quarta-feira, 29 de julho de 2015

Educar para a felicidade - menos castigos, mas mais bons exemplos e amor!


Creio que todos nós, que somos pais, desejamos que os nossos filhos sejam felizes, que cresçam saudáveis, íntegros e que se tornem adultos com bons valores. São excelentes objectivo para nós enquanto pais e até enquanto cidadãos, pois estamos a criar os adultos de amanhã (de notar que as pessoas felizes tendem a ser boas, responsabilizam-se mais pelos seus actos, procuram melhorar a si mesmas e a sociedade de que fazem parte).

A questão é que isto é tudo muito bonito, mas ninguém nos disse que iria ser fácil, que requeria paciência e, sobretudo muito amor.

Não acredito na vertente educacional do castigo (mas não quero aqui impor a minha opinião). Prefiro que a criança saiba que determinados comportamentos, geram determinadas consequências.

Menos acredito em humilhações e em gritos. Estes podem ter resultados a curto prazo, mas afinal o que ensinam? As crianças passam a ter determinados comportamentos porque têm medo dos pais e não porque percebem o real motivo pelo qual devem agir assim. Para além disso, a longo prazo, crianças submetidas frequentemente a este tipo de situações, podem revelar-se mais agressivas (nem sempre acontece), tendem a ter uma baixa auto-estima, são mais stressadas e mais infelizes. Também têm mais dificuldade em assumir responsabilidade pelos seus próprios actos, culpando frequentemente os outros. 

Enquanto educadores com mais experiência e conhecimento, o nosso papel passa por orientar as crianças, por ensinar-lhes o que ainda não sabem. Precisamos de dizer mais vezes que as amamos e demonstrá-lo (se não o dizemos, a criança pode não sabê-lo, não senti-lo). Este amor faz a criança sentir-se mais feliz, mais segura!

Por outro lado temos de ser consistentes nas regras. Não podemos dizer que o limite é este e depois ceder perante chantagem. Não podemos dizer que a consequência é X e depois não haver sequer consequência. Demonstrar quais são os limites também é uma prova de amor e faz a criança, novamente sentir-se mais segura. Sabe o que esperar, não anda ao sabor do vento.

Devemos explicar o porquê das coisas, exemplificar e pedir à criança que nos diga o que percebeu da nossa mensagem (de modo a garantir que captou o que queríamos dizer). E é preciso ter paciência, por vezes é necessário explicar a mesma coisa n vezes, até que a criança a interiorize.  O objectivo é que as crianças percebem por si mesmas o porquê das regras e que as apliquem (mesmo quando os pais não estão a ver). O objectivo é que as crianças percebam as opções que têm e que saibam as consequências das suas escolhas, para assim fazerem opções mais pensadas e responsáveis.

Por último, as crianças aprendem mais com o nosso exemplo, do que com as nossas palavras. Queremos uma criança mais arrumada? Ela que nos veja a arrumar. Queremos que comam menos doces? Então deixemo-nos de trazer excesso de doces cá para casa. Queremos que sejam felizes? Então aprendamos, nós mesmos, a ser mais felizes.

A educação para a felicidade passa por aí. Muito amor, muito exemplo e certamente menos castigos.

Sejam felizes!

9 comentários:

  1. Concordo a 100% com estas tuas palavras. Como mãe recente há muitas preocupações e medos que me ocorrem, mas acima de tudo sinto a responsabilidade de educar uma criança para ser um adulto feliz e integro. Sei que nem todos os dias vão ser fáceis, mas acredito que havendo amor e o exemplo correcto as coisas serão muito mais facilitadas.

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  2. Bom dia!
    Concordo com o que a Mafalda escreve e penso como será tudo muito feliz em sua casa!!!

    É duro ter de gritar com um ser que andou dentro de nós!!! Mas por vezes, mesmo que não seja o correto, lá sai um gritinho ou um gritão!

    Também opto por conversar e, mesmo triste com os filhos, dizer sempre: "eu gosto muito de ti, mas estou triste com a tua atitude".
    Mesmo assim, não é fácil. E, mais, a educação nem sempre vai de casa. Eu falo por experiência própria. Dou exemplos...converso alertando para ouros exemplos e.... a preguiça deles prevalece, muitas vezes, e não seguem o exemplo, ficam sim sem obedecer, sem imitar.

    A tarefa de formar uma criança em um adulto é MUITO COMPLEXA. E que ninguém critique!!!

    Boas escritas...continue, Mafalda.

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    1. Lua, a minha casa não é de todo perfeita (nem eu quereria) e ninguém disse que a tarefa de educar seria fácil (hoje temos muito mais desafios do que antigamente). O importante é cada um tentar fazer o melhor que conseguir. E gritámos uma vez? Nada invalida que tentemos melhorar.

      Quanto ao exemplo, com o tempo as coisas vão-se estabelecendo. É importante que vejam em nós um grande pilar, para não se deixarem influenciar tanto pelas influências lá de fora. E é importante que percebam porque é que determinado caminho lhe trará mais benefícios do que outros. É uma árdua tarefa, mas vale a pena, pela felicidade dos nossos filhos.

      Eu também tento melhorar. Às vezes estou cansada e falta-me a paciência. Mas ler investigações que foram feitas sobre o que pode beneficiar os nossos filhos, dá-me motivação mesmo nos piores momentos.

      Lá está, educar é muito complexo, mas se existem investigações que nos indicam o caminho, porque não tentar pô-las em prática? Não é uma questão de criticar, é uma questão de perceber que temos margem para melhorar.

      Aqui o objectivo é educar filhos felizes, não marionetas perfeitas.

      Beijinho e tudo de bom!

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    2. Mafalda!

      Agradeço a sua resposta, mas tenho de lhe dizer que apenas referi que em sua casa parecia tudo muito feliz e não disse "tudo perfeito".

      Continue... eu também primo pela luta de conseguir um Mundo melhor. E quando me dizem que eu não consigo mudar o Mundo, penso apenas na frase que um dia Madre Teresa disse: " sou apenas uma gota no oceano, mas sem ela o oceano seria menor".

      Bjinho

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    3. Eu sei que referiste "feliz", mas é que por vezes algumas pessoas confundem e pensam que cá em casa, ou na minha vida, tudo corre lindamente. Isto porque aponto alguns caminhos a seguir, naquilo que escrevo. Na realidade já tive uma vida bem mais complicada e foi justamente isso que me levou a pesquisar e a escrever este blog, com o objectivo de melhorar.
      Bem, na realidade até funcionou. É um facto que hoje somos mais felizes :) Quando algo não corre bem, é aprender com isso e tentar melhorar.
      Eu também já castiguei e já gritei (ok, há muito tempo). Entretanto aprendi, e hoje utilizo um método diferente.
      Adoro essa frase da Madre Teresa, é a minha citação favorita :) Claro que consegues mudar, nem que seja um pouquinho, o Mundo. Imagina que simplesmente fazes uma boa acção por alguém. Normalmente isso faz-te sentir bem, mas também pode gerar uma cadeia de boas acções (ou seja, quem foi alvo de uma boa acção tende a imitar, e pratica boas acções com outras pessoas). Do teu simples acto, já podes ter influenciado positivamente uma série de pessoas nesse dia. E isto é só um exemplo. Portanto, a nossa acção conta.
      Beijinho

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  3. Hoje li esta entrevista e lembrei-me deste seu post...

    http://observador.pt/especiais/magda-gomes-dias-palmada-castigo-sao-lei-do-menor-esforco/


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    1. Uau! Artigo fantástico! Obrigada por partilhares.
      Tem piada aquela parte da colega que desligava os aparelhos electrónicos para ter tempo com os miúdos. Cá também foi a única forma de ter tempo para os filhotes. A TV está ligada até à hora de jantar, mas depois disso costumamos desligá-la. Ultimamente temos jogado a alguma coisa ou damos um passeio pela cidade. Depois do Lucas estar a dormir, vou conversar com a princesa e ultimamente temos meditado. Antes de dormir, lemos (antigamente lia-lhe, mas agora que fez o 1.º ano já lê sozinha). São muito bons esses momentos, aproximam-nos.
      Beijinho

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  4. Concordo com o que escreveu mas com filhos em idade da prateleira às vezes é complicado controlar a voz e não sair um berro.

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    1. Compreendo perfeitamente, às vezes tiram-nos mesmo do sério. Aliás, eu própria já andei aos berros há uns anitos, antes de conhecer a Parentalidade Positiva. Agora tento aprender (porque desconhecemos muita coisa e não nascemos ensinados) e fazer o melhor que posso. Não é fácil, não sou de todo perfeita. Mas o que importa é ter a consciência tranquila de tentar fazer o melhor. E quando erramos, não nos deixarmos abater, mas tentar fazer melhor para a próxima.
      Beijinho

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