisa.", definitivamente não encaixam na minha personalidade.

Na verdade concentro-me mais na minha própria evolução. Sinto uma satisfação enorme quando constato que o meu esforço valeu a pena, ou como consegui desenvolver o meu «eu» ao longo dos anos.

Praticar a generosidade
Para mim ser bom faz todo o sentido. Acredito que os males do mundo têm muito que ver com ódios, desamor, inveja, e, sobretudo, falta de crescimento espiritual/pessoal. Tudo seria melhor se as pessoas colocassem em primeiro lugar o amor, a bondade e a sua própria paz interior.

Não costumo fazer alarido dos meus actos de bondade. Mas creio que o último foi esta semana, quando cedi o meu lugar a um idoso. Acredito que ele ficou contente, mas eu fiquei muito mais! É impressionante como ajudar os outros nos faz bem. E nem precisamos de ir longe. Por vezes um gesto, uma palavra junto de quem mais amamos também faz a diferença.

Cuidar das relações
As relações positivas, segundo a ciência, são das coisas que mais podem contribuir para a nossa felicidade.

Analisando bem, tento sempre melhorar e ser boa mãe. Não é tarefa fácil, pois há muitos desafios pelo caminho. E apesar de estar longe de ser perfeita, dou o melhor que consigo pelos meus filhos. Tento criar actividades que fiquem na sua memória e ser um exemplo para eles. Porque tudo o que quero é que cresçam saudáveis e felizes.

O meu marido é a minha metade, o amor da minha vida e o meu companheiro de jornada. Tento dedicar tempo e energia à nossa relação, mas sinto que devo demonstrar mais o meu amor no dia-a-dia (tenho de reler este post, para me inspirar).

Quanto às relações sociais, mudei muito. Há uns anos tinha dezenas de amigos e ainda algumas melhores amigas. Agora as pessoas convidam-me para sair, para conversar e eu... não consigo evitar pensar que deveria estar a fazer outra coisa: "Tenho tantas tarefas e estou aqui sentada só a conversar!". Não sei explicar, talvez queira ter mais tempo para mim própria e para os meus (e o tempo já é tão escasso!), que tenha colocado as relações sociais em segundo plano. O que vai subsistindo são os telefonemas e as mensagens, mas só para aquelas que são as minhas melhores amigas.

Desenvolver estratégias para lidar com as situações negativas

Num primeiro momento, confesso que rumino bastante sobre o assunto. Não é o certo. Não é o caminho para a felicidade.


Mas ao mesmo tempo, nunca baixo os braços. Após acalmar (e tenho é de aprender a acalmar!), vou sempre procurar soluções. Pesquiso, informo-me, procuro apoio... e o que era tão negro, transforma-se em luz ao fundo do túnel. Às vezes a solução surge do conselho de alguém, das palavras de um livro, ou algures na internet. Mas o importante mesmo, é procurar soluções e agir!


Aprender a perdoar
Na minha caminhada pela vida tive algumas desilusões. O que mais me magoou foi o facto de não estar mesmo nada à espera e de tudo partir de pessoas em quem confiava.

Mas cresci. Aprendi que as pessoas não são perfeitas, erram e magoam os outros. Há pessoas que nem sequer são capazes de admitir os seus próprios erros e pedir perdão.

Ainda assim, libertei-me da ira ou dos ressentimentos. Não vou esquecer, nem sequer voltar a confiar, mas também não quis ficar eternamente com esta pedra no sapato. Perdoei, talvez até mais por mim própria. Essa era a melhor forma de seguir em frente. Sem medos, sem amarguras.

Praticar mais actividades que realmente me atraiam
Tão bom termos tempo só para nós. Estes momentos são-me preciosos. Mesmo sendo escassos (apenas alguns minutos diários), tornam tão melhor o meu dia.

Nestas alturas costumo embrenhar-me em actividades que me apaixonam, relacionadas com o meu propósito de vidaPosso estar sentada a ler, a escrever no blog, a tirar fotografias, ou até a realizar tarefas para concretizar algum sonho... tudo isto me faz tão bem!

O segredo é incluir estas experiências de fluxo no nosso dia-a-dia. Mesmo que tenhamos muitas obrigações a cumprir, estas dão um sabor único à nossa vida. O sabor da felicidade.

Saborear as alegrias da vida

Mais uma coisa que me sai com uma naturalidade tremenda. Prestar atenção na beleza das pequenas coisas, deleitar-me com os pequenos prazeres do dia-a-dia, saborear os milagres que acontecem à minha volta. É das coisas que mais felicidade me traz.

Assistir ao nascer do sol, ler um bom livro, ver uma borboleta a saltitar nas minhas plantas, escutar as gargalhadas dos meus filhos, sentir o cheiro a mar... há tanta coisa aparentemente simples, que nos pode fazer feliz!



Comprometer-me com os meus objectivos 
Divirto-me imenso tentando alcançar os meus objectivos. Costumo traçar um plano e estabelecer tarefas para o meu dia-a-dia. Planear, planear... E depois agir.

Tudo isto me dá imenso prazer. E a partir do momento que atingi o meu primeiro objectivo, percebi que tinha motivação e capacidade para alcançar grande parte dos meus sonhos. E vou à luta!

Há pessoas que se iludem. Pensam que só serão felizes quando concretizarem determinado sonho. Mas a verdade, é que a vida tem outro sabor se apreciarem a jornada até lá chegar.

Também há quem pense que alguns são sortudos e por isso alcançam os seus objectivos. Mas sonhar sem planear e sem agir, pode fazer com que um sonho nunca se torne realidade. Não acredito só na sorte, acredito no trabalho. E lutar por objectivos importantes que estejam em consonância com o nosso propósito de vida, pode trazer-nos sem dúvida dias mas felizes.

Praticar a religião e a espiritualidade
Não creio propriamente em religiões, mas em Deus. Acredito que há um Ser superior que quer que sejamos bons, quer que os nossos valores assentem no amor ao próximo, no respeito por todas as criaturas. Acredito num Ser que também nos ama, que deseja que sejamos felizes.

Quando me sinto em baixo, falo com Deus, ou leio qualquer coisa mais espiritual e parece surgir uma luz ao fundo do túnel. Mas a minha espiritualidade não assenta tanto neste ponto. Sou mais de agradecer a Deus pelo que tenho de bom, pelas coisas boas que me rodeiam.

Há quem vá à igreja, mas a sua espiritualidade é oca. Repetem orações vezes sem conta, sem lhe atribuir significado. O espiritual vai além disso. É acreditar em algo mais profundo, é ter como filosofia de vida a bondade e o amor e ter fé de que no fim, tudo ficará melhor.


Cuidar do meu corpo
Neste momento, sinto que não tenho tempo para cuidar do meu corpo como deveria. No meu dia ideal praticaria meditação, faria yoga, alimentar-me-ia de forma saudável e teria mais cuidados de beleza. (Nota: rir e sorrir, também estão incluídos nos cuidados com o corpo!).

Não faço o desejável, mas sempre que posso pratico estas atividades. E a verdade é que me sinto tão melhor quando o faço...

É uma situação a melhorar. Mas para mim a vida é mesmo isso, uma melhoria contínua, um aprimorar dos nossos hábitos. Por isso, tenho fé que aos poucos irei respeitar e cuidar mais do meu corpo.

««»»

É esta a etapa em que me encontro actualmente. Dei uns passos pelo caminho da felicidade e ainda tenho muito a trilhar.

E tu, já pensaste no que te faz feliz a ti? Onde podes investir a tua energia, para teres uma vida melhor?

Sugiro-te o seguinte:
- faz este teste para saberes quais as actividades que têm mais probabilidade de te fazer feliz;
- lê este texto se quiseres ser mais feliz, mas não souberes por onde começar.

Fotos: Mafalda S.
.............................................................
"A Felicidade é o Caminho" também está aqui:

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Pensamento/Lema da semana #302


"Se o mal é contagioso, o bem também é. 
Deixemo-nos contagiar pelo bem!"
Papa Francisco

Foto: Kevin Conor Keller
.............................................................
"A Felicidade é o Caminho" também está aqui:

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Pensamento/Lema da semana #301


"(…) se eu fizer aquilo que preciso para a minha felicidade, 
as minhas filhas vão colher os benefícios. 
A primeira razão pela qual isto é verdade
reside simplesmente no facto de as crianças imitarem os pais (…) 
caso demonstremos sinais de felicidade - e todas as capacidades que lhe são inerentes -, 
é muito provável que os nossos filhos imitem o que fazemos. 
Se eu demonstrar hábitos-chave de felicidade, como a bondade e a generosidade, por exemplo, 
é mais provável que as minhas filhas se tornem boas e generosas". 
Dr.ª Christine Carter

Foto: Sean
.............................................................
"A Felicidade é o Caminho" também está aqui:

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Como a procrastinação afecta a felicidade (e como vencê-la)


"Um método perfeito para adicionares drama à tua vida 
 é esperares até que ao prazo final chegue." 
Alyce P. Cornyn-Selby 

Todos nós procrastinamos de vez em quando. Uns mais que outros, é certo, mas infelizmente este é um hábito bastante comum. Tão comum, que por vezes nem temos consciência das consequências que a procrastinação pode trazer à nossa vida. Sim… inclusive à nossa felicidade. 

O que é isto da procrastinação? 
A palavra procrastinação deriva do latim – de «pro» que significa «para» e de «cras» que quer dizer «amanhã». Literalmente significa que deixamos algo para fazer ou decidir, no futuro, apesar de termos consciência de que o deveríamos fazer agora. 

Os especialistas classificam-na em 2 tipos: decisional (trata-se de adiar a tomada de decisões) e de evitamento (ou seja, adiar fazer coisas). 

Para além disso, a procrastinação pode estender-se a várias áreas da nossa vida: à educação, à carreira, à saúde, etc. Eis alguns exemplos: temos um trabalho para entregar, mas deixamos para a última hora; queremos deixar de fumar, mas não nos decidimos a fazê-lo; escrevemos várias resoluções de Ano Novo, mas em Março já desistimos de todas; queremos pagar um empréstimo, mas não implementamos um plano para o conseguir… 

Claro que estas situações não abonam a favor da nossa felicidade!

Mas antes de mais, para podermos vencer a procrastinação é importante conhecer as suas causas.

Quais as causas da procrastinação? Porque o fazemos? 


A procrastinação pode ser causada tanto pela situação em que nos encontramos, como por factores internos que dependem só de nós. Uma vez que se trata de um hábito, não o conseguirás mudar da noite para o dia. Contudo, se descobrires a(s) causa(s) exacta(s) da tua procrastinação, é mais fácil agires e superá-la. 

As principais causas da procrastinação são

1. Dificuldades de gestão de tempo – Prazos irrealistas, dificuldades em planear e priorizar, tarefas excessivas, a crença de que o tempo está contra nós… Tudo isto nos pode dar uma sensação de assoberbamento, a ponto de não sabermos por onde começar. 

2. Problemas relacionados com os objectivos – Excesso de objectivos, ou o oposto (em que as metas nem sequer são definidas). Objectivos pouco claros, ou aqueles a longo prazo para os quais não definimos tarefas a executar no dia-a-dia. Estas dificuldades fazem com que andemos um pouco sem rumo - numa eterna correria, mas sem chegar a lado nenhum. 

3. Desorganização – Esta afecta a nossa capacidade de concentração. Quando há excesso de objectos, ou de actividades, fica mais difícil manter o foco naquilo que realmente importa. 

4. Distracções – Estas são das maiores causas da procrastinação. Queremos começar uma tarefa, mas lá vem alguém pedir-nos alguma coisa, ou então é o telefone que toca, ou a chegada de um novo e-mail… É importante reduzires ao máximo (dentro do possível) as tuas fontes de distracção. 

5. Complexidade da tarefa que temos em mãos – Às vezes o que temos para fazer é tão complicado que nos parece quase impossível concluir a tarefa. Claro que o importante é manter a calma, procurar o máximo de informação sobre o assunto e dividir a tarefa em outras menores (bem mais fáceis de gerir). 

6. Falta de interesse na tarefa – Por vezes adiamos eternamente aquelas tarefas chatinhas, mas infelizmente necessárias. Faz parte da natureza humana fugir do desprazer e procurar o que nos satisfaz. O ideal é recorrer à imaginação, pois até na tarefa mais chata podemos encontrar prazer (ex. tentar bater um recorde para a concluir, definir uma actividade mais prazerosa após a sua conclusão, etc.).

7. Desmotivação – Mesmo que queiramos atingir um objectivo, pode faltar-nos simplesmente vontade para agir. Por vezes até começamos com muito entusiasmo, mas este desvanece-se com o tempo e começamos a procrastinar. (Este post sobre motivação pode ajudar).

8. Falta de ferramentas para o trabalho que estamos a realizar – Esta é uma desculpa popular, usada pelos procrastinadores. Nem sempre as condições de trabalho são as ideais, mas podemos sempre ser criativos ou fazer com que a primeira tarefa seja adquirir a ferramenta em falta. (Claro que há casos e casos. Por vezes, a ausência de ferramentas pode mesmo impedir o trabalho, por mais imaginação que tenhamos).

9. Impulsividade – As pessoas impulsivas não conseguem lidar com os objectivos de forma eficaz. Começam algo com muita garra para desistir pouco depois. Ou então saltam de tarefa em tarefa (porque sempre surge algo mais interessante ou urgente) deixando tudo inacabado.

10. Baixa auto-confiança – Neste caso não temos confiança nas nossas capacidades para atingir os objectivos. Acabamos por não agir com medo de falhar, do que poderão pensar de nós, ou pelas consequências que o sucesso acarreta. Na origem da baixa auto-confiança (não acreditar nas nossas competências), está frequentemente uma baixa auto-estima (quando não nos apreciamos a nós mesmos). Se quiseres melhorar a tua auto-estima lê este post.

11. Medo de falhar – Por vezes o medo de falhar é tanto, que nos impede simplesmente de «tentar». Este medo de experimentar resultados desagradáveis, pode ter na sua origem experiências falhadas no passado e um receio de parecermos idiotas no presente. O ideal seria usar o passado como lição, em vez de um impedimento para agir. 

12. Medo do sucesso – Este medo é grande parte das vezes, inconsciente. A verdade é que temos receio de sair da nossa zona de conforto, de não saber lidar com as consequências do sucesso. 

13. Incapacidade para tomar decisões – Por vezes a pessoa não sabe exactamente o que fazer, por falta de formação. Outras vezes até sabe identificar claramente o problema, mas fica ansiosa por as atenções recairem sobre si. Deixa até de raciocinar e tenta passar as responsabilidades para outra(s) pessoa(s). 

14. Falta de competências e o não querer aprender – Ninguém nasce ensinado e, com alguma frequência há pessoas não realizam algumas tarefas porque simplesmente não sabem como. Um primeiro grupo não consegue realmente executar a tarefa. Outros fingem saber tudo, pelo que não procuram sequer aprender. Optam por dar desculpa atrás de desculpa e não concluem nada (culpando até os outros pelo seu fracasso). Ainda outros fingem desconhecimento para evitar que os chamem para essas actividades. Por último existem aqueles que realmente não sabem, mas que têm um enorme potencial e vontade de aprender. Neste caso, têm uma etapa extra: primeiro aprender e então fazer. 

15. Ansiedade – Em certas ocasiões, quando um prazo limite se aproxima, procrastinamos ainda mais. Isto acontece porque ficamos ansiosos e essa ansiedade agrava a procrastinação. Apesar de termos consciência da urgência da tarefa, fazemos mil e uma coisas menos o que realmente importa (subitamente temos de limpar a secretária, ou temos de ir fazer um telefonema…). 

16. Perfeccionismo – Não há nada de errado em querer fazer o melhor. O problema é quando colocamos as expectativas tão altas que acabamos por não concluir as tarefas ou perdemos demasiado tempo em pormenores. Querer a perfeição acaba por deixar a pessoa ansiosa - pois na vida haverão sempre contratempos e até erros. Se em algumas actividades o perfeccionismo é essencial (por ex. em desportos de alta competição, em executantes de música clássica, etc.), na maioria dos casos leva a atrasos desnecessários.

17. Hereditariedade – Pois é, 46% da procrastinação é herdada através dos nossos genes (foi descoberto através de estudos com gémeos). Mas pensa positivo, grande parte da decisão de procrastinar ou não, está nas tuas mãos! 

18. Stress excessivo – As situações stressantes que vivemos são também um impeditivo para agirmos. Queremos fazer alguma coisa, mas quando damos por nós lá estamos a ruminar nos problemas, ou então a correr de um lado para o outro sem terminar nada. 

19. Problemas de saúde mental – A depressão, a tristeza, a ansiedade, os problemas de dependência, a existência de relações tensas e as emoções negativas em geral, tendem a paralisar-nos, impedindo-nos de fazer o que realmente precisamos. 

20. Preguiça e falta de disciplina – Por vezes perdemos tempo precioso! Ficamos a olhar para o ar, ou então a navegar na net, simplesmente com preguiça de agir. Por outro lado, quando não implementamos um plano de acção (definindo o que fazer e quando) temos tendência para procrastinar e essa falta de disciplina leva-nos a falhar. 

21. Níveis baixos de energia/cansaço – O excesso de tarefas, más noites de sono, uma má alimentação e a falta de exercício físico são factores que diminuem os nossos níveis de energia. E se nos sentimos muito cansados fica realmente difícil não procrastinar. 

Agora que falei nas causas da procrastinação, conseguiste reconhecer alguma razão para o fazeres? Identifica o que te está a afectar. Só assim poderás agir sobre o problema e melhorar a situação. 

O que a procrastinação pode trazer à nossa vida? Quais as possíveis consequências de procrastinar? 


Num estudo realizado em 1984 com estudantes da Universidade de Vermont, nos EUA, analisaram-se os resultados escolares dos alunos, consoante o seu grau de procrastinação. E a verdade é que havia uma variação de notas naqueles que entregaram o trabalho no último dia. Quem entregou na primeira hora tinha melhor nota, e por cada hora que passava, os alunos iam tendo piores resultados. Aqueles que entregaram os trabalhos no último minuto tiveram mesmo as piores avaliações. Este padrão era tão claro, que se concluiu que quanto pior a procrastinação, ou seja, quando se espera até ao último minuto para agir, piores os resultados

Mas é óbvio que a procrastinação não afecta só os resultados. Eis outras possíveis consequências de procrastinar

1. É uma das maiores fontes de stress – Investigadores descobriram que grande parte do stress é causado por se deixar muitas coisas por fazer. Os procrastinadores, da forma como gerem as suas tarefas, acabam por criar imenso stress na sua vida - que se manifesta em fadiga constante. 

2. Quanto mais procrastinamos, maior a ansiedade – E a verdade é que esta afecta tanto a saúde, como os relacionamentos. Ao nível da saúde, diminui as defesas do sistema imunitário, pelo que ficamos mais propensos a ficar doentes. Ao longo do tempo pode levar à depressão e/ou a outros problemas de saúde mental. Como afecta a nossa capacidade de concentração, corremos um maior risco de acidentes. Por último, a ansiedade afecta o nosso comportamento, pelo que poderá ter um impacto negativo no nosso relacionamento com os outros. 

3. A procrastinação cria uma série de emoções negativas – Os procrastinadores até podem começar um projecto com esperança. Entretanto não avançam ou não começam a tempo e horas e começam a sentir ansiedade, depois culpa, auto-crítica e, por último, arrependimento. E quando não mudam a sua forma de estar na vida, por cada projecto em que se envolvem, começa novo ciclo de emoções negativas. 

4. Pode causar danos nas nossas relações sociais e afectivas – Como já vimos a procrastinação pode fazer com que nos sintamos ansiosos e, em virtude disso, agimos de forma brusca com os outros (mesmo que não seja essa a nossa intenção). Como os procrastinadores por vezes recorrem a mentiras para se desculparem pelos seus atrasos, quando são descobertos, ficam com má reputação - os outros deixam de confiar neles. Por outro lado, a má gestão de tempo e os projectos inacabados, retiram-lhes tempo precioso que poderiam passar com quem mais importa. Tudo isto afecta as suas relações!

5. Pode afectar várias áreas na nossa vida – Por vezes repetimos o mesmo comportamento de adiar tarefas em casa, no trabalho, com os amigos, etc. Eis alguns exemplos: 

Na escola – como se constatou no estudo acima, procrastinar, pode ter consequências negativas nas notas;
* No trabalho – pode afectar a evolução de carreira; 
* Em casa – pode fazer com que a nossa casa se transforme numa verdadeira confusão, ao invés de um refúgio para o stress do dia-a-dia; 
* Na saúde – pode trazer consequências graves ao nosso bem-estar; 
* Nas finanças pessoais – podemos acabar num imbróglio de dívidas, ou, numa forma menos grave, gastar mais do que devíamos apenas por falta de controle. De realçar que nesta área, principalmente quando contraímos dívidas podemos afectar outras pessoas: os nossos parceiros, os filhos, outros familiares… 
Etc. 

6. Não alcançamos o que de melhor a vida nos poderia dar – A procrastinação afecta o nosso desenvolvimento pessoal, dificulta o alcance dos nossos sonhos, traz problemas à nossa vida. Em suma, não nos dá o melhor, que de outra forma a vida nos poderia dar. 

Como a procrastinação afecta a felicidade?


Diversos estudos comprovaram que procrastinar reduz a sensação de felicidade das pessoas. 

O Procrastination Research Group da Universidade de Carleton (Ottawa, Canadá) realizou uma pesquisa sobre procrastinação, com mais de 10.000 pessoas. Deste grupo, 94% relataram que a procrastinação tinha efeitos negativos sobre a sua felicidade. 

Também de acordo com o site Procrastination and Science (site sobre investigação da procrastinação, da Universidade de Calgary, no Canadá), nas suas pesquisas descobriram que quase 70% dos procrastinadores eram menos felizes do que uma pessoas média. 

Em conclusão, há uma grande probabilidade da procrastinação te fazer menos feliz! 

Que fazer para vencer a procrastinação? 


A procrastinação é um hábito, que pode ser trabalhado e melhorado (mesmo!). Pesquisas nesta área descobriram que a baixa utilização do córtex pré-frontal do cérebro, resultam em desorganização, dificuldade de concentração e aumento da procrastinação. Isto acontece porque hoje em dias estamos sujeitos a imensas distracções (o telefone toca, alguém nos pede alguma coisa, andamos a saltar de site em site na Internet...) ou porque estamos quase que permanentemente a fazer várias tarefas em simultâneo, o «famoso» multitasking. Por isso, quanto mais trabalharmos o nosso foco e atenção, mais desenvolvida ficará essa área cerebral, ou seja, deixar de procrastinar poderá tornar-se um hábito. 

Assim, com base na ciência, eis o que podemos fazer para vencer a procrastinação

1. Treina o teu cérebro para manteres o foco/concentração – Estas capacidades ajudam a que deixes de procrastinar, tornando esse comportamento um hábito. Para saberes como fazê-lo, lê este post sobre o assunto. 

2. Age sobre as causas específicas da tua procrastinação – Isto significa procurar o máximo de informação (e se necessário ajuda de outras pessoas) para ultrapassar os problemas que te levam a procrastinar. Tens dificuldade em gerir o teu tempo? Que tal te informares sobre técnicas de gestão de tempo? És desorganizado(a)? Que tal destralhares os excessos e aprenderes a organizar o que é realmente útil? Sentes falta de confiança em ti mesmo? Porque não começas a analisar e valorizar os teus sucessos até ao dia de hoje? Ou então a trabalhar a tua auto-estima. Concluindo, o que importa é procurares a solução para o teu caso. 

3. Implementa estratégias na tua vida, para evitares a procrastinação – Segundo a investigação, este é o método mais eficaz para vencer a procrastinação. Para saberes como fazê-lo, lê este post, com estratégias para deixares de procrastinar.  

4. Adquire uma «mentalidade de crescimento» - Este é um conceito pesquisado e apresentado pela Dr.ª Carol Dweck, professora de psicologia na Universidade de Stanford, nos EUA. Segundo esta teoria, a atitude mental com que abordamos a vida influencia decisivamente o nosso êxito pessoal e profissional. Assim, quem adquire uma «mentalidade de crescimento» acredita que as suas habilidades podem ser desenvolvidas através de dedicação, estudo e trabalho. Ler, procurar informação/formação sobre os temas que ajudam ao nosso desenvolvimento e tentar aplicar o que aprendemos na prática, é essencial para alcançar realizações na vida. Esta forma de estar favorece a paixão pela aprendizagem, a resiliência e… ajuda a vencer a procrastinação! 

5. Pratica mindfulness – Esta prática de meditação, ajuda-nos a treinar o cérebro a concentrar-se numa só actividade, a criar um certo distanciamento entre os estímulos que recebemos e as nossas reacções (pois tentamos observar, sem emitir julgamentos). Com o tempo consegue-se aumentar a capacidade de concentração e a deter um maior controle sobre as emoções. Tudo isso nos ajuda a concentrar numa tarefa, ao invés de adiá-la. Para saberes como praticar mindfulness segue as instruções deste post. Existe aliás uma terapia (na área psicologia) que pode ajudar a vencer a procrastinação, baseada justamente no mindfulness. Trata-se da Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) cujos objectivos são levar a pessoa a aceitar o que está fora de seu controle pessoal, e a comprometer-se à acção que melhora e enriqueça a sua vida. Esta terapia mostrou ter resultados muito positivos na diminuição do adiamento de tarefas.

Quais os benefícios de não procrastinar? 



















O que também te pode ajudar a deixar de procrastinar, é teres consciência do que essa alteração pode trazer de bom à tua vida. 

Estes são os benefícios de não procrastinar:

1. Redução de stress, ansiedade e de emoções negativas associadas à procrastinação; 
2. Perda do sentimento de culpa devido a tarefas por fazer ou inacabadas; 
3. Redução da visão de túnel, que nos paralisa e faz com que fiquemos concentrados num único ponto de vista: o quanto estamos assoberbados, o tempo que não temos e como não somos capazes. Quando deixamos de procrastinar, tendemos a perceber que existem outros pontos de vistas, outras soluções. Deixamos de ficar paralisados em auto-críticas e temos mais vontade de agir; 
4. Aumento da produtividade e da eficiência do nosso desempenho; 
5. Aumento de auto-confiança, pois sabemos que somos capazes de concluir as tarefas e que temos algum controlo sobre a nossa vida; 
6. Aumento da sensação de relaxamento por ter concluído as tarefas; 
7. Tendência para manter relações sociais e afectivas mais positivas. Por um lado, como estamos mais calmos tendemos a ter comportamentos que beneficiam os relacionamentos. Por outro lado, como concluímos as nossas tarefas e somos mais produtivos, sobra-nos tempo para desfrutar dessas relações; 
8. Ajuda-nos a manter os nossos compromissos, pois a partir do momento em que somos bem sucedidos, há uma probabilidade elevada de voltarmos a agir dessa forma - porque queremos experimentar novamente satisfação, após um trabalho concluído; 
9. Os outros passam a confiar mais em nós, pois se observarem que mantemos os nossos compromissos, tendem a acreditar que voltaremos a ter esse comportamento; 
10. Aumento da motivação para concretizar os nossos sonhos e para a realização efectiva dos mesmos. Isto porque se obtivemos resultados positivos no passado, temos mais tendência a acreditar que somos capazes de alcançar os nossos objectivos e de agir para os alcançar; 
11. Fica mais fácil não procrastinar naturalmente, pois as conexões cerebrais associadas à organização e concentração são fortalecidas, ajudando a criar o hábito de não procrastinar. 

Parar de procrastinar pode fazer-nos mais felizes? 



Não procrastinar aumenta a sensação de felicidade! Isto deve-se essencialmente a alguns cenários que se alteram quando não procrastinamos e que influenciam a nossa felicidade

1) As emoções negativas e problemas psicológicos associados à procrastinação, dão lugar a emoções positivas como a calma, o relaxamento, a alegria pela conclusão de tarefas, a satisfação pessoal, a paz interna; 
2) Temos mais probabilidade em entrar em estado de fluxo quando nos embrenhamos em algumas tarefas; 
3) Temos mais probabilidade de concretizar os nossos sonhos e de viver o nosso propósito de vida
4) As nossas relações são mais satisfatórias e esse é um dos pontos que mais influencia a nossa felicidade; 
5) As nossa auto-confiança e auto-estima são reforçadas; 
6) Tendemos a analisar as situações de forma mais ampla e positiva e passamos a ter mais esperança no futuro. 

««»» 

Se costumas procrastinar, é óbvio que não conseguirás mudar esse hábito da noite para o dia. Mas, como deves ter percebido, é algo possível e ao teu alcance. E sobretudo, é algo que te fará mais feliz.

Espero por isso que este post te dê alguma inspiração para seguires em frente, pois o poder da mudança está nas tuas mãos.

Fotos: 1.ª Peng Zhang; 2.ª e 7.ª Andrés Nieto Porras; 3.ª Bethan; 4.ª Daniel Montemayor; 5.ª Mitchell Joyce; 6.ª ePi.Longo.
.............................................................
"A Felicidade é o Caminho" também está aqui:
Related Posts with Thumbnails