terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Reflexão: reduzir as fontes de desmotivação


Se já me conhecem um pouquinho, sabem que sou uma pessoa cuja felicidade está muito associada com o alcance de objectivos. Adoro fazer pequenas tarefas diárias em prol dos meus sonhos. Isso enche-me a alma, faz-me realmente bem.

Mas ultimamente, descarrilei um pouco. Tenho-me embrenhado nas mil e uma tarefas diárias, mais uma série de solicitações e parece que não tenho tempo para nada. E isto anda, sem dúvida, a fazer-me mal.

É por isso que acho que é o momento ideal para reflectir sobre o que me desmotiva, o que me impede de agir, por forma a superar esses obstáculos. Soa estranho, pois habitualmente falo de motivação, mas hoje vou fazer o contrário.

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Ponderando bem, o que me desmotiva é o seguinte:

1. Não ter tempo para mim - Tenho que me mentalizar que se pensar em realizar tarefas até elas estarem concluídas... nunca mais descansarei. Há sempre o que fazer. Para mais agora com dois filhos, há sempre algo para limpar, roupa para tratar, coisas para arrumar... A sério, a lista parece interminável. 

Por outro lado, sinto que se não tiver uns minutinhos para mim (por ex. para ler, escrever no blog, descansar...) vou dar em maluquinha. 

Possível solução: dedicar uma parte do dia a fazer algo que me faz bem (por exemplo quando os miúdos estão a dormir).

2. Estar em contacto com o excesso de notícias negativas - Recentemente, sempre que estava a fazer alguma coisa, acabava a ouvir notícias na TV, ou a lê-las no telemóvel. Entre atentados, desgraças naturais, os males da crise e os crimes passionais... há muitas más notícias a serem permanentemente divulgadas. Já as boas... pouco destaque merecem (os noticiários não são nada imparciais nesta selecção). Até o meu querido site das Boas Notícias deixou de publicar... :( 

Mas a verdade é o que o excesso de más notícias afecta-me. Parece que fico a pensar que o mundo vai de mal a pior, que não há esperança. Por outro lado, ficava tão viciada em espreitar a evolução de alguns acontecimentos, que desperdiçava este tempo. E ficava também desmotivada para fazer algo pelos meus objectivos.

Possível solução: ver notícias com moderação. Optar por ver programas ou séries motivadoras. Optar por ler sites ou blogs positivos na Net, que me inspirem a agir, que tenham o astral para cima.

3. Deixar-me influenciar por pessoas demasiado negativas - Há pessoas com as quais convivo diariamente que são um poço de pessimismo. As conversas vão cair inadvertidamente em assuntos negativos. E são pessoas das quais não me posso mesmo afastar. 

Possível solução: claro que posso ouvir os seus desabafos, mas não posso deixar que todos os temas de conversa vão descambar em assuntos negativos. Após ouvir algumas lamentações tentarei conduzir os assuntos para algo mais positivo e útil. Já comprovei que isto resulta na prática, tenho é de tomar mais a iniciativa de ir conduzindo a conversa. Ai se todos fossem como a minha tia N. ...

4. Não ler/obter informação sobre os objectivos que pretendo atingir - Sendo esta a minha principal fonte de motivação, aquilo que resulta mesmo comigo, é um bocado ridículo não me permitir fazê-lo. A verdade é que ultimamente vou realizando tarefas atrás de tarefas, e não tenho dedicado tempo ao que me faz tão bem.

Possível solução: entre cada tarefa, fazer uma pequena pausa, que me permita ler um pouco (em livros, blogs, revistas...) sobre os assuntos que me apaixonam (isto motiva-me porque, por exemplo, sempre que leio sobre destralhar acabo a destralhar alguma coisa, sempre que leio sobre felicidade acabo por fazer algo em prol da mesma).

5. Não acordar cedo - Nos últimos tempos tenho-me deitado tarde e de manhã não me consigo levantar no meu horário habitual (às 6h). Conclusão: depois os miúdos e o marido acordam e já não tenho tempo para mim, para o blog., etc. E como as primeiras horas podem influenciar o resto do dia, acabo por ficar com uma pontinha de desânimo ou até de mau humor (ok, mais do primeiro).

Possível solução: definir um horário para me deitar à noite... e cumpri-lo. Tão simples quanto isso.

6. Estar sujeita a demasiadas solicitações dos outros - Tenho a sensação que na maioria de blogs que leio, andamos todos a tentar gerir melhor o tempo, porque este é um bem cada vez mais escasso. Na verdade, o que sinto é que a sociedade de hoje "complica" as coisas. 

Não, não estou a divagar. Vou dar o exemplo da escola da minha filha (ela anda no 2.º ano). Antigamente eu tinha um único livro de Matemática com 95 páginas. Hoje ela tem um livro com bem mais de 100 páginas, com tamanho maior (o meu nem A4 era) e ainda livros de exercícios... para poder comportar um extensíssimo programa (e a verdade é que todos o criticam, acham que é rídiculo para crianças desta idade, mas... nada muda). Outro exemplo: antigamente, na festa de Carnaval eram as crianças quem decidia a roupa que levaria (afinal a festa era para elas). Hoje em dia, é a escola quem selecciona o fato do desfile, que depois tem de ser confeccionado em casa (onde encontrar tempo para isto? quando os ajudamos a estudar para os testes - que decorrem exactamente na mesma altura? quando fazem os tpc's? ou quando podem descansar um pouco ao serão?). E que tal deixarmos de complicar e permitirmos às crianças serem crianças pelo menos neste dia? E que tal permitirmos que os pais também tenham tempo disponível para passarem justamente com os filhos (não, não passa por estar sentado à frente da TV ou do computador, mas que tenham disponibilidade física e mental para conversarem, jogarem a alguma coisa, darem umas boas gargalhadas em conjunto). A sério, na minha infância, eu não tinha nem metade das exigências que a minha filha tem hoje, nem a minha mãe o tinha. Sinto que por vezes estamos a «abusar» das crianças de hoje em dia.

Pessoalmente, também sinto que me estão sempre a solicitar tarefas. Às vezes já tenho receio de atender o telemóvel, pois lá vem mais um pedido.

Possível solução: pois... acho que não tenho propriamente solução para isto. Aprender a dizer não (já o faço para quase tudo o que é dispensável) e reduzir as tarefas fazendo somente o que é realmente importante (também já o tento fazer). Mas... 'bora lá ser optimista... posso sempre arranjar maneiras de simplificar as solicitações (pedir mais colaboração dos vários intervenientes e se necessário recorrer a ajuda externa - no exemplo do fato de Carnaval teria ajudado se tivesse recorrido a uma costureira). Por outro lado, é igualmente importante ser uma cidadã activa e opinar no que acho que poderia «simplificar» as várias áreas onde eu e a minha família estamos envolvidos.

7. Ter a mania do perfeccionismo - Por vezes sinto-me culpada por não chegar a todo o lado e isso desmotiva-me e, piada das piadas: torno-me menos produtiva (quando desejava justamente do contrário). Não sei porque sou assim, até porque já li n vezes que o perfeccionismo é um dos inimigos da felicidade. Mas invariavelmente, lá me sinto culpada por não ter passado a pilha de roupa a ferro, por não ter chegado a limpar a sala, por não ter respondido àquele e-mail... stop, tenho de me dar uma folga!

Possível solução: simplificar a minha vida e destralhar o que for possível, para reduzir o número de tarefas. Deixar de me importar tanto em querer ter tudo feito ou em ter a casa imaculada, pois dedicar tempo à minha família e a mim própria é mil vezes mais importante. Ah! E pedir ajuda quando necessário também não é vergonha nenhuma.

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E só de pensar nestas soluções já me sinto um pouco melhor. Hoje já me voltei a levantar cedo, já escrevi no blog, já li sobre felicidade, já destralhei um pouquinho. Os miúdos estão quase a acordar e estou super-motivada para abraçar este novo dia. :)

Foto: Noukka Signe
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Sabe mais sobre o meu dia-a-dia:

7 comentários:

  1. mafalda, este post podia muito bem ter sido escrito por mim e, quem sabe, por muitos outros seguidores deste blog. O que sentes como problemas são também os nossos: a desmotivação, a falta de tempo, o não conseguirmos dizer não, o querermos fazer tudo e acabarmos por não conseguir fazer nada...
    Também eu gosto de ler sobre destralhar e atitudes positivas, pois faz-me querer fazer mais por mim e pelos meus, mas é tão dificil encontrar um bom site sobre esses temas!
    Espero mesmo que voltes a escrever ainda mais no blog - não por obrigação, mas por vontade - para nos continuares a inspirar.
    Boa semana
    sara

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  2. Bom dia Mafalda!
    Que excelente publicação! Como eu me revejo em muito do que escreve.
    A vida dá-nos sempre a opção de escolha, cabe a cada um de nós seguir o caminho que nos parece melhor.
    Beijinhos***

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  3. 2 e 3 sao itens que preciso praticar também.
    Bj e fk c Deus
    Nana
    http://procurandoamigosvirtuais.blogspot.com.br

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  4. Excelente post, Mafalda! Eu também era um leitor assíduo do Boas Notícias e fiquei admirado por já não publicarem mais nada. Por outro lado, gosto de estar bem informado mas apenas no essencial. Demasiadas notícias negativas não fazem nada bem ao nosso quotidiano.
    Beijinhos

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  5. Como me revejo em cada ponto Mafalda!!

    Relativamente ao ponto 1, também com 2 filhos, o tempo para mim só surge maioritariamente depois das 23h30/00h. Altura que já não tenho "forças" para fazer alguma coisa a não ser entregar-me à preguicite e sono!...

    Beijinhos,
    Raquel

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  6. Olá Mafalda!
    Antes de mais grata pelo teu blog! Como me revejo em tantos e tantos posts! Este então já o li e reli muitas vezes... e é tudo tão verdade!
    A exigencia de hoje em dia é de loucos!
    A nossa e a dos nossos filhos. A dificuldade de dizermos não... o querermos tudo e depois não conseguirmos fazer nada... ou então fazemos tudo mas como as preocupações eram tantas que não usufruímos na realidade da situação... acabou por passar tudo ao lado! Parece bem simples dizer que não... mas quebrar estas regras instituidas no inconsciente nosso e da sociedade em geral é muito complicado...
    Beijinhos e continua!

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  7. Fiquei feliz em ter compartilhado essa publicação no facebook. Obrigada por isso.
    Fez muito sentido a minha situação atual, muito parecida. Me deu um alívio em perceber que é natural, todos passam por situações assim, mas seu texto deixa claro que não devemos nos apegar a elas e não deixar que elas escondam as pequenas atitudes extraordinárias e felizes que fazemos em nosso cotidiano. Tenho certeza de que se olharmos novamente para nosso dia, teremos evoluído, aprendido, vivido! Ou, como pais, feito nossos filhos evoluírem e crescerem bem! Mesmo que em pequenas doses, a felicidade sempre nos acompanha.

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