Muitas pessoas podem perguntar-se “Como posso ser feliz, se a minha vida está cheia de problemas?”. Na verdade há uma luz ao fundo do túnel, porque
a felicidade não depende de não ter problemas, mas sim da forma como se lida com eles.
Por incrível que pareça, grande parte das pessoas tem grandes dificuldades em resolver os seus problemas, deixando-se inundar pela ansiedade, angústia e impotência. Mas como quase tudo nesta vida é ultrapassável, deixo aqui algumas
dicas para lidar com os seus problemas:
1 – Mentalize-se que sempre existirão problemas e que todos os têm – Esta é a verdade nua e crua: os problemas existem e sempre existirão ao longo da sua vida.
É certo que há pessoas que têm de enfrentar mais problemas que outras, que existem locais mais problemáticos para se viver, que existem culturas mais complexas, mas na prática todos enfrentamos problemas.
Por vezes também pensamos que as pessoas bem-sucedidas têm menos problemas que nós. Pode até ser verdade em alguns casos, mas na generalidade, essas pessoas são justamente bem-sucedidas porque têm capacidade para enfrentar maiores desafios do que a maioria das pessoas. Parte do segredo para ser feliz é justamente ter capacidade para lidar com os problemas da vida.
2 – Não se sinta culpado – Mesmo que os problemas tenham surgido como resultado dos seus erros do passado, lamentar-se e culpar-se só o vai prejudicar. Concentre-se antes no presente e na busca de soluções.
3 – Não fique angustiado com os problemas dos outros – Muitos problemas são criados por outras pessoas (mesmo que tentem culpá-lo a si). Terá de ser firme, não permitindo que o culpabilizem.
Por outro lado, se os outros estão muito stressados e negativos, terá de criar uma barreira mental para não se deixar contagiar por esses sentimentos. Poderá demonstrar empatia, dizendo que compreende os seus sentimentos. No entanto, se também ficar pessimista não irá ajudar em nada. Só ajudará, se apresentar soluções práticas para a resolução da situação.
4 – Enfrente os seus problemas, não fuja deles – Ao ignorar os seus problemas, estes provavelmente irão crescer de dia para dia, até que chega a um ponto em que é muito mais difícil solucioná-los.
Por exemplo quando há uma pequena discórdia na família, há pessoas que fogem, culpam os outros e não reagem. Com o tempo há um acumular de tensão, que vai tornar quase impossível recuperar a relação que tinham anteriormente, pois no seu lugar só há mágoa e ressentimento.
Por isso, enfrente de imediato o problema, quando ainda é pequeno.
5 – Mude de estratégia – Se nos estão sempre a surgir o mesmo tipo de problemas, provavelmente é porque estamos a dar sempre o mesmo tipo de respostas. Utilize estratégias diferentes, mude de mentalidade, ouça outras opiniões, mas tente uma abordagem nova desta vez.
6 – Informe-se sobre como lidar com o seu tipo de problema – Procure informação credível em livros, revistas, artigos de Internet, programas de TV, etc. Analise como outras pessoas conseguiram resolver o mesmo tipo de problemas.
7 – Encontre apoio nos seus amigos verdadeiros – Quando se estiver a sentir em baixo, compartilhe com os seus amigos verdadeiros o que se está a passar. Peça-lhes conselhos.
As opiniões dos seus amigos poderão dar-lhe novas ideias. E mesmo que tal não aconteça, só o facto de verbalizar o que se está a passar, já o ajudará a sentir-se melhor.
8 – Identifique e liste os seus problemas – Por vezes ocorrem-nos vários problemas em simultâneo, o que pode criar uma situação de bastante ansiedade. Queremos resolver tudo, mas nem sabemos por onde começar.
O primeiro passo para resolução dos problemas é identificá-los, listá-los num papel e classificá-los. Registe assim todos os seus problemas, nomeadamente: amorosos, financeiros, laborais, de saúde, de família, de habitação, etc. À medida que os vai resolvendo, risque-os da sua lista (garanto que esta parte lhe vai dar um prazer enorme).
9 – Classifique os seus problemas – Classifique os problemas identificados na sua lista (ponto 8) como «urgente» ou «pouco urgente». Assinale igualmente, os problemas que «podem ser resolvidos imediatamente».
Para ter uma sensação de alívio imediato, comece por resolver os problemas que podem desde já ser tratados (por exemplo, aquela torneira que não pára de pingar – basta ligar ao canalizador).
De seguida, procure resolver os problemas por ordem de importância, dos «urgentes», para os «menos urgentes». Dentro destas duas categorias inicie com a solução dos problemas mais fáceis, para gradualmente resolver os mais complexos.
10 – Resolva um problema de cada vez – Se possível concentre-se num problema de cada vez, pois quando queremos resolver muitos assuntos em simultâneo, poderemos pegar em todos e acabar por não concluir nenhum. Claro que isto não o impede de resolver em paralelo, problemas inadiáveis de menor dimensão.
11 – Procure resolvê-los quando ainda são pequenos – Se conseguir lidar com um problema logo que este surja, poderá evitar muitos dissabores futuros. O facto é que os problemas têm tendência para crescer de dia para dia, pelo que fica mais fácil resolvê-los quando ainda são pequenos.
Por exemplo se descobrir que tem um problema de saúde, deve procurar resolvê-lo de imediato: indo ao médico, talvez alterando a sua dieta, fazendo um estilo de vida mais saudável. Caso deixe arrastar a situação, o problema poderá agravar-se e em alguns casos, pode já não ter solução.
12 – Utilize o método da segmentação – Para problemas mais complexos, deve aplicar o método da segmentação. Este método é o mesmo que é utilizado na resolução de problemas matemáticos complexos. Reduzindo o problema em contas menores e mais fáceis de resolver, chegamos à solução final.
Do mesmo modo, divida a resolução do problema por etapas, traçando metas com datas específicas para a concretização de cada etapa. A última etapa coincidirá com a superação do problema.
13 – Concentre-se na solução – Grande parte das pessoas passam todo o tempo a concentrar-se no problema: porque aconteceu, de quem foi a culpa, porque lhes acontece sempre essas coisas, etc. A minha sugestão é que aceite que aconteceu (pois não pode mudar esse facto) e se concentre na busca efectiva de soluções.
14 – Evite tomar decisões precipitadas – Pense antes de agir, nas várias opções que tem para resolver o problema. Uma decisão precipitada e errada, poderá agravar ainda mais a situação.
15 – Tente assumir uma postura de distanciamento – O objectivo é tentar compreender o problema de um ponto de vista isento, dando-lhe uma menor tónica emocional. Imagine que o problema se passava com um amigo seu. Que conselhos lhe daria?
16 – Mantenha-se positivo – É a nossa percepção do problema que o torna maior ou menor. Pessoas mais optimistas tendem a encarar os problemas como uma oportunidade. Já outras mais negativas, conseguem transformar pequenos problemas em dramas enormes. Tente assim analisar a situação e veja o que ela pode trazer de positivo.
Imagine por exemplo uma pessoa que ficou desempregada. Apesar de desesperada numa fase inicial, esta pode ser a oportunidade de conseguir um trabalho que lhe traga mais realização, poderá começar um negócio próprio ou até ter mais tempo para a família.
17 – Prepare-se previamente, face a problemas previsíveis – Existem problemas que logo à partida conseguimos prever (a sogra que vem de visita e que implica com tudo, a reunião com aquele cliente difícil, etc.). Nestas situações, prepare-se previamente com possíveis soluções, para os problemas já habituais ou outros que possam surgir.
18 – Encontre uma motivação para agir – Por vezes estamos tão tristes, que quase não sentimos vontade para resolver a situação. A solução passa por encontrar uma motivação para agir, nomeadamente:
a) Concentrando-se nos benefícios do problema ser resolvido: poderá ser a melhoria da sua situação familiar, ter paz nos seus relacionamentos, o seu próprio bem-estar, a progressão da sua carreira, etc.
b) Resolvendo os problemas mais fáceis (ponto 9) e concretizando cada etapa da segmentação de problemas complexos (ponto 12), poderá encontrar motivação à medida que vai alcançando bons resultados.
19 – Se necessário, procure ajuda de um terapeuta – Um terapeuta poderá indicar-lhe abordagens que lhe possam ter passado despercebidas, colaborar na resolução de conflitos, ajudá-lo a ver além das dificuldades, tratar situações como a falta de auto-estima e insegurança, ajudá-lo a adquirir competências para resolução dos actuais e novos desafios.
20 – Recarregue as suas baterias – Quando enfrenta situações complicadas é importante que esteja lá com todas as suas forças (físicas e mentais). É por isso fundamental que tenha um
sono reparador e que utilize algumas
técnicas de relaxamento para controlar o stress.
21 – Mexa-se – Independentemente de como se está a sentir, tente praticar algum exercício físico. De acordo com diversos estudos, o movimento gera emoções mais positivas, melhorando o estado de espírito (é mais fácil uma pessoa ser acometida pela tristeza quando está parada e entediada).
22 – Aumente a sua auto-estima – Ter confiança em si é fundamental para superar os medos que o impedem de agir ou que o fazem agir desastradamente. Aplique algumas
técnicas para aumentar a sua auto-estima e assim obter melhores resultados.
23 – Mude de ambiente ou faça algo de diferente – Tente mudar de ambiente, poderá sair no fim-de-semana, fazer umas férias, etc. Ou então, tente embrenhar-se numa actividade que o mantenha de tal forma ocupado, que não lhe permita ficar a ruminar sobre o mesmo assunto, vezes e vezes sem conta.
Este afastamento poderá ajudá-lo a acalmar-se e a analisar a situação de uma perspectiva mais realista. Poderá inclusive estimular a sua criatividade e ajudá-lo a encontrar a solução que até então parecia distante.
24 – Ria um pouco – O riso tem imensos benefícios. Ajudá-lo-á a acalmar, a aliviar a tensão, a relaxar os músculos e a aliviar o stress. Veja um filme cómico, procure vídeos humorísticos no youtube, leia anedotas…Verá que se sentirá com a mente bem mais leve.
25 – Visite países pobres ou assista a programas sobre os mesmos – Apesar de ser triste, o contacto com realidades bem piores que as nossas, em que as pessoas travam uma luta diária para (sobre)viver, faz-nos sentir gratos pelo que temos.
São tantas as coisas que damos por garantido, que perante cenários de extrema pobreza, passamos a valorizar e apercebemo-nos que, provavelmente, os nossos problemas não são assim tão grandes.
26 – Ajude os outros a enfrentarem os seus problemas – Ao ajudar os outros a resolverem os seus problemas, poderá aprender e ficar mais preparado para lidar com os seus próprios desafios (desde que não se deixe afectar pelo negativismo de outrem).
Poderá igualmente voluntariar-se para ajudar alguém ou apoiar alguma instituição social. Novamente poderá surpreender-se com a quantidade de situações piores que a sua. Sentir-se-á grato não só pelo que tem de bom, mas por se sentir útil ao ajudar alguém.
27 - Aprenda com o seu problema – Tire proveito dos seus problemas, retirando uma lição dos mesmos. Ao superá-los temos a oportunidade de aprender algo ou de ultrapassar determinada fraqueza. Por vezes, se os problemas não tivessem surgido, nem sequer teríamos alterado o nosso caminho rumo ao sucesso.
Imagine que está com problemas financeiros. Poderá querer ler sobre o assunto, aprender técnicas de poupança e de investimento, saldar as suas dívidas passo a passo, evitar gastos desnecessários. Ao corrigir a sua forma de agir face ao dinheiro, poderá livrar-se das dívidas e ainda passar a ter uma situação económica confortável. Se analisar bem, se não tivesse passado por esta crise, não teria aprendido e estaria pior financeiramente.
28 - Cuide da sua espiritualidade – Quando passamos por dificuldades e problemas, acreditar em algo superior a nós, poderá ajudar-nos a encarar a situação com mais esperança e positivismo. Ore a Deus ou medite, vai ver que tudo lhe vai parecer mais fácil.
Foto: Google images – Autor não identificado.