quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Porque precisas de auto-compaixão na tua vida #1


O relacionamento mais importante da tua vida 
é o que tens contigo mesmo.” 
Diane von Furstenberg

Há anos que estudo artigos e livros de Psicologia Positiva. Mas só recentemente me deparei (ou prestei a atenção) à temática da auto-compaixão. Ter compaixão pelos outros foi algo que sempre considerei importante, mas... compaixão por mim mesma? Não, não me passava pela cabeça.

Na verdade, sempre fui demasiado crítica comigo. Sempre tive tendência para encontrar um ou outro defeito, talvez pela minha tendência para o perfeccionismo. E, acredita, nada disto contribui para a felicidade.

E tu, já pensaste nisso? Será que és demasiado duro/a contigo? Já pensaste em sentir a mesma compaixão que tens pelos outros, contigo mesmo/a?

O porquê de tanta auto-crítica negativa?


As raízes desta auto-crítica encontram-se na infância.

Quantas vezes a balança entre as críticas e o incentivo pesou mais para o lado das críticas? Muitos de nós fomos ensinados, mesmo que sem intenção, que o auto-julgamento e a auto-crítica irá tornar-nos melhores e levar-nos a cometer menos erros. Que o facto de sermos muito exigentes connosco e, de ambicionarmos chegar próximo da perfeição, é a melhor forma de alcançarmos o sucesso.

Existem ainda outros mitos em torno da auto-compaixão. Com alguma frequência, é confundida com uma atitude egoísta ou arrogante, com auto-indulgência, ou simplesmente com uma desculpa para os nossos erros.

O resultado disto é que quando não gostamos de algo em nós ou cometemos algum erro, somos demasiado duros/as. Acabamos sempre focados/as no que está errado e desvalorizamos o que temos ou fazemos de bom.

E isto é um autêntico disparate! Vários estudos têm vindo a demonstrar que a auto-crítica excessiva tende a deixar-nos desmotivados e mal preparados para lidar com desafios. Quando não nos sentimos bons/boas o suficiente, podemos ser conduzidos/as a uma baixa-autoestima, à ansiedade e até à depressão. 

Logo, é mais que claro que este não é o caminho ideal para o sucesso. Mas... e se tentasses ser mais amável contigo? Se optasses pelo caminho da auto-compaixão?

Mas o que é isto da auto-compaixão?


A auto-compaixão é a capacidade de sermos compreensivos/as e gentis com nós mesmos/as, sem nos julgarmos ou criticarmos excessivamente. Isto significa que devemos tratar-nos do mesmo modo que trataríamos alguém querido, se este se confrontasse com momentos difíceis, desafios, falhas ou inadequações.

Segundo a Dr.ª Kristin Neff, professora da Universidade do Texas e criadora da Escala da Auto-Compaixão, esta implica 3 aspectos:
1) Seres gentil contigo mesmo/a – significa que deves reconhecer que tu, tal como as outras pessoas, não és perfeito/a e que todos nós passamos por dificuldades. Aceita que isto é inevitável! Não ignores a tua a dor, nem te julgues severamente. Opta por seres gentil e compreensivo/a.
2) Seres humano/a – implica que reconheças que o sofrimento, a inadequação, as perdas, os obstáculos, o fracasso e as imperfeições, fazem parte da condição humana! Logo, não acontecem só contigo.
3) Observares com atenção plena (mindfulness) – olha os teus problemas como se fosses uma pessoa externa. Não os exageres, nem os ignores. Simplesmente aceita-os tal como são, sem julgamentos. Desta forma, terás mais capacidade para te ajudares a ti próprio/a.

Quais as consequências da falta de auto-compaixão?


Estudos recentes têm demonstrado vários malefícios da falta de auto-compaixão, nomeadamente:
- tendência para níveis de stress mais elevados;
- maior risco para de ansiedade e depressão;
- menor capacidade para implementar estratégias de coping;
- mais probabilidade de nos sentirmos desmotivados;
- mais dificuldade em lidar com os desafios da vida;
- mais probabilidade de ter uma baixa auto-estima.

Quais os benefícios da auto-compaixão?


Estudos têm comprovado também os benefícios da auto-compaixão, quando esta se torna um hábito na nossa vida: 

- maior aceitação de si mesmo/a – isto significa que a pessoa tem menos tendência para fazer críticas destrutivas a si mesma, incluindo generalizações negativas (como “Só faço asneiras, só podia dar este resultado.”). Tende a não dramatizar, pois encara os problemas e erros como parte da condição humana. 

- uma auto-estima saudável – tem uma imagem mais positiva de si, incluindo da sua capacidade para alcançar objectivos. Sente-se mais seguro/a e menos ameaçado/a pelas próprias falhas. Num estudo, mulheres com mais auto-compaixão, aceitavam melhor as suas imperfeições físicas e tinham uma imagem mais positiva do seu corpo (independentemente do seu IMC).

- maior bem-estar emocional – a auto-compaixão ajuda a pessoa a ser mais resiliente. Em consequência, sente menos stress e emoções negativas. Sofre menos! Isto leva a uma maior estabilidade emocional e a mais saúde mental (tem menos probabilidades de sofrer sintomas de ansiedade ou depressão).

- melhor saúde em geral – ser pouco auto-compassivo gera stress e este faz com que o organismo liberte hormonas imunossupressoras (que diminuem a actividade imunológica). Daí a importância da auto-compaixão, que tem o efeito contrário: menos stress = sistema imunitário mais forte, e, em consequência, mais saúde para o organismo.

- melhores relacionamentos – a pessoa com mais auto-compaixão, tende a reunir características que favorecem os relacionamentos, tais como: ser atencioso/a, solidário/a, disposto/a a comprometer-se, com mais capacidade para perdoar e para pedir perdão. Verificou-se que apesar de tudo, quando a relação não resulta, se houver divórcio, a pessoa recupera-se mais facilmente e num espaço mais curto do que alguém menos auto-compassivo. 

- mais capacidade para responder adequadamente aos desafios da vida – isto significa que consegue dar respostas mais saudáveis e adaptativas (olhando os problemas exactamente como são, sem os ampliar ou ignorar, mas concentrando-se na sua resolução).

- mais capacidade e motivação para atingir objectivos – a ideia de que a auto-compaixão leva à auto-indulgência, à preguiça ou à falta de motivação é um mito. Estudos provam justamente o contrário! A auto-compaixão favorece a motivação. A pessoa sente-se responsável pelas suas atitudes e tem mais tendência para ir à luta e tentar uma e outra vez. Por outro lado, quando não atinge os objectivos, não faz disso um drama (simplesmente porque se valoriza com base nas suas características pessoais e não pelo grau de sucesso que consegue atingir).

- mais capacidade para o crescimento pessoal e auto-aperfeiçoamento – a auto-compaixão permite ver as coisas com mais clareza e assumir responsabilidade face ao próprio comportamento. A pessoa por aceitar as suas falhas como humana que é, é mais propensa a agir para melhorar e a auto-aperfeiçoar-se.

- mais felicidade – a auto-compaixão leva a uma maior sensação de bem-estar geral, pelo que é um importante indicador da satisfação com a vida. Estudos confirmaram que as pessoas mais auto-compassivas são igualmente mais felizes, gratas e optimistas.

««»»

No próximo post sobre a «auto-compaixão» irás descobrir o seguinte:
- quais os sinais que indicam que precisas de mais auto-compaixão na tua vida;
- sugestões para desenvolveres a auto-compaixão.

Até lá!...

Fotos: 1.ª brenkee; 2.ª Foundry; 3.ª e 5.ª Free-Photos; 4.ª Ultra Nancy.
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segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Pensamento/Lema da semana #412


"A boa notícia 
é que há um grande número de circunstâncias internas sob nosso controle voluntário. 
Se decidirmos mudar 
(e tenha em mente que nenhuma dessas mudanças ocorrerá sem um esforço real), 
nosso nível de felicidade provavelmente aumentará 
de forma exponencial e duradoura." 
Martin Seligman


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quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Shinrin-yoku, um livro sobre o poder terapêutico da Natureza

Assim que li sobre Shinrin-yoku, apaixonei-me completamente. Na altura comecei a praticar e até escrevi um post sobre o tema.

Shinrin-yoku é uma expressão japonesa que significa literalmente «banho de floresta». O professor Yoshifumi Miyazaki da Universidade de Chiba no Japão e autor deste livro, aproveitou esta expressão para nomear uma nova terapia que usa o poder terapêutico da Natureza para prevenir doenças associadas ao stress.

Miyazaki estuda os efeitos da Natureza na redução do stress e a sua investigação, bem como várias sugestões práticas estão reunidas neste livro: "Shinrin-yoku. A terapia japonesa dos banhos de floresta que melhora a sua saúde e bem-estar".

Mas vamos falar do livro...

Em primeiro lugar é uma obra lindíssima, com imagens deslumbrantes, o que por si só nos relaxa.


Quanto ao conteúdo, o autor começa por fazer uma pequena introdução, onde explica o que é o Shinrin-yoku e porque precisamos dele. Conta-nos também um pouco da sua história.


Nos capítulos seguintes, aborda os seguintes temas:

1. O conceito de terapia da Natureza (os objectivos e benefícios desta terapia, os efeitos no nosso organismo das pressões do mundo moderno, como funcionam o sistema nervoso simpático e o parassimpático, tipos de doenças associados ao stress e porque é que a Natureza reduz o stress).

2. A relação do Japão com a Natureza (mostra como a relação com a Natureza é diferente entre japoneses e ocidentais, fala da estética japonesa, da geografia do Japão e das suas florestas, da investigação ao nível das terapias da Natureza).

3. A prática do Shinrin-yoku (exemplos de actividades de terapia na floresta, qual a melhor terapia para cada pessoa, exemplos do que se pratica em vários centros de terapia da floresta no Japão, o que as crianças podem aprender na Natureza e os benefícios desta para as crianças).

4. Trazer a floresta para perto de casa (a importância de incluir a Natureza nos espaços urbanos e exemplos de onde isso se passa, a terapia da madeira, com os bonsais, com plantas e flores, como purificar o ar com plantas de interior e os óleos essenciais).

5. A ciência por detrás da terapia da Natureza (como medir com precisão o stress ou o relaxamento num dado momento, descrição de vários estudos que se realizaram sobre a terapia da floresta, a terapia no parque e outras terapias da Natureza).

6. O futuro da investigação da terapia da floresta (o que falta estudar e as lacunas que ainda necessitam de ser resolvidas, outras investigações que estão a ser feitas pelo mundo).


Ao longo do livro encontramos várias frases inspiradoras de grandes pensadores, com imagens de fundo encantadoras.


É uma delícia folhear este livro de capa dura. Quase todas as páginas têm alguma imagem encantadora da Natureza.


O livro contém vários exemplos de actividades de terapia na floresta. Nestas são indicados os seus benefícios e é explicado como se podem praticar.


Para melhor percebermos a parte da investigação científica da terapia da floresta, são incluídos esquemas, tabelas ou gráficos. Em cada estudo, são-nos dadas explicações sobre quem testaram, o que testaram e os resultados.


Um livro com sugestões acessíveis, que podemos facilmente implementar. Com estas podemos reduzir o stress e relaxar (sendo que o próprio livro, já é um meio para o relaxamento... falo por mim). Em suma, adorei.

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segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Pensamento/Lema da semana #411


"Concentre-se na viagem, não no destino. 
A alegria não está na conclusão de uma actividade 
mas na sua execução." 
Greg Anderson

Foto: Pexels
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sexta-feira, 17 de agosto de 2018

O Minuto Verde - O manual perfeito para uma vida mais ecológica

Esta semana escrevi sobre ecologia. Seguindo esta linha, decidi falar do livro "Minuto Verde" da Quercus - um livro pequeno, mas super útil. Daqueles que considero que todos deveríamos de ler... e reler.

O livro reúne cerca de 200 recomendações simples, que podemos colocar em prática no dia-a-dia. Com estes pequenos gestos, podemos dar o nosso contributo para um ambiente melhor. Porque como disse um dia alguém "Não herdámos a Terra dos nossos pais, mas pedimo-la emprestada aos nossos filhos". Então, há que dar o exemplo e contribuir para um planeta melhor.

O livro aborda os seguintes temas e sub-temas:
1. Água e saneamento (consumo eficiente dentro de casa e no exterior, qualidade da água e águas residuais);
2. Energia (uso eficiente de electrodomésticos, iluminação, climatização, entretenimento e escritório, truques para poupar energia e energia renovável);
3. Resíduos (reduzir, reutilizar, reciclar e compostar, resíduos especiais e recolha selectiva);
4. Construção sustentável (arquitectura bioclimática, qualidade do ar interior, climatização passiva e certificações);
5. Mobilidade (no dia-a-dia, médias e longas distâncias, automóvel, mobilidade eléctrica e bicicleta);
6. Poluição (poluição atmosférica, sonora e da água);
7. Compras responsáveis (redução do desperdício, dieta alimentar, cortiça e certificações);
8. Solos e agricultura biológica (químicos, agricultura biológica, produtos biológicos alimentares e outros produtos biológicos);
9. Património Natural (florestas, ecossistemas aquáticos, zonas costeiras, biodiversidade e avifauna...);
10. Turismo sustentável (alojamento e transporte turístico, zonas balneares, turismo de Natureza, turismo activo e responsável);
11. Alterações climáticas (aquecimento global, consequências e soluções).

Cada tema, como referi, aborda vários sub-temas e estes, por sua vez, abordam ainda temas mais específicos. Por exemplo, relativamente ao tema «água e saneamento», um dos sub-temas tem a ver com «águas residuais». Este por sua vez, aborda temas específicos como: rede de drenagem de águas pluviais, cuidado com o que deitamos na rede de esgotos, sanita não é caixote e a importância das ETAR.

Estes sub-temas mais específicos vão além de nos indicar o que fazer, pois explicam-nos as razões para tal. Por exemplo no que respeita ao «cuidado com o que deitamos na rede de esgotos» indicam que não devemos deitar óleo usado nos esgotos (infelizmente, uma prática comum), porque obstruem os filtros das Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) e, mais grave, "(...) apenas um litro de óleo alimentar usado pode contaminar um milhão de litros de água".

Para além disso o que está escrito, não está lá por acaso. Por norma é assente em estudos e estatísticas. Por exemplo, no que respeita à poluição da água, refere que neste momento, a média anual de plástico que acaba nos oceanos é de 8 milhões de toneladas! Isto é equivalente a despejar no mar, um camião de lixo por minuto. Se o despejo destes resíduos se mantiver ao nível actual "(...) em 2050 haverá, em peso, mais plástico do que peixes nos mares (...)".

Um outro aspecto é que tem muita informação quanto à realidade portuguesa, quer a nível de estudos e estatísticas (a opção por rolhas de cortiça é uma solução ecológica, pois a sua produção e utilização emite 26 vezes menos CO2, em comparação com os vedantes de plástico ou alumínio; para além disso, ajuda a preservar o ecossistema do montado, contribui para as exportações [90% da produção de cortiça é vendida ao estrangeiro, sendo que Portugal é responsável por 49% da produção mundial] e mantém 9.000 postos de trabalho), quer a nível do que pode ser feito (é possível ajudar na plantação da floresta autóctone, através da campanha "Uma árvore pela Floresta", desenvolvida em parceria entre a Quercus e os CTT).

Em suma, é um livro pequeno, mas super-completo. Acredito que levar à prática as suas sugestões, permite-nos ajudar o planeta e deixar uma herança melhor às novas gerações.

Foto: Mafalda S.
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quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Como evitar o desperdício de alimentos #2


Na semana passada falei do meu «choque», ao ler sobre a quantidade gigantesca de alimentos que desperdiçamos. Pessoalmente pensava que não desperdiçava grande coisa. Mas para ter noção da realidade, durante um mês fiz um «registo de desperdícios». Neste, registava sempre que ia deitar algum alimento para o lixo (Ex.: 1 limão apodrecido, restos de salsa estragados, etc.). 

Para minha surpresa, cá em casa desperdiçamos mais do que eu imaginava. Decidi assim pesquisar formas de evitar o desperdício alimentar. Algumas já uso (e têm feito toda a diferença!). Outras quero aplicar - a bem do ambiente e da minha carteira.

Partilho o que descobri contigo, sobre como evitar o desperdício de alimentos.

Na aquisição dos alimentos:


1 - Faz uma ementa, de modo a saberes quais são os ingredientes exactos, que irás necessitar para as tuas refeições. Deves fazê-la incluindo alguns produtos que já tenhas em casa.

2 - Elabora uma lista de compras, baseando-te na ementa semanal. Verifica previamente o que tens em casa e inclui na tua lista somente o que necessitas. Nas compras, tenta cingir-te a esta lista.

3 - Evita comprar quantidades excessivas. Para tal tem em atenção a dimensão das embalagens e, se possível, compra a granel.

4 - Compra em quantidade, somente os produtos em promoção que reúnam as seguintes características:
a) produtos que realmente usas;
b) alimentos com validade longa.

5 - Verifica sempre a validade dos produtos, optando pelos que têm uma validade mais longa. Compra produtos com a validade próxima, somente se os fores cozinhar dentro desse prazo. (Tem em atenção que aqueles produtos que têm a indicação "Consumir de preferência antes de" podem ser consumidos depois da data indicada, mas podem já ter perdido parte das suas características).

6 - Deixa para o fim das compras os alimentos refrigerados (como iogurtes e congelados), de modo a reduzir as perdas de frio, prolongando a longevidade dos produtos.

7 - Aumenta a periodicidade das compras. Em vez de ires mensalmente às compras, vai por exemplo, uma vez por semana. Comprando menores quantidades, evitas o estoque de alimentos que acabam por deteriorar-se.

8 - Impõe limite aos gastos semanais. Ao tentares não ultrapassar esse limite, evitas compras desnecessárias. Podes por exemplo apontar os teus gastos durante um mês e, a partir disso, fazer uma média dos gastos semanais. Define o teu valor dentro dessa média, ou até um pouco abaixo, se o objectivo for poupar.

9 - Não desperdices os alimentos que te dão. Se te derem em excesso, tens 3 opções:
a) diz gentilmente à pessoa, que agradeces, mas que não consegues consumir tanta quantidade;
b) congela o máximo de alimentos que conseguires;
c) oferece parte do que te deram a um/a amigo/a ou vizinho/a.

10 - Faz um «Mês dos Aproveitamentos», quando existirem muitos restos de alimentos acumulados (uma vez que nem sempre consumimos tudo numa só refeição). Aponta tudo o que existe na tua despensa, frigorífico e congelador. Depois, elabora as ementas em função disso. Até estes produtos acabarem, praticamente não necessitas de ir às compras (com excepção do pão ou de alguns frescos).

No transporte dos produtos alimentares:


11 - Acondiciona adequadamente os alimentos nos sacos de compras (por exemplo, latas em baixo, verduras e ovos em cima). Assim garantes que não se partem, amachuquem ou até fiquem inutilizados.

12 - Usa sacos térmicos sempre que necessário. Deste modo poderás garantir a frescura dos produtos congelados. As perdas de temperaturas, podem levar à perda de características ou até estragá-los.

13 - Após as compras, tenta regressar logo a casa, de modo a evitar que os produtos fiquem sujeitos a temperaturas elevadas e se comecem a deteriorar.

14 - Quando fizeres refeições fora de casa (no escritório, na escola, numa viagem ou num piquenique) transporta os alimentos em caixas herméticas e/ou sacos térmicos. Assim, para além de tudo se manter em condições até há hora da refeição, ainda poderás levar para casa eventuais sobras.

Na arrumação dos alimentos:


15 - Limpa o frigorífico, congelador e despensa com alguma frequência. O frigorífico deve de ser limpo pelo menos 2 vezes por mês, para evitar a proliferação de bactérias. É importante limpares também o congelador e a despensa, não só por questões de higiene, mas para controlares a validade e acumulação de produtos. Cá em casa, sempre que vou às compras faço uma limpeza rápida nestas áreas, ou seja, semanalmente. Deixo as limpezas mais profundas, para quando tenho mais tempo.

16 - Evita encher demasiado o frigorífico, pois dificulta a circulação de ar frio. Em consequência, alguns pontos do frigorífico aquecem e os alimentos deterioram-se mais rapidamente.

17 - Após a abertura de alimentos em embalagens, coloca os alimentos em recipientes bem vedados (sacos ou recipientes hermeticamente fechados). Dependendo do tipo de alimento, podes ter de os higienizar e secar previamente. Não te esqueças de anotar a data em que os guardas e/ou a validade dos produtos. Nota: há excepções a este tipo de conservação. Por exemplo, no que respeita a batatas, não as deves lavar previamente, para não lhe retirares a protecção natural contra as bactérias. Por outro lado, devem ser guardadas num saco de papel aberto ou numa caixa, para que não acumulem humidade. Na dúvida, o melhor é pesquisares em relação a alimentos específicos.

18 - Arruma os alimentos de acordo com a sua validade. Os de menor prazo, devem ficar mais visíveis (em cima ou à frente dos outros).

19 - Respeita as condições de conservação dos alimentos, de acordo com os rótulos. Por exemplo onde devem de ser guardados, a que temperatura, quantos dias após abertura podem ser consumidos, etc.

20 - Não armazenes cebolas junto de batatas, afasta-as um pouco. Quando juntas, produzem gases que as deterioram mais rapidamente.

21 - Congela alimentos frescos em excesso. Podes partir legumes ou frutas em pedacinhos e congelar (estas últimas são óptimas para fazer batidos).

22 - Opta por potes transparentes para guardar alimentos. O facto de poderes ver o alimento, lembra-te que o tens guardado. Caso contrário podes simplesmente esquecê-lo e, quando o descobrires... bem, pode ser tarde demais.

Na preparação das refeições:


23. Novamente, tem em atenção a validade dos produtos. Na hora de cozinhar, opta pelos que estão mais próximos do fim da validade.

24. Não cozinhes quantidades excessivas (excepto se o objectivo for congelar parte das refeições), nem enchas demasiado os pratos. Opta por ajustar as porções,  ao que realmente comem.

25. Se preparares refeições extra, com o intuito de congelar, coloca a quantidade adequada a uma refeição (tendo em conta o número de pessoas que a vai consumir) em cada recipiente. Assim poupas tempo e evitas desperdícios.

26. Evita que preparem comida em excesso, também nos restaurantes. As doses portuguesas são no geral, e temos de ser sinceros, um exagero. Tendo isso em atenção e, porque por vezes «temos mais olhos que barriga», opta por pedir meia dose ou uma dose para dois. Mesmo que vários pratos te agradem, podes experimentá-los noutras vezes.

No aproveitamento de sobras:


27. Aproveita os restos do dia de ontem e come a mesma refeição.

28. Congela as sobras. Nos dias em que não tens tempo para cozinhar, serão uma bênção.

29. Confecciona uma nova refeição, usando os restos. Eis algumas sugestões:
a) Sobras de batatas cozidas - podes usá-las num puré ou empadão;
b) Sobras de carne ou de peixe - podes usá-los num empadão, em pastéis ou rissóis ou até numa salada;
c) Restos de arroz - podes usá-lo na sopa ou para arroz no forno.

30. Aproveita o máximo que puderes de um alimento. Isto significa usar coisas como cascas, talos, restos de fruta com partes feias (basta descartar estas partes). Eis algumas sugestões, para lhes dares uso:
a) Restos de hortícolas - podes usá-los numa sopa ou esparregado;
b) Folhas e talos (couve, alho francês...) e cascas de alimentos (courgette, cenoura, banana, batata...) - podes usá-los em molhos ou caldos de legumes ou confeccionando novos pratos (espreita estas receitas);
c) Fruta madura - podes fazer salada de fruta, batido, puré ou até usar em salada;
d) Pão duro - podes usar em torradas, açordas, migas e até doces.

31. Encontra inspiração para cozinhar com as sobras em livros de receitas. Cá em casa, tenho estes dois: 
a) o livro "Poupe com o Jamie" do Jamie Oliver - Neste livro, cada capítulo inclui receitas com um tipo de alimentos (vegetarianas, frango, porco, peixe, etc.). Depois, dentro de cada capítulo, entre as receitas disponibilizadas, algumas destinam-se ao aproveitamento das sobras. Por exemplo no capítulo sobre o peixe, tem uma receita-base de salmão, que é «salmão assado». Nas receitas com sobras, tem coisas como: «tacos de salmão saborosos»; «empada de salmão com massa filo»; «salada de salmão vietnamita» (só por curiosidade, este capítulo também traz uma receita com o título «a minha caldeirada portuguesa»!).

b) o livro "Cozinha prática para o dia-a-dia", que uso imensas vezes, mas infelizmente está esgotado (quem sabe se não o encontras por aí...). Este livro traz um capítulo inteirinho sobre aproveitamento de sobras. Deixo-te o nome de algumas receitas, para que, quem sabe, consigas encontrar algo semelhante na Net: tarte de frango com fumados, empadas de borrego, quiche, suflé de pescada com delícias do mar, empadão de carne, pataniscas de bacalhau, torta de batata com legumes, croquetes de carne, gelado com pão-de-ló, pirâmides de chocolate, pudim de pão, etc.

32. Se tiveres um jardim ou horta, podes utilizar húmus produzido por ti, através de compostagem caseira. Compra um recipiente para o efeito e, em vez de deitares os resíduos orgânicos directamente no lixo, coloca o que puderes aqui. Contudo, tem em atenção que não podes colocar tudo e mais alguma coisa. Assim:
a) podes colocar: restos de frutas e de legumes (inclui cascas, talos e o que mais sobrar), ervas aromáticas, grãos e sementes, cereais matinais, cascas de ovos, borras de café, farinhas, saquinhos de chá (os de papel), formas de cupcake de papel, rolhas de cortiça, sobras de alimentos cozidos ou estragados (sem exageros, para não ganhar mau cheiro);
b) não podes colocar: carne e ossos, massas, cascas de limão, alho e cebola, frutas cítricas em excesso, lacticínios, óleos e outras gorduras.

Foto: 1.ª Congerdesign; 2.ª Stocksnap; 3.ª jf gabnor; 4.ª Mittmac; 5.ª Free-photos; 6.ª Sílvia Rita;
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segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Pensamento/Lema da semana #410


"Antes de chegares às tuas portas abertas, tens de chegar às portas fechadas... 
Mas, e se soubesses que terias de passar por 32 portas fechadas 
até chegares à tua porta aberta? 
Bem, chegarias à porta fechada número oito e pensarias: 'Boa, menos uma!'... 
Continua em frente."
Joel Osteen

Foto: sciencefreak
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quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Quantos alimentos desperdiças? - O Registo de Desperdícios #1


"Desperdício alimentar num planeta com fome
é escandaloso."
Lasse Gustavsson

Folheava a revista Visão quando um artigo me chamou a atenção. Este referia que um terço do peixe capturado no mundo, simplesmente vai para o lixo. Em números significa que "8 milhões de toneladas são deitadas borda fora [peixe que é devolvido morto ao mar] e 23,5 milhões de toneladas de peixe vão literalmente para o lixo, na maioria das vezes devido a falhas na refrigeração". Confesso que isto me deixou chocada...

Entretanto pesquisei qual o desperdício de alimentos, em geral, pelo mundo. E não é que um terço da comida também vai para o lixo? Só os portugueses, que até nem são dos piores, deitam para o lixo anualmente 1 milhão de toneladas de alimentos, sendo que as famílias desperdiçam 324 mil toneladas!!! Caramba, é muita coisa...

Esta chamada de atenção, fez-me querer saber quantos alimentos desperdiçamos cá em casa. Resolvi fazer, durante um mês, um registo de todos os alimentos que deitamos para o lixo. O resultado? Nova onda de choque: desperdiçamos mais do que suspeitava. Por outro lado, este registo permitiu-me conhecer os nossos pontos fracos e delinear um plano para os ultrapassar.

Os desperdícios, surpreendentemente, não passaram tanto por restos de comida confeccionada. Isto porque, deste há algum tempo, que tenho reduzido as quantidades que cozinho e, por vezes, até congelo alguns excedentes. 

Também em relação a produtos fora de prazo, não é coisa que ocorra com frequência. O que tem ajudado é a prática do mês dos aproveitamentos, ou seja, quando começam a existir muitos alimentos acumulados, faço uma organização especial ao frigorífico, congelador e despensa. Depois, elaboro a ementa, com base nos ingredientes existentes. Nesse mês, praticamente não compro nada (excepto frescos e pão). 

O meu principal problema são mesmo os frescos, ora vejamos o registo de uma das semanas:

"1 limão apodrecido; resto de pacote com bolachas moles e com mau sabor; várias folhas de alface; restos de feijão verde velho e apodrecido; restos de salsa e de coentros; 4 cogumelos." 

Agora analisando o porquê destes desperdícios:
✓ o limão e os cogumelos - de origem biológica, não são vendidos a granel, mas em embalagens, pelo que nem sempre consigo consumir a totalidade dos produtos (na zona onde moro todos os produtos bio vêm assim - chateia-me ver tanta embalagem...);
✓ as bolachas - produto que as crianças quiseram, mas depois não consumiram na totalidade;
✓ alface e feijão-verde - deram-me estes produtos, mas em tanta quantidade que não consegui consumir (pensando à posteriori, bem que podia ter dado 1 das alfaces a um vizinho e ter cortado e congelado parte do feijão-verde);
✓ salsa e coentros - os raminhos que se vendem, a meu ver, trazem sempre excesso de quantidade. Era óptimo poder comprar a granel, somente aquilo que precisamos. (Desde então tenho comprado em vasinhos e plantado na varanda). 

Com pequenos gestos podemos fazer a diferença. Este «registo de desperdícios» é uma forma de nos confrontar com a realidade. Tem sobretudo a vantagem de nos mostrar onde estão os problemas e de nos pôr a pensar em soluções para os mesmos. É também um pequeno passo para protegermos mais o ambiente e a nossa carteira.

E tu, aceitas o desafio? Que tal fazeres um registo dos teus próprios desperdícios alimentares?

Cá por casa, quero estender este registo a outras áreas. Por ex. maquilhagem, produtos de beleza, roupas, etc.

Ah! Num próximo post, darei algumas sugestões para reduzir o desperdícios de alimentos.

Foto: dbreen
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quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Um livro para uma casa mais saudável e feliz

Há algum tempo que um livro não me surpreendia tanto, como este: "Uma casa mais saudável, uma família mais feliz" de Marcelina Guimarães (arquitecta) e Miguel Fernandes (geógrafo). E surpreendeu, pela quantidade de informação que eu própria desconhecia.

Trata-se de um livro na área da geobiologia ou «medicina do habitat», que estuda o impacto do meio ambiente e das construções na saúde e aplica esse conhecimento na edificação ou reestruturação de espaços, para os tornar mais saudáveis. 

Apesar de em alguns países ser prática comum, ter em conta os factores que tornam uma casa saudável (por ex. na Alemanha, França, Suíça, etc.) em Portugal ainda há um enorme desconhecimento sobre o tema. Conclusão: nem sempre vivemos ou trabalhamos nos edifícios mais saudáveis...

Contudo, ao longo do tempo efectuaram-se diversos estudos (expostos no livro), que conseguiram associar determinadas patologias (especialmente cancro) com a exposição a elementos nocivos para a saúde. Cito a conclusão de um desses estudos, feito na Polónia, sobre a relação de radiações terrestres com mais de 5000 casos de cancro na localidade de Stettin: "Após a sua investigação às 2908 habitações, descobriu que todas as camas das 5348 pessoas falecidas, com cancro, nessas habitações estavam sob forte influência de radiações terrestres."

Os autores não falam obviamente só de radiações terrestres. Este foi só um exemplo. Ao longo do livro abordam, entre outros, os seguintes temas:
- A evolução do habitat e o seu impacto na saúde;
- O que é, para que serve e exemplos de investigações da geobiologia ou medicina do habitat;
- Factores associados à habitação que influenciam a saúde (a envolvente e factores de ordem ambiental; radiações naturais [por ex. gás radão - inclui um mapa com as concentrações deste gás em Portugal Continental] e artificiais [instalações eléctricas, electrodomésticos, linhas de alta tensão, telemóveis, antenas, etc.]; qualidade do ar; conforto acústico, lumínico e térmico; desenho bioclimático; água e instalações hidráulicas; materiais de construção e decoração; plantas naturais);
- As radiações e a saúde (efeitos sobre a saúde; sintomas e doenças mais comuns);
- 10 mandamentos para algumas divisões da casa (o quarto, a sala e a cozinha );
- A arquitectura saudável.

É óbvio que o ideal seria ler este livro antes de construir uma casa. Contudo, o mesmo dá soluções para minorar os factores negativos a que possamos estar sujeitos, em espaços já edificados.

Para cada tema do livro, os autores têm um resumo no final do que é mesmo proibido, do que devemos evitar e do que é obrigatório. Se há coisas que só um técnico especializado consegue medir ou tratar, na maioria dos casos há pequenas mudanças que nós mesmos podemos efectuar. Vou dar 1 exemplo de um destes resumos, sobre o tema "radioactividade ambiental e gás radão". Os autores dão várias sugestões, mas aqui vou exemplificar só com uma:
"Proibido - Permanecer ou pernoitar em habitações de férias/fim-de-semana, que estão fechadas por largos períodos de tempo, sem um arejamento prévio de 15/20 minutos;
EvitarDecorar espaços interiores com granitos, xistos/ardósias e basalto;
Obrigatório - Construir e decorar os espaços com materiais não radioactivos, tais como madeira, bambu, mármore, pedras calcárias, cortiça, etc." 

O livro está realmente muito interessante. Agrada-me sobretudo a base cientifica por detrás de cada tema. Estou certa que pode não só ajudar-nos a ter mais saúde, como pode salvar vidas. Descobri também que tenho uma data de coisas para melhorar cá por casa...

Foto: Mafalda S.
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terça-feira, 7 de agosto de 2018

Para refletir: coisas na vida que não consegues recuperar


Algures no facebook encontrei este texto. Achei que fazia muito sentido!

Para refletir...
"Existem 5 coisas na vida que não podes recuperar:
Uma pedra... depois de lançada.
Uma palavra... depois de ser dita. 
Uma ocasião... depois que ser perdida. 
O tempo... depois que ele se ir. 
Uma pessoa... depois de morrer. 
A vida é curta. 
Quebra as regras. Perdoa rapidamente. 
Beija lentamente. Ama verdadeiramente. 
Ri incontornavelmente e nunca te arrependas de nada que te fez sorrir. 
Aproveita a vida!"
Autor desconhecido

Verdade! Melhor mesmo é deixarmo-nos de «coisas pequeninas» que nada acrescentam e valorizar cada segundo com quem amamos, tal como escolher o que nos faz felizes. Acrescento ainda, o aproveitar desta vida para evoluir e construir a nossa melhor versão.

Tem um excelente dia. Sê feliz!

Foto: Pezibear
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segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Pensamento/Lema da semana #409


"O homem deve ser suficientemente grande
para admitir os seus erros,
suficientemente esperto
para beneficiar deles
e suficientemente forte
para os corrigir."
John C. Maxwell

Foto: Bluesnap
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