sexta-feira, 7 de junho de 2019

Estamos cada vez mais «verdes»... mas ainda temos um longo caminho a percorrer


Há dias uma notícia sobressaía aos meus olhos, a de que os portugueses estão a preocupar-se cada vez mais com o ambiente. É um facto. 😊 Por todo lado começamos a ver pessoas a evitar o plástico, a optar por produtos ecológicos, a reciclar mais, etc. 

Mas infelizmente, ainda estamos muito aquém do que é necessário. Em tempos escrevi que a Suécia é um exemplo na reciclagem, pois a percentagem de resíduos que seguem para aterros é inferior a 4%. Já em Portugal não se recicla o suficiente. 😩 E pensar, que bastava que cada um de nós fizesse a sua parte... 

Após os anos de crise, o consumo aumentou, mas a separação de resíduos não acompanhou esse ritmo. Segundo o Jornal Económico a deposição de resíduos em aterro em 2017 aumentou para 43% (era de 41% em 2016 e 34% em 2015, e vá lá, que em 2010 eram uns incríveis 87%!!!). A realidade é que ainda há bastantes pessoas que não separam os resíduos e isso não depende dos outros ("do governo, de quem percebe do assunto, dos mais novos..."). Não! Depende da acção individual de cada um.

Mas em Portugal há um longo caminho a percorrer, para realmente protegermos o ambiente.

Ainda há dias olhei para o rio Tejo. Uma parte da água tinha a cor normal, mas depois avistava-se uma coloração castanho escura. (Tirei uma foto com o telemóvel, mas não a coloco aqui, devido à pouca qualidade). De qualquer forma, pergunto-me: como pode a biodiversidade sobreviver neste e noutros rios, com tudo o que lhe deitamos para dentro? 

Entretanto, enquanto a minha filha estudava para os testes, no seu livro de Ciências encontrou o texto ao lado. Isto deixou-me a pensar. Aqui no rio existem aves (algumas delas ou são patos ou algo semelhante - não sei distinguir, pois vejo-os sempre ao longe). Será que essas aves não serão afectadas por toda a quantidade de detergentes que deitamos ao rio? Porque não usar produtos ecológicos, tantas vezes mais baratos que os convencionais (se forem de marca branca)?

No entanto, na Terça-feira passada, ao fim do dia, fizemos uma caminhada junto ao rio e, desta vez, foi isto que encontrámos... Um frasco vazio de produto «tira gorduras» com água do rio no seu interior, cujo slogan na embalagem é "Implacável contra a gordura e sujidade". Agora pergunto: não haveria sítio mais próprio para colocar esta embalagem?...

E quem fala de resíduos junto ao rio, fala do mesmo problema um pouco por todo lado. Há dias descia uma rua junto a uma escola secundária da cidade e toda ela tinha lixo deitado no chão. Mas as pessoas pensam que quando atiram o lixo para o chão, ele desaparece por artes mágicas? Ainda ontem, vi um caixote de lixo rebentado, com tudo espalhado no chão (e desse "tudo" uma metade eram embalagens que deveriam ter ido para o ecoponto amarelo).

Também há uns dias atrás, uma senhora publicou uma foto de um caixote de lixo numa aldeia aqui perto (foto à esquerda). Ela reclamava por não terem recolhido o lixo naquela rua. O problema é que a rua é demasiado estreita e por vezes, com os carros que estacionam lá, o camião do lixo não consegue lá entrar. Mas independentemente disso, reparem só na quantidade de garrafões de plástico que foram colocados no chão. 

Eu e os meus vizinhos não temos ecoponto junto de casa. Mas nem por isso deitamos os plásticos no caixote. Quando temos de sair, colocamo-los no carro, devidamente acondicionados e depositamo-lo num ecoponto.

É claro que estas situações não se passam só na minha região, mas por todo o país. Aliás, a minha cidade, apesar de tudo, é das mais limpas por onde tenho passado.

A foto ao lado foi tirada algures no norte do país. Isto é algo que também vejo por aí... desde garrafas junto ao chão do ecoponto, a objectos colocados no ecoponto errado e, nesta semana, uma caixa de cartão com erva seca dentro (!?). Voltando a esta foto, e isto sou só eu a imaginar, não acredito que a pessoa tivesse colocado dois pequenos electrodomésticos no recipiente para óleos usados. Acredito mais que tivesse sido algum «brincalhão» a querer divertir-se trocando os objectos de recipiente. Como se depois não houvesse alguém, a ter de pôr aquilo no sítio certo...

Conclusão: estamos realmente a ficar «mais verdes». Só não sei se o planeta tem tempo para esta velocidade...

Mas agora as boas notícias, daquelas que me fazem ter esperança na humanidade.

O fotógrafo Sebastião Salgado e a sua esposa levaram a cabo a reflorestação que se pode ver na imagem abaixo. Com esta atitude conseguiram também devolver o habitat a uma variedade enorme de espécies animais. E o mais interessante, é que o próprio clima daquela zona mudou: aumentou a pluviosidade e a temperatura ficou ligeiramente mais fria. Para não falar da beleza que trouxe à região.


O mais interessante é que isto já aconteceu em Portugal! Aquela floresta mágica que temos hoje em Sintra foi plantada por ordem do rei D. Fernando II. E a mata do Buçaco, na foto ao lado, foi mandada plantar pela Ordem dos Carmelitas Descalços no séc. XVII. Lugares destes fazem bem à nossa mente e corpo, à biodiversidade que ali emerge e, portanto, ao próprio planeta.

Assim...
Melhorar a «saúde» 
do planeta é possível!
Mas isso, depende da ação 
de cada um de nós.

Por último, quero deixar aqui uma sugestão de leitura, que certamente nos motiva a melhorar e a perceber que temos de agir o quanto antes. Trata-se de "A Sexta Extinção" de Elizabeth Kolbert, um livro recomendado por personalidades como Yuval Noah Harari, Al Gore, Bill Gates e Barack Obama. 

Como ainda só vou no início do livro (que está a ser super-interessante!), transcrevo aqui a sinopse do mesmo: 

"Nos últimos 500 milhões de anos, a Terra passou por cinco extinções em massa, nas quais a diversidade da vida no planeta se reduziu drástica e subitamente. Atualmente, e pela primeira vez na História, decorre um processo de extinção em massa provocado por uma única espécie: o Homem. Nos últimos dois séculos, provocámos danos irreparáveis no clima e ecossistema global; como consequência direta, mais de um quarto de todos os mamíferos da Terra está hoje em vias de extinção, tal como acontece com 40% dos anfíbios, um terço dos corais e dos tubarões, um quinto dos répteis e um sexto das aves. 

Considerado um dos livros de divulgação científica mais relevantes dos últimos anos, (...) Neste seu valioso trabalho, Elizabeth Kolbert combina os resultados de uma extensa investigação no terreno com a história das ideias e o trabalho de geólogos, botânicos e biólogos marinhos, produzindo um documento inédito e, mais do que isso, um apelo urgente para que, repensando o nosso papel no planeta, não deixemos como derradeiro legado uma sexta extinção."

Fotos: 1.ª Photoshopper24; 2.ª in: "Novo CSI 5", Arial Editores; 3.ª, 5.ª, 7.ª e 8.ª Mafalda S.; 4.ª Angelina Mendes; 6.ª Portal do Animal.
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"A Felicidade é o Caminho" também está aqui:

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