Já há uns anos que me dedico ao estudo da felicidade (espreita como tudo começou aqui). Sempre me mostrei pouco receptiva a livros de auto-ajuda, mas devorei livros que explicavam a felicidade com base em estudos científicos.
Se numa fase inicial, o meu objectivo era ser mais feliz e fazer feliz a minha família, depois percebi que a frase da madre Teresa fazia todo o sentido "O que eu faço, é uma gota no meio de um oceano. Mas sem ela, o oceano será menor". Pensei que talvez pudesse dar o meu contributo para uma sociedade melhor e hoje sinto que esse é o meu propósito de vida.
Mas respondendo à pergunta do título, escrevo porque uma sociedade de pessoas genuinamente felizes, seria uma sociedade bem melhor do que a que temos actualmente.
Contudo, a «felicidade» tem sido de um certo modo injustiçada e mal compreendida. Confunde-se muito a felicidade com sucesso material, com prazer, com uma vida cor-de-rosa isenta de emoções ou acontecimentos negativos. A felicidade duradoura não é assim.
Quando sentir-se mal é algo bom?
Mesmo para uma pessoa feliz, é importante sentir-se ocasionalmente:
- com dor - esta é essencial à nossa sobrevivência, impede-nos de fazer coisas que causariam mal ao nosso corpo ou avisa-nos de que algo não está bem com a nossa saúde;
- assustado ou ansioso - pode ajudar-nos a fugir, a escondermo-nos ou a evitar situações potencialmente perigosas (o ataque de um animal selvagem, a presença de assaltantes numa zona perigosa, um veículo que vem desgovernado, etc.);
- com tristeza - esta ensina-nos a evitar situações semelhantes no futuro e ajuda-nos também valorizar os momentos felizes.
Em conclusão, uma vida permanentemente feliz, não seria propriamente segura. É por isso importante aceitar os momentos menos bons, como uma protecção, algo imprescindível à nossa sobrevivência.
A verdade é que uma pessoa pode passar por momentos destes (claro que sem exageros) e ainda assim, ser globalmente feliz.
Assim, porque é importante ser feliz?
Porque as pessoas felizes têm uma vida bem mais agradável e significativa, sem prejudicar os outros, contribuindo aliás para uma sociedade melhor.
Dos estudos que já li sobre o assunto, chegaram-se a várias conclusões sobre a maioria das pessoas verdadeiramente felizes comparativamente com as pessoas infelizes. Assim, as pessoas felizes tendem a:
(vida e objectivos de vida)
- sentir-se melhor com a vida, tendo a sensação que têm algum controlo sobre a mesma;
- envolver-se mais em actividades significativas, sabendo onde pretendem chegar e porquê (têm a sensação que a sua vida tem um propósito, que pode ter a ver com a vida familiar, carreira, estudos, hobbie, política, religião, trabalho voluntário, etc.);
- ter uma maior probabilidade de alcançar objectivos;
- envolver-se mais em actividades significativas, sabendo onde pretendem chegar e porquê (têm a sensação que a sua vida tem um propósito, que pode ter a ver com a vida familiar, carreira, estudos, hobbie, política, religião, trabalho voluntário, etc.);
- ter uma maior probabilidade de alcançar objectivos;
- ser mais criativas, tendo mais capacidade para gerar ideias originais e resolver problemas;
- ter uma maior capacidade para pensar claramente, o que induz a um desempenho mental mais eficaz (esta é uma das razões pela qual as crianças felizes tendem a ter melhor desempenho escolar do que as mais infelizes e ansiosas);
- ser mais realistas quanto às tarefas que conseguem ou não realizar;
- fazer uma melhor abordagem da realidade, focando a sua atenção nas informações realmente relevantes (incluindo informações negativas e ameaçadoras);
- ser mais motivadas, enérgicas e persistentes na busca dos seus objectivos;
- ser mais resilientes e com mais capacidade para enfrentar os problemas da vida;
- ser mais realistas quanto às tarefas que conseguem ou não realizar;
- fazer uma melhor abordagem da realidade, focando a sua atenção nas informações realmente relevantes (incluindo informações negativas e ameaçadoras);
- ser mais motivadas, enérgicas e persistentes na busca dos seus objectivos;
- ser mais resilientes e com mais capacidade para enfrentar os problemas da vida;
(saúde)
- ser mais saudáveis (a felicidade está por ex. associada a um melhor funcionamento do sistema imunitário);
- ser menos afectadas pelos impactos do stress;
- sofrer menos de ansiedade excessiva;
- ter uma menor propensão para sofrer de depressão e cometer suicídio;
- ter uma vida mais longa;
- ser menos afectadas pelos impactos do stress;
- sofrer menos de ansiedade excessiva;
- ter uma menor propensão para sofrer de depressão e cometer suicídio;
- ter uma vida mais longa;
(bem-estar geral)
- ser mais optimistas;
- ter uma auto-estima mais saudável (nem baixa, nem excessiva);
(relações com os outros)
- ter uma maior literacia emocional (inteligência emocional mais elevada);
- ter mais facilidade em relacionar-se com os outros e em manter essas relações;
- ter mais facilidade em comunicar eficazmente com os outros;
- ser mais empáticas e cooperantes com os outros;
- ser melhores amigos;
- ser melhores parceiros nas relações amorosas;
- ser melhores pais;
- ser mais generosas (tendo actos generosos genuínos e não por obrigação);
- ser mais generosas (tendo actos generosos genuínos e não por obrigação);
(estudo e trabalho)
- ser mais curiosas, mais desejosas de fazer novas aprendizagens;
- ser alunos mais bem sucedidos;
- ser mais produtivas no trabalho e ter menores níveis de absentismo (razões mais que válidas para que os chefes investissem na felicidade dos seus colaboradores!);
(dependências e criminalidade)
- ter menos propensão para virar-se para a bebida ou drogas;
- envolver-se menos no mundo do crime;
- ser menos agressivas com os outros.
- ser menos agressivas com os outros.
Nota: Estes estudos referem que maioria das pessoas felizes analisadas, tendem a reunir estas características. Só para dar um exemplo, tal não significa que uma pessoa feliz está isenta de ter problemas de saúde. Significa sim, que a maioria das pessoas felizes têm menos problemas de saúde (por exemplo sendo menos afectadas pelo stress, têm menos probabilidade de sofrer de problemas cardíacos).
Claro que se fores uma pessoa infeliz, não te deves sentir culpado(a) por isso (eu própria já o fui). Os genes, aliados às circunstâncias de vida e, sobretudo, à forma como pensamos ou agimos, acabam por nos influenciar a sermos assim. Contudo, acredita que se mudares e trabalhares pela tua felicidade, poderás ter uma vida bem mais gratificante do que a actual.
Por último deixo as palavras do biólogo comportamental, Dr. Paul Martin: "Ficaríamos todos muito melhor se existissem mais algumas pessoas felizes no mundo. (...) Não há qualquer fragilidade ou comodismo em desejarmos ser mais felizes ou que os nossos filhos sejam mais felizes. Os únicos que poderiam ficar a perder seriam os psicoterapeutas, as empresas farmacêuticas, os traficantes de droga e os escritores de livros de auto-ajuda."
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Por tudo o que tenho estudado nos últimos anos, creio que faz todo o sentido lutarmos por uma sociedade mais feliz. É igualmente importante promovermos a educação para a felicidade das crianças de hoje, adultos de amanhã. Por norma, a amargura, a agressividade, a falta de empatia para com os outros e a infelicidade, não têm trazido grandes benefícios à sociedade e às próprias pessoas individualmente.
Também sei que há pessoas naturalmente felizes, mas a maioria (eu, incluída) tem de se esforçar para conseguir aumentar a sua felicidade (vê como começar, aqui). Mas é um trabalho que tenho a certeza de que vale a pena!
Claro que se fores uma pessoa infeliz, não te deves sentir culpado(a) por isso (eu própria já o fui). Os genes, aliados às circunstâncias de vida e, sobretudo, à forma como pensamos ou agimos, acabam por nos influenciar a sermos assim. Contudo, acredita que se mudares e trabalhares pela tua felicidade, poderás ter uma vida bem mais gratificante do que a actual.
Por último deixo as palavras do biólogo comportamental, Dr. Paul Martin: "Ficaríamos todos muito melhor se existissem mais algumas pessoas felizes no mundo. (...) Não há qualquer fragilidade ou comodismo em desejarmos ser mais felizes ou que os nossos filhos sejam mais felizes. Os únicos que poderiam ficar a perder seriam os psicoterapeutas, as empresas farmacêuticas, os traficantes de droga e os escritores de livros de auto-ajuda."
Em suma, ser feliz, vale muito a pena!
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Sabe mais sobre o meu dia-a-dia:
Espetáculo Mafalda :)
ResponderEliminarParabéns, mais um artigo muito bom :) Cada vez mais acho que estou no lado, dos "Felizes" :) Mas tenho e continuo a trabalhar para isso :)E sinto muitas mudanças :) E sim, vale a pena ser Feliz, por isso vou continuar :) Obrigado :) Beijinhos
Obrigada eu, pelas palavras simpáticas :)
EliminarYou are the best Mafalda!!! Obrigada por mais um post fantástico! Como concordo contigo!!!!
ResponderEliminarTenho que trocar umas ideias contigo, ver se arranjo uns minutinhos para te escrever um mail... mas tenho noção que ambas estamos demasiado empenhadas em ser felizes, que não há tempo para muitos extras :DDDDDD
Beijinho
Olá Mafalda!
ResponderEliminarParabéns por este maravilhoso artigo.
Considero-me uma pessoa feliz e acima de tudo muito grata. Concordo inteiramente que para isto é necessário trabalhar. Há muito que me dedico a este trabalho e não pretendo largá-lo nunca :)
Beijinho grande e obrigada pela partilha que aqui faz.
A gratidão é a receita da felicidade!
ResponderEliminarBj e fk c Deus.
Nana
http://procurandoamigosvirtuais.blogspot.com.br
Parabéns, Mafalda, por este post maravilhoso! Sim, ser feliz é essencial e por aqui vou aprendendo muito! Sou muito grato por ter descoberto este espaço!
ResponderEliminarBeijinho
Olá Mafalda. Nesta altura do dia dos namorados gostava que escrevesse sobre a viuvez. Vi isto no facebook http://www.facebook.com/felizespt/posts/211596915854192 e acho que iria conseguir dar uma boa escrita.
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