Cá estou eu para vos contar das férias.
Mais uma vez rumámos a Sul, para o Algarve. Ficámos num local encantador, rodeado de verde e do colorido das flores. Acordávamos ao som dos passarinhos e, mais tarde ao pôr-do-sol, vinham as gaivotas.
Na foto ao lado estão as flores que rodeavam a parte da frente da casa.
Já nesta foto encontra-se o campo de golfe, que avistávamos nas varandas traseiras.
Costumávamos deitar-nos nas espreguiçadeiras ao entardecer, a olhar este imenso verde. Aproveitei para fazer meditação. Verdadeiramente relaxante!

Aqui podem ver uma das vivendas do hotel. Ai, ai... acho que seria feliz a morar num local assim, com todo este verde.
Só trocava o sacaninha do microondas, que quando aquecia demasiado deixava de funcionar. E parecia preferir avariar comigo... se fosse meu eu dizia-lhe o que lhe fazia...
Cheiros e sabores

Algo que me agrada nas férias é dedicar-me a refeições demoradas e a provar novos sabores.
A manhã era brindada por um cappuccino e um bolo, ou café com leite e torradas. À tardinha um sumo de frutas, um chá ou um gelado. Podia jurar que ainda sinto o maravilhoso aroma a café, o cheiro forte a canela...
As refeições maiores eram feitas em casa, mas tal como todos os anos tive de passar por um restaurante com ar um pouco decadente, mas com uma comida deliciosa. É o "Careca", que fica numa estrada de Albufeira e tem o melhor arroz de marisco que já provei na vida. Toda a comida é caseira, desde as entradas à sobremesa. Estão a imaginar paté de sardinha caseiro? Uma verdadeira delícia! E uma torta de laranja com doce de alfarroba? Fico com água na boca só de pensar.
Os quadros nas paredes evocam o passado de fama do chef do restaurante. Receitas em revistas conhecidas, reportagem na Flash, momentos com o Jet 7 português. Mas eram outros tempos e outro restaurante, à beira-mar. O seu encerramento é para mim um mistério, porque a comida deste local é verdadeiramente preciosa.
Mas não me fiquei por aqui, provei uma sopa romena de sabor exótico, um donner kebab feito por um turco, crepes à beira-mar... eram tantas as nacionalidades dos restaurantes, que os portugueses tinham de estar identificados com um "portuguese restaurant".
Natureza
A Letícia estava encantada da vida e pela primeira vez nadou!!! Na nossa cidade não tenho propriamente tempo para a levar à piscina, pelo que ela aproveitou cada minutinho.
Havia uma piscina em forma de rato Mickey, com uns baloiços ao lado. A Letícia, como fã incondicional das personagens Disney parecia estar num paraíso, estava tão feliz!
Mas o que mais me encantou foi toda a Natureza em redor. Ao lado está uma das flores que a Letícia colheu no jardim.
Nesta foto encontra-se mais uma vez o campo de golfe. Era a vista do restaurante mais próximo de casa.
Pena não ter tirado foto do restaurante, pois este tinha uma decoração encantadora. Traves em madeira, mesas rústicas (todas diferentes), junto a cadeiras ou sofás confortáveis. Quadros e estatuetas evocativos da arte do golfe.
Pena não ser fã da arte. Mas havia turistas que estavam viciados naquilo, suspeito. Às sete e pouco da manhã já estavam todos equipados a dar umas tacadas. Acho que nem dormiam a pensar no golfe.
Vilamoura, um outro mundo
Adoro Vilamoura, não hajam dúvidas. E porquê? Por ser um dos locais mais organizados do país, com jardins cuidados e com verde por todo lado.
Ao entrarmos, a estrada está rodeada de verde, as ciclovias aqui não são uma miragem, existem mesmo e por uma grande extensão. Ao lado, a encantadora marina, cheia de barcos luxuosos.
Reparei que junto à Marina, há uma rua cheia de "setes": é o bar "Sete" do Figo e um pouco à frente a loja "CR7" do Cristiano Ronaldo. Mas o verdadeiro encanto vai mesmo para a Marina.

Este é um dos carros encantadores que por lá se encontravam: um Morgan cheio de charme. Mas por estes lados também vi carros cheios de pinta, de 2011 e com matrícula portuguesa, como Ferrari's, Bentley, Porsche...
Não costumo ligar muito a carros, mas para o meu marido, foi um regalo para a vista.
Algo que acho encantador em Vilamoura ou em qualquer outro local, são os artistas de rua. O Sr. ao lado fazia verdadeiras obras de arte com as mãos.
Mas não era o único, havia uma fila de artistas em plena actividade, transformando imagens de fotografias em pinturas lindíssimas.
A praia, apesar de não ser a minha preferida, também é encantadora, principalmente pela decoração meio zen. A escolher preferia uma paisagem mais selvagem, com grandes rochedos e alguma vegetação.
De qualquer modo, aprecio a organização e o verde desta terra. Passeámos nas avenidas de alguns moradores de Vilamoura (na maioria estrangeiros, é certo) e fiquei encantada. Estradas muito arranjadas, verde por todo o lado e até os ecopontos de rua achei interessantes (de inox, limpos e com o conteúdo a colocar escrito em português e inglês). Se o resto do país fosse assim organizado, certamente viveríamos melhor.
Lagos, misto de história e beleza natural

Lagos foi um importante centro naval, fundamental na época dos Descobrimentos Portugueses. Estátuas como a de D. Henrique e uma réplica de uma caravela evocam esses tempos.
Estávamos a passear pela rua junto da Marina quando um homem vestido de marinheiro nos convenceu a ir visitar as grutas e formações rochosas junto ao mar.
A água estava calma, a paisagem era maravilhosa, mas fiquei preocupada quando reparei que não haviam coletes de salvação. Hum... existiam 2 bóias e eram 2 os elementos da tripulação. Portanto, se houvesse problema, já sei quem se safava...
De qualquer modo, a vida selvagem em redor era fantástica. As gaivotas quase entravam no barco, sobrevoando-o e comendo os pedacinhos de pão que a tripulação lhes dava.
E depois haviam os pombos. Nunca pensei ver tanto pombo escondido nas rochas junto ao mar.

As grutas de águas calmas e transparentes, pareciam esconderijos no meio do mar. Entrávamos por uma "porta" estreita e quase sempre nos deparávamos com um amplo espaço no interior. Havia formações rochosas com cara de elefante, outras a parecer uma caveira...
Vi praias às quais só se podia chegar de barco, todas encantadoras.
Tirei por isso centenas de fotos. Qual não foi o meu espanto quando ao ampliar uma foto, já em casa, me apercebi que tinha tirado a uma praia de nudistas. Há sempre surpresas quando se ampliam as fotos. E não, não a vou colocar aqui.
Albufeira, muito encanto e muita loucura

Gostei imenso de Albufeira. À beira-mar, chega a lembrar a Grécia, com o seu imenso casario branco.
As ruas repletas de gente, têm de tudo um pouco para oferecer aos turistas. Imaginem agora o que é passear com uma miúda de 3 anos só a ver bóias da Kitty, guitarras, malinhas da Minnie... se eu tivesse ficado mais uns dias, era a minha ruína financeira.

Depois haviam os encantadores músicos de rua.
Ao lado está o saxofonista britânico
Johnny Hooper, que tocava músicas repletas de sensualidade. Comprei um Cd.
Índios tocavam flauta de pã, com o mar ao fundo. Não sei se foi da música, se da paisagem, acabei por comprar outro Cd (eu que até acho a flauta de pã linda mas melancólica).
Mas a música das minhas férias foi, sem dúvida, uma velha canção de Roy Orbison:
You got it. Esta música cheia de positivismo perseguia-me por todo o lado. E gostei disso.
Os bares eram fantásticos, especialmente à noite. Música alta, muita gente a dançar, muitos sorrisos nos rostos.
O inglês era a língua predominante. Caramba, até para mim se dirigiam em inglês (será da minha pele muito branca?). Chegava a ser enervante...
As britânicas nos seus mini-vestidos (ou seriam camisolas?), muitos rapazes bêbados, alguns desafiando as autoridades, fez com que a noite começasse a ficar algo estranha. Acabámos por sair dali, pois o ambiente não era dos melhores.
Bio e Eco
Como não podia deixar de ser fui a Faro abastecer-me de
produtos à The Body Shop. Como sabem sou fã de produtos amigos do ambiente, saudáveis e associados a campanhas de solidariedade (por falar nisso, acabei por colaborar também numa campanha da
Fundação do Gil).
O mar

Apesar da temperatura da água, este ano, deixar muito a desejar, adorei o mar!
A verdade é que o oceano me inspira. Adoro o som das ondas, o cantarolar das gaivotas, as águas brilhantes e o cheiro da água salgada.
Trouxe algumas pedras de recordação para colocar na minha casa-de-banho. Assim parece que tenho um pouquinho de praia cá em casa
Para me entreter devorei o livro do
Eric Weiner, "A Geografia da Felicidade".
Adorei! De leitura leve, com muito sentido de humor e dando-nos imensas pistas sobre o que influencia a nossa felicidade. Recomendo vivamente.
The end...
E chegou o último destes dias doces. E o meu marido fez-me uma surpresa.
A noite tinha chegado e ele levou-me a um sítio deserto, mas muito elevado. Parecia um beco sem saída. Surpresa! Saí do carro e fiquei extasiada com tamanha beleza.
Lá fora, uma lua cheia fantástica iluminava o oceano imenso. Na realidade estávamos no alto de um rochedo, mesmo atrás da praia. Avistávamos um imenso areal, as luzinhas dos barcos de pesca e todas as rochas e vegetação envolventes. Era sem dúvida um lugar espantoso para observar o mar. Do auto-rádio ouvia-se o saxofone de Johnny Hooper. E sim, a lua cheia completava o cenário. Foi uma noite mágica!
Vou ter saudades destes dias felizes!