segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Respondendo à Luciana

A Luciana colocou um comentário no meu post sobre Ajuda para as Tarefas Domésticas que passo a transcrever:
"Gostaria muito que minha filha me ajudasse nas tarefas do lar, mas sinto uma certa má vontade, pra não dizer preguiça ou comodismo. Uma amiga resolveu fazer com a dela uma especie de troca (R$), mas não acho correto. Creio que desta forma estarei criando uma mercenaria, porém não sei como fazer para conseguir que ela entenda meu corre corre, e me ajude. O que vc acha?"

Eis a minha opinião:

Luciana,
Em tempos escrevi um post sobre como ensinar as crianças a arrumarem as suas coisas. Podes consultar em http://manualdafelicidade.blogspot.com/2011/01/20-dicas-para-ensinar-os-seus-filhos.html Contudo, este post foi direccionado para crianças mais novas, e fiquei com a sensação de que a tua filha já é mais velhinha. De qualquer forma, uma boa parte das dicas que dei podem ser adaptadas.

Para além disso penso o seguinte:
- Todos os membros em casa devem ser envolvidos nas tarefas. É complicado exigir algo da tua filha, se o filho rapaz ou o marido não ajuda (ela pode considerar essa situação uma injustiça e, até pode ter razão).

- Evita exaltar-te e ralhar com ela. O importante é ela perceber porque te deve ajudar e não fazê-lo somente por imposição.

- Em casa os pais devem ser um exemplo e ser organizados. Não adianta exigir algo dos filhos que nós próprios não somos.

- Admito que bons comportamentos sejam elogiados ou até premiados e que maus comportamentos sejam penalizados. Ou seja, a tua filha deve saber que para determinado comportamento, existem as respectivas consequências (boas ou más). No entanto, o método de dar dinheiro não é de todo o meu preferido. Isto porque a tua filha poderá não fazer absolutamente nada quando te recusares a «pagar pelo serviço».

De qualquer modo, isto são só indicações gerais, pois o teu comportamento deve adequar-se ao tipo de filha que tens (não é a mesma coisa lidares com uma filha rebelde, uma filha cooperante ou uma filha passiva).

Para esta e para outras situações, há um livro que, entre outras coisas, nos ensina a «negociar» com os nossos filhos, sugere-nos recompensas face a comportamentos positivos e dá-nos dicas para criarmos filhos felizes. Já o referi aqui, noutras ocasiões: “A Família em Primeiro Lugar” do Dr. Phil McGraw, que podes encontrá-lo aqui. Espreita o índice do livro, pois creio que tem temas bastante úteis.

Talvez um dia escreva um post mais aprofundado sobre o assunto. Mas para já, espero ter ajudado!

4 comentários:

  1. Olá querida Mafalda!

    Os dias andam corridos, não sei o que se passa mas o ano lectivo iniciou conturbado, parece que as horas voam e estou a ter dificuldades em organizar-me, vamos ver se o ritmo começa a abrandar. Agora este calor excessivo e fora de época, dá-me uma moleza horrível e deixa-me chateada por que gosto de ser despachada.

    Gostei do teu post, realmente cada vez mais os filhos contribuem menos nas tarefas do lar, que acho muito importantes para a coesão familiar.

    Cá em casa não há negociações, cada um tem suas responsabilidades e mais nada, hehehe. Meu Diogo tem 12 anos e é ele quem coloca a mesa para as refeições quando está em casa, é um hábito antigo, quando mais pequenino achava imensa piada, agora tem noção de que é uma ajuda que dá a mãe e fá-lo sempre de boa vontade. Também é ele quem faz sua própria cama, nem que depois eu dê uns retoques. A secretária tem de ficar organizada depois do uso e portátil arrumado na malinha dele.

    A minha infância também foi assim e gostava muito de ajudar nas tarefas do lar.
    Tens toda a razão quando dizes que não basta mandar é preciso dar o exemplo, este é um dito antigo, que nunca deixará de fazer todo o sentido.

    Beijinho grande e boa semaninha.
    Patrícia.

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  2. tenho este livro lá em casa e agora c este post deu-me vontade de o ler novamente. obrigada :)

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  3. Olá Mafalda!
    Interessante este teu post.
    Deu-me vontade de partilhar a minha experiência como pai.
    Como sabes tenho duas filhotas, uma de 10 e outra de 8 anos!
    O meu relacionamento de pai com elas passa pelo seguinte:
    Diálogo: Tenho sempre um diálogo aberto com elas, no qual conseguimos falar de todos os seus problemas, duvidas, curiosidades, etc. No final do dia questiono-as sempre como foi o seu dia, e se correu tudo bem. Com isto consigo que elas se abram comigo, sempre que tem algum problema.
    Autonomia: Aos poucos vou-lhes dando mais autonomia. Na minha opinião as crianças têm que “ensinadas” a ser autónomas. Com essa autonomia vou-lhes dando mais responsabilidades, e com isto elas sentem-se mais auto confiante. (Ex: vão ás compras á loja perto de casa, pagando elas as mesmas, o pequeno almoço e lanche são elas que o confeccionam, tratam da sua higiene intima, etc). Isto tudo com uma supervisão “camuflada”.
    Elogios e repreensões: Os seus actos são sempre por mim elogiados, sendo por vezes recompensados quando são muito bem-feitos, e repreendidos quando “algo corre mal”. Aqui aplico a regra do diálogo e quando lhes aplico algum castigo, explico o porquê e sou firme na sua aplicação.
    Ajuda: com o diálogo consigo que elas falam comigo com os seus problemas, e aqui dou-lhes a minha ajuda para que ELAS os consigam superar. Mas aqui a minha ajuda é só a necessária para que elas próprias os consigam superar, para que no final elas sintam que foram elas (apesar de uma ajuda) que o conseguiram.
    Convívio Familiar: É essencial que se tenha tempo para passar com os nossos filhos, tanto nas brincadeiras, como em passeios. Praticar algum desporto com elas também é óptimo.

    SER Pai e Mãe: Não é uma tarefa fácil, mas também não tem parecer uma tarefa de impossível; conseguir compreender os nossos filhos e fazer com que eles nos compreendem é a base para se conseguir um bom relacionamento com os nossos filhos.

    Um abraço
    Sérgio

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  4. Sérgio: concordo plenamente com a tua forma de educar. Sinceramente, penso que deves ser um excelente pai.

    Acredita que as tuas filhas irão tornar-se em 2 adultas fantásticas (daquelas que fazem mesmo falta para este mundo seguir em frente).

    Beijinho

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