terça-feira, 17 de janeiro de 2017

"O livro do Hygge" ou porque os dinamarqueses são tão felizes


Andava a sonhar com este livro há meses. Encomendei-o e esperei 1 mês por ele. E não desiludiu! Assim que chegou às minhas mãos, apaixonei-me de imediato - pela sua capa, conteúdo e imagens. A piada, é que uma semana depois anunciaram que saíria a versão portuguesa d´"O Livro do Hygge" também para daí a uma semana. Sem comentários...

Entretanto já conheci a versão portuguesa. Para ser franca fiquei desapontada com a capa, pois apesar de ser parecida, não é capa dura como a inglesa (tira-lhe um pouco o encanto). O livro também é ligeiramente mais caro que a sua versão inglesa. Mas pela positiva, o interior (imagens incluídas) é exactamente igual e é consideravelmente melhor ler na língua materna. Recordo-me por exemplo, de um título não fazer sentido para mim. Espreitei a versão portuguesa e percebi que se tratava do nome de um filme, cujo título em português nada tinha a ver com a tradução literal.

Mas vamos falar do livro...

O seu autor, o dinamarquês Meik Wiking, é o presidente do The Happiness Research Institute de Copenhaga,  pelo que estuda a felicidade há alguns anos. E chegou a uma conclusão. Existem variados factores que colocam alguns países no topo dos países mais felizes do mundo (por exemplo a qualidade do seu Estado Social). Mas o que tem feito com que a Dinamarca tenha atingido o 1.º lugar (por diversas vezes), tem sido a filosofia de vida baseada no Hygge.

O Hygge, que em português significa uma sensação de aconchego, tem que ver com o apreciar das coisas simples da vida: acender velas ao serão, beber uma caneca de chocolate quente, estar no quentinho enquanto uma tempestade cai lá fora, sentar-se num recanto acolhedor a ler um bom livro... A verdade é que os dinamarqueses fazem disto, uma filosofia de vida. E está tão entranhado na sua cultura que inventaram um manancial de palavras para falar de situações de hygge específicas, tais como: hyggekrog (recanto da cozinha ou da sala onde a pessoa pode sentar-se e passar um momento acolhedor), hyggesnak (conversa agradável que não toca em assuntos controversos [política, por ex.]), sondagshygge (dia calmo com chá, livros, mantas e talvez um passeio ao ar livre), etc.

O hygge e o apreciar das coisas simples.

A meu ver, o livro por si só já proporciona a sensação de hygge. O texto é leve, mas cheio de sabedoria (e por vezes humor). Fala-nos da cultura daquele povo, mas ao mesmo tempo de estudos científicos. E está repleto de imagens lindíssimas.

Uma das belíssimas imagens que compõem este livro.

O autor tenta abarcar a diversidade de situações nas quais podemos encontrar a sensação de hygge (e também o que nos pode afastar disso). Ficamos mesmo com a noção de que podemos trazer o hygge para as nossas vidas, sempre que quisermos.

São abordados assuntos como: a importância da convivência com os nossos melhores amigos e/ou familiares (nada de grandes grupos, apenas 3 ou 4 pessoas que realmente nos fazem sentir bem), de sair a horas do trabalho, de criar ambientes acolhedores através da iluminação (velas em acção!), de comida de conforto e slow food (o livro até inclui várias receitas  hygge).

O livro traz várias receitas hygge.

Fala também da forma de vestir indicada para sentires o hygge. Traz uma lista detalhada de sugestões para tornares a tua casa mais hyggelig (acolhedora). Indica ainda como podes criar um «kit de emergência» para alcançares o hygge quando estás mais em baixo ou se quiseres passar um momento de qualidade contigo mesmo(a).

Imagens inspiradoras para recriares um ambiente hyggelig.

São dadas sugestões para sentires o hygge também fora de casa (tanto na Natureza como por ex. no escritório). Dá-te ideias para encontrares o hygge em cada mês do ano e também sugestões de actividades que proporcionam hygge, grátis ou muito baratas. E se um dia decidires visitar Copenhaga, o livro até traz um roteiro com os locais com ambiente mais hyggelig da cidade.

Ideias para fazeres um «hygge tour» por Copenhaga.

Na Dinamarca, a época considerada mais hyggelig, é sem dúvida o Natal. Eles aproveitam ao máximo, desde os preparativos ao Natal propriamente dito. Há um capítulo inteirinho a descrever a forma como os dinamarqueses vivem o Natal, desde as tradições às atitudes.

Por último são abordadas as 5 dimensões no hygge (tem a ver com sabores, cheiros, sons, etc.) e, como não podia deixar de ser, a relação entre o hygge e a felicidade. E aqui percebe-se o porquê dos dinamarqueses serem tão felizes, afinal os ingredientes do hygge, são idênticos aos que tornam as pessoas mais felizes. E como os usam no seu dia-a-dia, é fácil de entender porque a felicidade dinamarquesa é tão duradoura.

Como refere o autor (e vou citá-lo em inglês, pois, como disse, tenho a versão inglesa do livro).
"Once a year - or more, if we are lucky -
we may find ourselves on a beach in some exotic country
and we may find both hygge and happiness on these distant shores.
But hygge is about making the most of what we have in abundance:
the everyday.
Perhaps Benjamin Franklin said it best:
´Happiness consists more in small conveniences or pleasure 
that occur every day
than in great pieces of good fortune that happen but seldom.´"


Este livro fez-me tão bem à alma, que estou a tentar introduzir algumas das suas sugestões no meu dia-a-dia. Ah! E descobri que um outro livro sobre este assunto, o "Hygge, Ser Feliz à Dinamarquesa" de Anna Skyggebjerg, que estava na minha «lista de desejos»,  vai ser publicado dentro de dias. Vai ser a minha próxima aquisição (tal é a minha paixão pelo tema). Desta vez compro o livro em português.

Fotos: Mafalda S.
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"A Felicidade é o Caminho" também está aqui:

21 comentários:

  1. Já estive com o livro na mão, acabei por não comprar. Agora até me deu vontade!
    Também está um pouco relacionado com mindfulness?

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    1. Olá Maria! O livro não aborda o mindfulness. Contudo, há1aspecto que tem alguma relação, que é o saborear do momento presente. Mas de mindfulness propriamente dito, não fala, porque não tem que ver com a tradição daquele povo e o hygge tem muito que ver com tradição.
      Bjs

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  2. Mafalda após ler o seu depoimento sobre o livro, vou adquirir a versão em português, como você diz é sempre melhor em nossa língua materna. No Brasil ainda não foi lançado, você tem algum dica de livraria ai de Portugal para compras online.
    Grata pela dica.
    Carol

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    Respostas
    1. O link que deixei no título é de uma livraria online, onde costumo comprar os meus livros. Sei que vendem para qualquer lugar do mundo.
      Bjs

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  3. Olá Mafalda!

    Obrigada por partilhares a tua opinião acerca deste livro. Já tencionava comprá-lo e agora depois de te ler ainda fiquei com mais vontade.
    Adoro ler este tipo de livros assim, que nos inspiram , que nos dão força para continuar no caminho que nos leva a uma vida mais simples e mais feliz!
    Beijinho e dia feliz para ti*

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  4. Olá Mafalda!
    Que bom um dia, ter-te encontrado na Net :) Grata pelo que partilhas connosco! <3
    Vou comprar o livro.
    Aprecio imenso os dinamarqueses e os suecos. Fui visitá-los em Junho pela 2ª vez e não me cansarei de lá voltar. Eles transmitem-me mesmo essa tranquilidade e felicidade de quem está de bem com a vida.
    Da última vez, impressionou-me esta cena: Um adulto, homem,cerca das 15h, estava junto a uma praia e vigiava 2 meninas, de cerca de 7/8 anos que riam, riam e tomavam banho no mar, num dia cinzento, ventoso e que para mim estava demasiado frio. Mas a alegria delas a tomar banho e brincar no mar era tanta, sob o olhar atento do adulto, que me surpreendeu...e fascinou! Nós não o faríamos...
    È isto! Apreciar e deliciarmo-nos com coisas simples.
    Beijinhos
    Filomena

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  5. Bom dia Mafalda :)
    O Livro Hygge ou a filosofia Hygge já não é o caminho que já muitos de nós percorremos ?
    As mentalidades estão a mudar, estamos cada vez mais conectados e na mesma vibração .
    É sem duvida um livro a comprar pois terá sempre novidades e coisas novas a reter .
    Mas não imaginas como este post partilhado faz me ver que estou no caminho certo .
    Cada um tem de fazer o seu caminho, descobrir o que é para si ser e viver de forma FELIZ.
    Há que dizer não por mais que nos custe e seguir o nosso coração .
    Bem hajas minha querida por partilhares estas sabedorias que cada vez mais nos desperta a seguir o nosso caminho .
    Cada um terá de seguir o seu
    um bj mt grande
    Lulu

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  6. Realmente, fiquei fascinada com as suas palavras e com verdadeira vontade de ir ler o livro, pois nós esquecemos muitas vezes que a felicidade é isso mesmo, as pequenas coisas da vida.
    Obrigada pela partilha
    Rita

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  7. Amei o texto e a ideia. O livro parece maravilhoso. De fato são imagens lindas!!! Não sabia que o estilo de vida dos dinamarqueses era assim. Que legal!

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  8. Bom dia Mafalda!!

    ontem vi o livro no continente, e realmente a capa não é dura... dei uma vista de olhos mas não comprei :) mas fiquei a achar que era um bom presente!!

    Feliz dia!
    Beijinhos
    Emília

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  9. Gostei muito do teu post, e fiquei mesmo curiosa com o livro

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  10. é muito inspirador, este conceito. Houve uma altura em que tentei aplica-lo com algumas adaptações à portuguesa.Agora é impossível, muita criança em casa, muito "oh mãe!!" :) Muito barulho, muita correria e muitos sorrisos também =) Somos diferentes, mas também somos felizes =)
    Bom fim de semana!!

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  11. Olá Mafalda,

    Acho que me convenceste a comprar o livro, mas vou fazê-lo na versão inglesa... Não resisto a livros de capa dura!!! (E a capa deste livro é maravilhosa mesmo!)

    Beijinhos e obrigada pelo post tão inspirador*

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  12. Estive com esse livro na mão mas acabei por não o levar. O modo como os dinamarqueses conseguem estar na vida e com a vida é inspirador :)
    Imagina se adoptássemos essa filosofia: somos bem-humorados por natureza e, apesar de refilões, possuímos um enorme espírito de entreajuda. Ficaríamos logo no topo da lista dos países mais felizes do mundo, sem dúvida alguma.

    Beijinho*

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  13. Comprei o livro no passado sábado e já o devorei quase todo. Estou a adorar e quero começar a aplicar alguns conselhos que são dados no livro :) Um beijinho e parabéns pelo blog, sigo-o à pouco tempo, mas estou a gostar muito .

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  14. Boa noite, qual dos livros gostou mais, do Weik ou da Anna?

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  15. Qual a diferença entre os dois livros? Da Anna e do Weik? Não tenho nenhum dos dois. Muito obrigada.

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    Respostas
    1. Apesar de só ter lido ainda umas páginas do livro da Anna Skyggebjerg, sinceramente prefiro o do Meik Wiking. Esteticamente é mais bonito, o conteúdo é mais profundo e pormenorizado. Pena não ter a capa dura da versão inglesa...

      Para além disso, o autor, o Meik, trabalha mesmo em investigação sobre felicidade, pelo que o livro tem estatística, fala de estudos científicos (mas de forma leve, não muito aprofundamente), etc. Está mesmo muito giro!

      O outro livro, que tem menos 120 páginas, resume-se a dar sugestões de actividades para sentir o hygge. Enfim, acho-o menos proveitoso.

      Beijinhos,
      Mafalda

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  16. Olá Mafalda,
    na altura adorei ler este post mas o hygge ainda não tinha feito o verdadeiro clique em mim!
    Agora já fez e sou 100% adepta deste movimento/estilo de vida. Tenho mesmo tentado fazer pequenas coisas todos os dias e tenho sentido um impacto enorme na minha vida!
    Também escrevi um post sobre o tema e o livro no meu blog https://anagoslowly.blogspot.pt/2017/03/hygge.html e criei o grupo de facebook Hygge Portugal para podermos partilhar ideias hygge à portuguesa. Aparece no grupo ;)
    Beijinho e obrigada pelo post*

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