quarta-feira, 6 de novembro de 2019

O Método Bullet Journal - o livro

O livro "O Método Bullet Journal" de Ryder Carroll foi um dos que mais me marcou este ano, ao ponto de o ter lido três vezes (vá, 1 leitura mais profunda e 2 na diagonal). Felizmente tem capa dura, porque de outra forma, com as vezes que recorro a ele, já deveria estar com a capa em mau estado. Mas não, está como novo... apesar de muito sublinhado, cheio de anotações e com vários post it's colados. 

Anteriormente já usava o método Bullet Journal, com ideias que lia pela Internet. Mas acredita que ler diretamente as ideias do criador do método, organizadas num livro, faz toda a diferença. Criei o meu Bujo (abreviatura para Bullet Journal) com base no que li e funciona muito melhor do que as minhas anteriores agendas (prometo que muito brevemente explicarei como o criei e como ficou organizado - a foto em baixo mostra uma imagem do mesmo, na altura, em construção).

O meu Bujo.
Aqui, ainda em construção.

Mas antes de falar do livro propriamente dito, para quem não sabe, o Bullet Journal é um método para organizarmos a nossa vida, com recurso a um caderno, que nós próprios/as vamos construindo.

Com o Bujo podemos:
- definir objetivos e planear a forma de os alcançar;
- organizar os nossos meses, semanas e dias, de modo a cumprirmos as nossas tarefas (incluindo aquelas que são para alcançar objetivos);
- monitorizar hábitos que desejamos adquirir ou perder;
- refletir sobre as nossas falhas, aprendizagens ou o que podemos fazer para melhorar;
- refletir sobre o nosso dia-a-dia em geral;
- refletir sobre aquilo pelo que sentimos gratidão (semelhante a um diário de gratidão);
- incluir capítulos (ou coleções, como o autor lhes chama) sobre temas especiais (eu por exemplo tenho uma para os livros que vou lendo, outra para monitorizar as finanças pessoais e outra para organização da casa).

Sei que há fãs do digital, enquanto outros preferem escrever à mão. Nesta ferramenta a ideia é mesmo escrever à mão, pois foi provado, em vários estudos, que escrever à mão ajuda a reter melhor a informação. Como refere o autor: "O complexo movimento tátil de escrever à mão estimula a nossa mente de forma mais eficaz do que escrever num teclado. Ativa várias regiões do cérebro em simultâneo, inscrevendo de forma mais profunda o que aprendemos. Como resultado, retemos informação durante mais tempo comparativamente a quando escrevemos numa aplicação."

Falando agora do livro, este está organizado em 5 partes e mostra-nos passo-a-passo como criar o nosso próprio Bujo.

Parte I - A Preparação
Nesta parte o autor explica o que é o Bullet Journal e o porquê de o ter.

Fala dos seus benefícios, incluindo a auto-consciência (por exemplo sobre onde gastamos o nosso tempo e a nossa energia, se a nossa vida está alinhada com o nosso propósito, se temos de alterar algo no nosso percurso para alcançarmos os nossos objetivos...).

Explica e fundamenta muito bem, sobre os motivos pelos quais o Bujo é feito de determinada maneira (porque é usado um caderno; porque é escrito à mão; porque é importante ter um caderno que relacione a produtividade, o mindfulness e a intencionalidade; etc.).

Parte II - O Sistema
Aqui o autor explica que o Bujo pode ser a combinação entre uma lista de tarefas, um diário e uma agenda ou até de outras coisas (pois a ideia é personalizá-lo de acordo com as nossas necessidades).

Nesta parte são mostrados os recursos e as partes básicas de um Bujo, ou seja, aquelas coleções básicas que todos os Bujo devem ter. O autor fala de como fazer registos rápidos; do uso de bullets (ícones que nos dão informação sobre o significado do que escrevemos: se aquilo é uma tarefa, um evento, uma nota, uma tarefa prioritária, etc.); da paginação; dos registos diário, mensal e futuro e do índice. Para cada uma destas partes são dados exemplos com imagens de um Bujo.

Uma das muitas imagens ao longo do livro.
Esta trata-se de uma orientação para organizar as diferentes coleções dentro do Bujo.

O autor explica ainda onde colocar as tarefas que não conseguimos realizar durante o dia, ou que temos de realizar no futuro, recorrendo à migração. A migração de tarefas irá permitir não só que não nos esqueçamos do que é importante, como reavaliar se é realmente importante (evitando assim listas extensas de tarefas, dificilmente geríveis).

Parte III - A Prática
Na terceira parte o autor dá-nos informação preciosa para que as coisas realmente funcionem.

Fala de coisas como produtividade, de como iniciar o processo, da importância da reflexão (para ajudar, até inclui perguntas para colocarmos a nós próprios/as), da importância de fazer coisas com significado (no fundo ajuda-nos a perceber se um objectivo vale realmente a pena), do que fazer para alcançarmos os nossos objectivos (cheguei a desenhar um mind map no final do livro, resumindo este conteúdo), como celebrar as nossas realizações (aqui fala da prática da gratidão e de como incorporá-la no Bujo), do que podemos ou não controlar, da influência das nossas acções no mundo à nossa volta, como perceber as lições que a vida nos dá, descobrir significado mesmo nas tarefas chatas, técnica e plano para resolver os problemas, o que fazer quando não conseguimos avançar para alcançar um objectivo e desvantagens de querer a «perfeição».

Parte do mind map que fiz no final do livro,
com a informação sobre como alcançar os nossos objectivos.
Parte IV - A Arte
Quando o autor se refere a "arte" não está a falar daqueles Bujos cheios de desenhos perfeitos. Para ele, a «arte» é a relevância do conteúdo que colocamos no Bujo. Ele próprio é bastante minimalista a este nível. Refere aliás, que "A maioria dos testemunhos de pessoas que abandonam o comboio do Bullet Journal acaba por ser de pessoas que passavam muito tempo a decorar as suas páginas". Não que ele seja contra isso, mas o embelezamento do caderno só é essencial se servir para manter a motivação e a produtividade da pessoa.

O autor sugere que, se formos novos nisto, devemos começar por criar um Bujo com as coleções básicas: índice, registo do futuro, registo mensal e registo diário. Contudo, para que o Bujo vá de encontro aos nossos objectivos, iremos sentir necessidade de personalizá-lo. Assim, nesta parte o autor ensina a fazer coleções personalizadas.  Dá inclusive um exemplo prático, o de uma coleção dedicada ao planeamento de umas férias (dando orientações que vão desde a pesquisa, à criação de listas, prioridades, horários, trackers...).

Fala também de tracking de hábitos, ou seja, de tabelas que podemos introduzir para monitorizar hábitos que estamos a tentar adquirir ou diminuir.

Por último, nesta parte são-nos dados exemplos de como outras pessoas criaram coleções nos seus Bullet Journals. Tudo para nos inspirarmos na criação do nosso próprio Bujo.

Parte V - Fim
Nesta última parte do livro, o autor esclarece as dúvidas mais comuns acerca do Bullet Journal, incluindo um guia com perguntas e respostas.

««»»

Este livro está muito bem escrito e é um dos mais úteis que li até hoje - isto, para quem quiser pôr o seu conteúdo em prática. Vale mesmo (muito) a pena!!!

Fotos: 1.ª Wook; Restantes: Mafalda S.
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"A Felicidade é o Caminho" também está aqui:

2 comentários:

  1. Olá Mafalda
    Fiquei curiosa e interessada em saber mais! NUnca usei este método, uso sempre agendas que compro...
    Bjns

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    Respostas
    1. Olá!
      Antigamente também usava agendas, mas desde que uso Bujo, que não quero outra coisa, porque é totalmente adequado às minhas necessidades. Pesquisa no blog, que tenho fotos do meu (já vou no terceiro). O Bujo melhorou imenso a minha vida!

      Beijinhos

      Eliminar

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