quarta-feira, 11 de julho de 2012

A sua carga é demasiado pesada?


"Abaixo de um certo limiar de trabalho
morre-se de fome
e acima
morre-se de sobrecarga laboral"
Sergio Fernández

Recentemente tenho ouvido discursos de desesperança em situações absolutamente opostas. Ou é aquela jovem, cheia de sonhos, que tem de emigrar por não ter trabalho no nosso país. Ou é aquele pai de família, nos seus quarenta e poucos, cujo excesso de stress e vida agitada, lhe provocou um ataque cardíaco que lhe tirou a vida. Nem todas as situações são tão radicais, mas dá que pensar...

E onde reside a felicidade no meio disto? Algures no meio, a solução está algures no equilíbrio.

Primeiro é um mito considerar que as pessoas não precisam de dinheiro. Para além da satisfação das nossas necessidades básicas, o dinheiro permite-nos usufruir de uma série de experiências que nos farão felizes (por exemplo viagens, a concretização de alguns hobbies, a possibilidade de fazer o que gostamos e não o que somos obrigados, etc.).

Todavia, acima de um certo valor o dinheiro deixa de ter relevância para a nossa felicidade. Por outras palavras, não é o dinheiro em excesso que nos tornará mais felizes.

Quantas pessoas estão até às tantas no trabalho, chegam a casa e têm mil e uma tarefas por realizar, dormem um pouco e voltam à mesma rotina? Por vezes nem tempo para os filhos têm. É positivo querer crescer financeiramente, mas dentro de certos limites. É muito fácil descurar outras áreas da nossa vida, quando só estamos concentrados no dinheiro ou nos deveres. Da minha perspectiva, devemos sempre ponderar os benefícios económicos vs custos pessoais.

Sugiro que aposte no método de downshifting! Este consiste em colocar em primeiro lugar a simplicidade, a qualidade de vida, a saúde, o ganho de tempo em família e com amigos... e a própria felicidade. Trata-se da aposta em experiências em detrimento da aquisição de objectos e do consumismo em geral. Trata-se de dizer não quando as nossas prioridades estão em jogo. 

E você, já pensou nisso? A sua carga é demasiado pesada? Se isto lhe soa familiar, apresento-lhe desde já 4 sugestões:
- permita-se a relaxar;
- gira melhor o seu tempo;

Foto: Colton Witt

10 comentários:

  1. Mafalda,
    na minha vida já tive de tudo: um trabalho como profissional qualificada e muito mal paga, onde o diheiro era pouco e se contavam os tostões (conseguimos ser imensamente felizes), depois um outro trabalho a ganhar mais mas sem qualidade de vida, trabalhava 10 a 16h por dia, quase não via o meu marido e aos fim-de-semana era mais do mesmo, por isso resolvi despedir-me (ainda no tempo que podia fazer isso) porque mais dinheiro não me dava mais tempo e felicidade. Tomei uma atitude drástica e a nossa vida mudou. Agora, felizmente tenho um optimo emprego, com um excelente ordernado,sem horas extra e das 8.30h-17.30h (embora não seja o meu sonho). De qualquer maneira, tenho a sorte de estar enquadrada no meio de tudo isto. Felicidade? e feita de momentos, já tive mais, mas se calhar tambem tenho de me voltar a esforçar, quem sabe?
    Mas concordo quando dizes que o dinheiro não é tudo, que sim precisamos dele, mas o tempo para a familia e os amigos é o que de melhor podemos levar daqui. Bj**

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  2. Olá Mafalda, o assunto não pode ser resumido duma forma tão simplista. Por vezes assumem-se cargos, que por vezes se tornam demasiado "pesados", não por se querer ganhar mais mas por necessidade de haver alguem que assuma a responsabilidade. É precisamente a minha situação, o que ganho a mais é perfeitamente ridículo e não foi de maneira nenhuma o motivo que me levou a disponibilizar-me para o cargo que exerço, outros "valores" se ergueram.E agora? Quando o "mar fica mais alto que a terra" abandona-se o que assumimos? Agora que até deixei de ter subsídio de férias e 13º mês (sou funcionária pública) abandono?
    Há dias que o nosso trabalho,apesar de ser stressante,de nos ocupar muito tempo, de nos retirar tempo com a família( até aos fim de semana), também nos faz FELIZES.
    A felicidade encontra-se em situações muito diversas mas para mim não é no dinheiro de certeza.Vivo bem, felizmente, mas não é o dinheiro que me move para mais trabalho.

    bj

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    1. Ana,
      se não é o dinheiro que te move para mais trabalho e se achas que também te faz feliz, provavelmente sentes-o como o teu propósito de vida. Isso é muito positivo. Mesmo num trabalho que adoramos é normal sentirmos stress e por vezes ter de abdicar de tempo com a família. Aliás, existem trabalhos que até PAGARÍAMOS PARA OS FAZER.

      Ao que me refiro, são aquelas situações em que a pessoa quer sempre crescer. Fica feliz momentaneamente quando atinge dado objectivo, felicidade que logo se desvanece. Refiro-me a situações como os workaholics, que colocam o trabalho acima de todas as áreas da sua vida.

      Como escrevi de início a solução reside algures no EQUILÍBRIO.

      Eu própria tenho um cargo de imensa responsabilidade e ultimamente, devido a acréscimo de trabalho, tenho feito várias horas extra (que não são pagas). Mas não permito que seja sempre assim. Estou sempre em busca de soluções para gerir melhor o meu tempo e produzir o máximo que consiga.

      Beijo

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    2. Concordo plenamente. Há dias e dias.
      Beijinhos e obrigada pelo Blogue.

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  3. Adorei. A mentalidade das pessoas tem de mudar. Para melhor, para o simples. E assim chegaremos lá.

    Fique bem
    Madalena.

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  4. Adorei o artigo!Às vezes entregamo-nos de tal maneira ao trabalho que não pensamos nas repercussões. Bjs

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  5. Olá,Mafalda,

    De,facto o trabalho faz com que esqueçamos alguns dos pequenos prazeres da vida. Mas se a carga emocional é demasiado elevada quando somos praticamente sozinhas a suportar uma família? A gestão e a simplicidade no dia-a-dia não chegam para suportar tal fardo...
    Gostei do artigo!

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    1. Olá Sónia,
      não percebi exactamente o problema que enfrentas. Contudo, maior que a felicidade é o amor pela nossa família (estou a referir-me aos filhos). Por vezes temos de fazer sacrifícios por um bem maior, que é o bem-estar deles.

      Quero também sublinhar que não acho que o trabalho nos faça esquecer dos pequenos prazeres da vida, mas sim o excesso de trabalho e a ambição desmedida.

      Mas em situações complicadas, acho que é mesmo fundamental simplificar (por exemplo, se tivermos menos tralha, menos tempo perdemos a limpar e arrumar) e gerir o melhor possível o nosso tempo no trabalho e com as tarefas domésticas.

      É por isso que sou a favor da implementação de um sistema de Economia da Felicidade nas sociedades contemporâneas. As pessoas precisam de tempo para as várias dimensões da sua vida. Realisticamente, não acredito muito que o excesso de carga nos dê felicidade (como as investigações comprovam). Por vezes só complica.

      Beijo

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