
Desde pequenos que nos são incutidas ideias como as de que «temos que realizar primeiramente o desejo dos outros antes dos nossos», ou então de que «é egoísmo pensar em nós mesmos em primeiro lugar». Ouvem-se igualmente mil e uma opiniões sobre a forma como devemos viver, pelo que muitas pessoas acabam por fazer as escolhas dos outros e não as que desejavam lá no íntimo. Mas será que isso os irá fazer felizes? Será, que por oposição, deveremos unicamente pensar nas nossas necessidades, mesmo que isso implique passar por cima dos outros?
O segredo está no equilíbrio e, sim, para sermos felizes é importante que procuremos realizar o nosso propósito de vida e tentemos concretizar os nossos sonhos. Pessoalmente, acredito que todos nascemos com uma missão e a sua realização tornará este um mundo melhor.
Efectivamente, diversos estudos comprovam que as pessoas felizes e que vivem o seu propósito têm mais tendência para ajudar os que o rodeiam e a fazê-lo com verdadeiro prazer. No reverso da medalha, ignorar a sua própria felicidade origina muitas vezes sentimentos de ressentimento, falta de confiança na capacidade dos outros para fazerem as coisas sem a nossa ajuda, culpabilização e amargura.
Nunca desista de ser feliz se quer ver os que o rodeiam também felizes. Mas por agora deixo-lhe um
teste que adaptado do livro “
Gente Tóxica” do Teólogo e Psicólogo Bernardo Stamateas.
Descubra se coloca sempre os outros em primeiro lugar:
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Para cada questão, responda Verdadeiro ou Falso.
1 – Se os seus amigos tivessem de o descrever, preferia que dissessem que é uma pessoa atenta aos outros, do que uma pessoa feliz?
2 – Sente-se melhor a cuidar dos outros do que a permitir que os outros tratem de si?
3 – Surpreende-se com o facto de perceber que as pessoas que o circundam são incompetentes (tem de ser você a fazer tudo)?
4 – Considera que os outros não dão importância à maioria dos seus conselhos?
5 – Sente que, por vezes, tem de morder a língua na presença dos seus filhos, cônjuges ou outros familiares?
6 – Em termos genéricos, considera mais fácil fazer as coisas por si?
7 – Se alguém o trata mal, continua habitualmente tratando essa pessoa como sempre o fez?
8 – Por vezes os seus familiares ou amigos tomam por certo que podem contar consigo?
9 – Por vezes aceita atitudes de familiares e de amigos que nunca aceitaria de um desconhecido?
10 – Sente mais alegria de coisas boas quando há um ser que lhe é querido com quem as pode partilhar?
11 – Por vezes desejaria largar tudo, descansar um pouco e não ter que se preocupar com os outros?
12 – Em certas ocasiões respondeu a coisas que foram afirmadas na televisão, com comentários sarcásticos de correcção ao vocabulário ou à gramática?
13 – Cumpre as promessas que faz, mesmo que isso signifique sacrificar as suas próprias necessidades?
14 – Detestaria ser recordado como uma pessoa egoísta?
RESULTADOS:
Entre 1 a 2 “Verdadeiros” – A palavra “culpa” não entra no seu vocabulário. Na realidade, por norma coloca-se a si próprio em primeiro lugar. No seu caso, deverá analisar de não está a colocar as suas necessidades sempre acima das dos outros.
Entre 3 a 4 “Verdadeiros” – É uma pessoa equilibrada e responsável, sabe satisfazer as suas necessidades mais profundas sem ser um escravo dos seus caprichos. Possui capacidade para encontrar prazer em muitas coisas.
Entre 5 a 7 “Verdadeiros” – É uma pessoa abnegada de nível 1, um ser que adia as suas necessidades um pouco mais adiante, para quando for chegado o melhor momento para agir. O seu lema é “agora não posso, mas poderei mais para a frente”.
Entre 8 a 13 “Verdadeiros” – A sua abnegação chega ao nível 2, uma pessoa que ignora as suas próprias necessidades, até as mais básicas como comer, dormir, receber afecto, estudos, etc. Obtém maior gratificação por cuidar dos outros do que de si próprio, maior tendência para fazer os outros felizes do que lutar pela própria felicidade. As pessoas descrevem-no como uma «boa pessoa»; servir constitui o auge da sua vida. Se lhe acontecem coisas maravilhosas, tende a partilhá-las com os outros, ama-os a todos, cuida deles e investe em todos eles. No entanto esquece-se de investir em si próprio.
Igual ou mais de 14 “Verdadeiros” – Não reconhece as suas próprias capacidades; por esta altura já se converteu numa máquina de trabalhar, deixando de sentir, de pensar e de decidir o que é melhor para si. Neste ponto da sua vida, esta já não faz sentido, tem falta de sonhos e de expectativas; no seu íntimo apenas lhe resta espaço para a raiva e para frustrações extremas.
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Por último, subscrevo a ideia de Bernardo Stamateas “Só a si compete fazer a diferença. Haverá um determinado momento na sua vida em que terá necessidade de se dar conta do facto de que, se não satisfizer as suas necessidades, ninguém o fará por si. O que quer que seja que deseja que lhe aconteça, apague-o da sua mente e comece a desenhá-lo, a pormenorizar as metas a atingir e os passos a seguir, e avance de imediato até ao fim”.
Foto: spicecomments.com