terça-feira, 14 de abril de 2020

A importância do «descanso» em tempo de pandemia... e não só


"O simples ato de fechar os olhos durante cinco a dez minutos
pode ajudar-nos a desligar e a recarregar a meio do dia.
Muitas vezes, é tudo o que precisamos para continuarmos
e para termos energia sustentada."
Pedram Shojai in "O Monge Urbano"

Vou confessar. Ultimamente sinto-me uma espécie de malabarista, a tentar equilibrar-me entre uma sucessão infindável de tarefas. Desde que tivemos de ficar confinados ao domicílio (e acho importantíssima esta medida!), parece que as tarefas quadruplicaram. Quando algumas pessoas reclamam que estão entediadas, sem saber o que fazer em casa, sinto-me noutra dimensão. Porque o que eu mais queria era um momento de pausa e francamente não está fácil de conseguir.

Eu e os pequenos estamos em casa, logo a sujidade e desarrumação aumentaram consideravelmente. O marido continua a trabalhar fora, mas logo que chega a roupa segue para a máquina. Tem sido roupa para tratar, que parece não acabar mais. Têm sido limpezas e desinfeções extra (também para prevenção, por causa do coronavírus). Tenho feito as tarefas para a empresa. Acompanho os miúdos nas actividades escolares (ela anda no 6.º ano, mas mesmo ao meu filho, que anda no infantário, organizo actividades e tenho de enviar um relatório das mesmas para a escola). Depois há as refeições (que agora são mais, pois o marido leva sempre de casa). Até pão tenho tentado fazer, para evitar idas à padaria. Conclusão: sinto-me exausta. Parece que as tarefas se sucedem sem pausas desde que acordo até cair na cama.

Na semana passada cheguei a uma exaustão tal, que sentia dores físicas por todo o corpo. Foi então que decidi parar. Deixei as tarefas de lado e descansei uma tarde. O marido estava em casa e eu simplesmente caí na cama. Passado algum tempo, após estar apenas no escuro, fui ver um filme qualquer que passava na TV. E não imaginas como isto me fez bem... no dia seguinte, as dores no corpo tinham passado e estava (muito) mais produtiva. Acho que só naquele momento, tive verdadeira consciência da importância do descanço.

Entretanto, tomei algumas decisões, para tentar levar uma vida mais equilibrada enquanto estou em casa:

1 - deixar de fazer tarefas que, de momento, não são prioritárias (por exemplo passar a ferro);

2 - simplificar as refeições (receitas simples, sem uma exorbitância de ingredientes);

3 - solicitar mais colaboração nas tarefas domésticas, junto de quem cá vive;

4 - só até me reorganizar, reduzir o número de tarefas associadas ao meu objetivo para este ano (reduzo de 4 tarefas semanais para 2); 

5 - manter a ajuda preciosa do meu Bujo, para gestão do meu tempo. Lá registo o que tenho para fazer, priorizo aquilo que é urgente e reflito sobre o andamento das coisas (o que vai bem, onde devo de melhorar);

6 - fazer algumas pausas entre tarefas ao longo do dia (nem que sejam 10 minutos, já faz toda a diferença);

7 - voltar às minhas leituras para manter a motivação, evoluir enquanto pessoa ou simplesmente relaxar (é que as minhas leituras diminuíram consideravelmente nos últimos tempos e isso tem-me feito mal);

8 - tentar deitar-me mais cedo, para me levantar com mais energia (e com menos dores de cabeça);

9 - pelo menos no Domingo à tarde não fazer qualquer tarefa, que não seja descansar e estar com a família.

E é este o meu plano. Para já para os tempos de pandemia. Mas não descarto a importância dos momentos de descanso nas nossas vidas, em geral. 

Sinto que assim, tudo correrá melhor.

2 comentários:

  1. Estamos a alguns mares de distância, mas também tive a mesma sensação no período que fiz home office: as atividades domésticas se multiplicavam a todo tempo. Agora, eu e marido estamos trabalhando mas as atividades de limpeza não param por conta do vírus. Até mesmo a minha terapeuta já falou como é importante tirar um tempo para parar e só respirar. Não está muito fácil nos últimos dias, mas seguimos tentando.
    Estou voltando aos poucos com o blog e gostaria do seu comentário por lá.
    Abraços e fique com Deus
    Nana
    http://procurandoamigosvirtuais.blogspot.com/

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  2. Eu revejo-me no seu texto/tarefas a dobrar. Já estou em casa há anos. Tenho uma afilhada comigo com 11 anos, está no 6º ano. Depois, para a Filha e o genro trabalhar tenho que ficar com os netos. Ela com 15 (especial) e ele com 3 anos. É uma trabalheira que é de dar com uma pessoa em doida! Isto das escoas, é para o bem de todos...mas vão dar-nos muitas dores de cabeça! :/
    -
    Segue o meu imaginário ...
    -
    Beijos e uma excelente noite!
    "Protejam-se"

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