quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Como estamos de felicidade em Portugal?

Mesmo em tempo de férias, não largo a pesquisa da «felicidade» por nada. Isto apaixona-me e pronto! Mas perante tanto desânimo em meu redor, resolvi investigar como estamos de felicidade em Portugal.

Estive a consultar os dados sobre a felicidade média por país, no World Database of Happiness, um site dirigido por um dos maiores especialistas mundiais em felicidade, Ruut Veenhoven, da Universidade Erasmus de Roterdão, na Holanda. 

Numa escala de 0 a 10, os resultados por país (escolhi só alguns), foram os seguintes: 
De Portugal pude constatar o seguinte: 
- Continuamos a ser um povo que não alcançou na generalidade a felicidade. Num outro site constatei que somos o país europeu com menos esperança de que a situação do país melhore num futuro próximo. Curiosamente, somos quem mais tem orgulho no passado (salvos pelos Descobrimentos!).
- Este estudo é feito desde 1985 e, pude constatar que o ano em que nos sentimos mais infelizes foi em 2010, com uma pontuação de 4,6.
- Já o ano em que nos sentimos mais felizes foi em 1987, mesmo assim com um modesto 5,9.

Se repararem, os valores mínimos e máximos de felicidade média, estão muito próximos, pelo que se têm mantido mais ou menos constantes, mesmo em períodos em que a crise não era tão acentuada.

Há várias explicações para isto. 40% da felicidade depende de nós, pelo que acho que necessitamos urgentemente de aprender a ser felizes. Já 10% depende das circunstâncias. Sejamos realistas, um país onde não há equidade social gera «comparação social negativa», o que nos faz mais infelizes. A falta de confiança (no governo, na justiça, na segurança futura...), também gera infelicidade. A corrupção, essa «parasita», gera  desigualdade, desconfiança e mina a economia... Por outro lado, acho que carecemos de uma educação que nos ensine a ser felizes, resilientes e com uma maior auto-estima. Precisamos de acreditar que o contributo de cada um de nós é valioso para melhorar o país que temos.

As culturas divergem, mas não deixam de ser relevantes, as lições dos países mais felizes do mundo. Espreitem como funcionam aqui e aqui.

Outras ilações subjacentes a estes dados: 
- A Costa Rica está cada vez mais feliz, chegou a ultrapassar a Dinamarca (ainda não conheço muito deste país, mas fiquei curiosa sobre os motivos de tanta felicidade);
- Os países do norte europeu continuam a ser dos mais felizes do mundo, salvo raras excepções;
- Os países ricos continuam, na generalidade mais felizes do que os mais pobres;
- O nosso país irmão (Brasil) continua a ser um país bem positivo, com um digno 7,5 de pontuação;
- As pessoas dos países do leste europeu não estão propriamente satisfeitas com a vida (e nós andamos lá perto, pois temos a mesma pontuação que a Roménia);
- Os piores resultados continuam a ser em países africanos, definitivamente a felicidade não mora por lá (já há uns anos o Togo ocupava os últimos lugares da lista e por lá continua);
- Já agora, comparem os resultados de Israel (7,0), com a Palestina (4,9). Em lados opostos, mas uns sentem-se tão felizes e outros tão infelizes... Enfim...
- Outro país com conflitos, o Iraque, não é propriamente feliz (4,7).

Há muito a melhorar neste mundo e a mudança começa em cada um de nós. Está disposto a dar o seu contributo?

Gráfico: Mafalda S.

Fonte: Veenhoven, R. (2012)
Happiness in NationsWorld Database of Happiness, Erasmus University Rotterdam, The Netherlands 
Assessed on (10/08/2012) at: http://worlddatabaseofhappiness.eur.nl/hap_nat/nat_fp.php?mode=1

5 comentários:

  1. Um artigo super interessante e curioso. Fiquei com vontade de conhecer a Costa Rica e trazer de lá um pouco dessa felicidade que falta ao nosso país! Bjs

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  2. Parabéns amiga!
    Amei sua pesquisa!
    Precisamos melhorar nessa escala, mas não estamos tão mal.
    Concordo que a mudança depende de cada um de nós.
    Então! Vamos espalhar a felicidade porque ela é contagiante.
    Abraços e muitas felicidades pra ti

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  3. No entanto muitos países considerados felizes, têm elevado índice de suícidio: http://www.odiario.com/blogs/inforgospel/2011/04/28/indice-alto-de-suicidio-se-da-em-paises-considerados-felizes-diz-pequisa/

    Nós, portugueses, como nos achamos uns coitadinhos e ninguém quer ficar atrás das lamúrias dos outros, sentimos alguma satisfação só de nos queixarmos e ouvir queixar:
    "Pois é, isto está mau...é a crise..., olha vamos para a praia (e gastamos algum na esplanada), ao menos assim esquecemo-nos que está mau!" - ou seja, o falso lamúrio!

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