domingo, 24 de outubro de 2010

Arte misteriosa

Já vos falei, noutras ocasiões, um pouco sobre as coisas que me proporcionam momentos felizes (a escrita, as viagens, etc.). São actividades que procuro incorporar na minha agenda, pois conseguem fazer com que me sinta com o astral em alta, mais relaxada e optimista.

Uma actividade que me faz sentir assim é desvendar segredos por detrás de obras artísticas: desde quadros, a edifícios, a esculturas, etc. O meu olhar clínico para a arte é assim, pouco convencional. Não ligo a mínima à técnica, gosto porque me agrada ao olhar, mas gosto sobretudo das histórias por detrás de cada obra. Dou muito mais valor a um quadro, se souber o seu significado.

Esta minha paixão começou com um trabalho da faculdade. Acabei por descobrir que uma igreja (que me parecia a mais insignificante da minha cidade) já fora templo romano, mesquita muçulmana, igreja católica, panteão de uma família nobre e hoje é museu. Bem… mudei completamente a minha forma de olhar para objectos artísticos.

Um dos locais que me fascina é a Quinta da Regaleira em Sintra. Quase me perco naquela imensidão artística, onde cada pedrinha (por mínima que seja) parece ter um significado. O edifício e o jardim projectados com imensos símbolos maçónicos fazem o meu deleite. Então a ideia de uma entrada secreta para um poço que simula a descida aos infernos, e a subida aos céus, após um percurso num labirinto subterrâneo… é genial! Não me canso de voltar a este local.

Para vos espicaçar a curiosidade, deixo-vos um pouco de uma das histórias que me fascinam.

Quem olha para o quadro ao lado, que mostra uma virgem com ar tão inocente, nem imagina o escândalo que o mesmo provocou. É que a virgem retratada, tem por modelo uma noviça. O pintor foi o frade Filippo Lippi e… (já devem estar a imaginar o final da história)… ambos fugiram quando ela ficou grávida dele.

É claro que para outras pessoas, estas actividades podem não fazer o mínimo sentido. Cada pessoa tem os seus gostos pessoais.

No entanto, não descurem de colocar na vossa agenda (sim, registando mesmo no papel) espaço para as actividades que vos dão prazer. Para além de contribuírem para a vossa felicidade, ajudam-vos a enfrentar melhor as tarefas não tão prazerosas (aquelas que só fazem por obrigação).

Não deixem de experimentar!

Foto: Google images

4 comentários:

  1. Mafalda,
    Também no meu dia-a-dia procuro colocar tarefas prazeirosas. E realmente as viagens, as visitas a museus, os passeios, não faltam nas coisas que mais gosto de fazer. Tal como tu, não ligo aos tipos arquitectónicos ou à técnica do pincel, até porque não percebo nada disso, gosto do sentido estético e saber o que originou determinada obra!
    Boa semana!
    Beijinhos

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  2. Dá que pensar, a colocação em agenda das actividades que nos dão prazer. É que normalmente só colocamos as obrigações. Pela lógica, assim «obrigamo-nos» a ter tempo de actividades que nos fazem bem ao corpo e à alma.
    Um aparte, acho interessante como observas o mundo da arte.

    Beijos

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  3. Gracinda Tavares Dias29 de outubro de 2010 às 23:42

    Para mim arte é criatividade, imaginação, originalidade.
    Gosto de pintar o real. Já me inspirei em pintores famosos, mas actualmente prefiro pintar quadros que ainda ninguém pintou, como seja a minha casa, a casa da minha filha, a aldeia onde vivo, o retrato da minha filha, a ribeira da Sertã, uma fonte romana em Vilar Formoso, aldeias espanholas, etc.
    Estes motivos significam muito para mim.
    O que mais me interessa é o prazer de pintar.
    Acho interessante a sua maneira de interpretar
    a arte.

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