Hoje resolvi fazer mais um ponto de situação do meu «plano para destralhar totalmente a casa». Aqui vai:
Número de áreas a destralhar e organizar
Se já conheces o meu plano, sabes que distribui o destralhamento e organização por áreas muito pequenas. Assim, neste momento, de um total de 210 áreas, faltam-me 147!
Mas como referi no último post, surgiu um imprevisto. Na altura da elaboração do plano, esqueci-me de considerar a despensa. Deste modo faltam-me efectivamente 147 áreas + 17 = 164 no total. É uma pena ter cometido um erro tão básico, mas o importante é seguir em frente. Nos próximos posts vou considerar sempre que fiz X áreas + 17.
Mais uma vez consegui superar as áreas que previa destralhar numa semana (quatro), pelo que continuo com trabalho adiantado até meio da semana de 12 a 18 de Outubro.
Motivação
Desta vez a única motivação que tive foram os resultados alcançados, mas confesso que não é suficiente. Só isso, não me dá todo o entusiasmo que necessito para continuar. A verdade é que ando a ler um livro que nada tem que ver com organização e isso reflecte-se na minha vontade de destralhar. Ou seja, destralhei mais por obrigação e não com aquele entusiasmo que sempre tive.
Assim, apesar de querer ler só um único livro de cada vez (tinha por hábito ler vários ao mesmo tempo), vou permitir-me a ler dois livros sendo um deles de organização. Este último deverá ser lido aos poucos, imediatamente antes de destralhar.
Também tenho tido vontade de alcançar outros objectivos na minha vida. Mas tenho de me controlar! A curto prazo quero concentrar-me no máximo em 2 objectivos (este e um outro), para evitar começar tudo e não concluir nada. Quando tiver concluído o destralhamento total da minha casa, aí sim, poderei concentrar-me noutra coisa.
Como está a correr o destralhamento, em colaboração com a minha filha de 7 anos
O antigo carrinho de brinquedos da minha filha, dá agora lugar aos seus livros (detalhe do quarto após destralhe) |
A minha filha tem um papel no destralhamento cá de casa, é a chamada apoiante (conforme expliquei neste post). Um apoiante é alguém de plena confiança, com quem partilhamos o nosso plano e que nos incentive a levá-lo a bom porto. Para além disso, também colabora no destralhamento.
A escolha da minha filha não foi por acaso. Ela é um pouco acumuladora (principalmente com os seus trabalhos manuais e com os materiais que pensa virem a ser úteis, justamente para realização desses trabalhos) e quero levá-la a perceber os benefícios de viver livre de tralha.
Do meu ponto de vista há benefícios e desvantagens em ter a colaboração dos filhos. Mas olhando para as desvantagens, acho que temos de as superar, para que as crianças retirem aprendizagem destas experiências.
Assim, da minha experiência, estas foram as desvantagens em destralhar com a minha filha:
- Demoro claramente mais tempo a destralhar, porque ela demora bastante tempo a analisar cada objecto;
- Por vezes tenho de adiar o desfazer da tralha porque ela diz que gosta de determinado objecto, ou pensa que este ainda pode vir a ser útil um dia.
Agora os benefícios, que claramente, têm ultrapassado as desvantagens (e que me deixam com um sorriso no rosto):
- O facto de fazer «com» ela e não «para» ela, está nitidamente a torná-la mais responsável, ou seja, tem começado a organizar sem que eu tenha de lhe pedir;
- De qualquer modo, novamente o facto de fazer «com» ela, tem-nos unido ainda mais. Ela verbaliza inclusive que é "muito divertido fazer anti-tralha com a mamã";
- Consegue desfazer-se de tralha com muita, mas muita mais facilidade (esta foi uma grande evolução, porque anteriormente não se queria desfazer de nada);
- Nas compras, começou a ponderar se determinado objecto vai ser ou não mais um item que se transforma em tralha. Antigamente, insistia que queria determinada coisa, ligava-lhe uns 2 dias e colocava-a de parte. Agora, está realmente mais atenta a estas situações;
- Verbaliza aspectos reveladores de que percebe a importância de se desfazer da tralha (ex.1: Há dias o meu pai não encontrava um determinado objecto. Então a minha filha voltou-se para ele e disse-lhe: "Avô, isso não me surpreende! Se tivesses menos tralha, seria mais fácil encontrares o que procuras" ou Ex.2: "Mamã, o quarto está muito mais bonito sem tralha. Também perdemos menos tempo a arrumar e assim tens mais tempo para mim.";
- Tem arrumado cada objecto no respectivo lugar, nas áreas já destralhadas. Nas áreas por onde ainda não andámos, não posso dizer o mesmo, infelizmente...
Só queria deixar aqui uma nota final. Andei a reler este post com 20 dicas para ensinar os seus filhos a arrumarem os brinquedos e percebi que a minha filha acaba por ser um pouco desarrumada, graças a mim e ao meu marido. Falhei com ela. Primeiro porque era mais fácil despachar as coisas rápido e ficaria mais perfeito, se fosse eu a fazê-las. Lembro-me de ela querer ajudar e eu recusar ajuda (que parvoíce!). Por outras palavras, estava a impedir a minha filha de fazer aprendizagens essenciais. Deixei de o fazer! Hoje tento envolvê-la nas tarefas domésticas. Por outro lado, quando chegava tarde do trabalho e ela tarde da casa dos avós, estávamos cansadas e deixava a casa para arrumar no outro dia. Só que no outro dia, acabava por ser eu a arrumar sozinha, ela nem me via a fazê-lo. Tenho mesmo de ser mais paciente e melhorar o que tiver de melhorar. Quero que a minha filha perceba a importância do seu esforço individual, como é capaz de realizar coisas importantes, como tem um papel fundamental cá em casa. Ser pai ou mãe também é uma aprendizagem!
««»»
Estou a gostar bastante desta caminhada, mesmo com momentos de menor entusiasmo, não tenho desistido. Estou igualmente a adorar ver a evolução da minha filha. Tenho a certeza de que um dia, ainda nos vamos rir disto tudo.
Adoro um bom destralhe.
ResponderEliminarOlá Mafalda! As vezes na educação dos filhos nem sempre conseguimos fazer as coisas da maneira que gostaríamos. Cada vez mais, os desafios diários que temos de enfrentar são tão grandes que não dispomos de tempo para os educarmos como queremos. O importante é sabermos que estamos a fazer o melhor que podemos nas condições que a Sociedade nos vai proporcionando. Um beijo grande e força com esse destralhamento!
ResponderEliminarTambém adoro isso!!!
ResponderEliminarConcordo a 100% com as reflexões sobre o filhos. Eu também tenho feito a mesma reflexão e tenho procurado ter o mesmo cuidado e vejo o quanto isso facilita o processo a longo prazo (também notei uma diferença enorme ao longo dos anos na facilidade que têm em libertar-se das coisas).
ResponderEliminarA nível da desarrumação, a minha filha ainda está longe de responsável e eu estou longe de resistir a ajuda-la a arrumar as coisas para que elas fiquem ao meu gosto e se consiga despachar as coisas mais rapidamente, mas quando a tentação é grande de fazer as coisas por ela, ocupo-me com outras coisas (arrumar a cozinha por exemplo) e deixo-a fazer as coisas ao seu jeito e ao seu ritmo.
É verdade que a maior parte das vezes não corre muito bem no que respeita a ela arrumar as coisas nos seu sítios (limita-se a levá-las para o quarto e pespegar com elas num sitio livre qualquer) e não se dispersar no meio do processo (leva metade para o quarto e depois distrai-se e vai fazer outra coisa)., mas com calma e a pouco e pouco há-de ficar melhor. Há que respirar fundo (muitas vezes) e não entrar em stress.:)
Estou a adorar estes posts sobre destralhamento até porque eu própria me encontro num processo massivo de declutter.:)
Mal posso esperar pelo próximo ponto da situação.:)
Beijinhos
Já li este post quando saiu, e novamente agora...
ResponderEliminarContinuo a falhar... Mas hoje vai começar mais uma mudança... "A" mudança... Tem que ser... Não consigo mais estar mo meio do "caos" e permitir que os meus filhos convivam bem com isso... e de alguma forma ensina-los que não há problema... Há problema... e se não há tempo para grandes arrumações, que sejam pequenas... mas que sejam...
Obrigada.
Por vezes é com pequenos passos, mas consistentes, que se conseguem alcançar os nossos objectivos. Por isso, boa sorte! E que desta vez, seja "A" mudança!
EliminarBeijinhos