Estas férias fiz uma road trip com a família, pela Europa. Há dias falei-vos da nossa passagem por San Sebastian, em Espanha. Mas hoje quero falar-vos de um outro lugar lindíssimo: Paris.
Não foi propositado (nem sequer sabíamos), mas chegámos à "cidade luz" justo no dia da Festa Nacional de França ou Dia da Bastilha (para quem quiser ir lá nessa altura, é a 14 de Julho). As ruas estavam apinhadas de gente. Habitantes da cidade, participantes de uma parada, turistas... Em cada esquina havia animação de rua... uma autêntica loucura.
Mas o melhor foi à noitinha. Subitamente, a Torre Eiffel "desligou-se". E depois... fez-se luz - de mil cores. Não sei bem, mas creio que o fogo de artifício junto da Torre Eiffel durou mais de meia hora. As pessoas estavam super-entusiasmadas a ver o espectáculo e nós, gratos por termos chegado justo nesse dia.
Claro que depois daquela noite, regressámos para ver a Torre Eiffel, em mais detalhe. Linda! Tirámos as fotos da praxe e seguimos caminho. Nada de a subir pelo elevador da Torre, nem imaginam a fila.
A cidade continua repleta de vida e de gente. Sinceramente adoro toda essa animação. Uma coisa que reparei (e que não está refletida necessariamente nesta foto) é que há pessoas que se vestem mesmo muito bem. Parece que a roupa é muito diferente entre as várias pessoas, nítido reflexo das suas personalidades. Mas aquele ar multicultural-chique, dá-lhes um encanto especial.
Havia animação de rua, um pouco por todo lado. No metro, junto dos monumentos, nas praças. Adorei o espetáculo deste miúdo, que estava a dançar hip-hop de forma genial. (Calma, os pais também o acompanhavam, e faziam uma dança tão dramática, que mais parecia teatro de rua). Muito bom!
O que irrita em Paris, para além das filas em tudo o que é sítio, é a falta de estacionamento. Para além de perdermos imenso tempo para estacionar, normalmente só conseguimos estacionar durante 2 horas. Uma treta... Valha-nos o metro que nos leva a todo o lado (Jesus, e andei num metro automático, sem condutor... medo!).
O que achei muito giro foram os carros eléctricos da foto, disponíveis para alugar. Muito original, útil e, sobretudo, ecológico!
Paris respira arte por todo lado. Até os edifícios mais banais têm um toque artístico na sua arquitectura.
Os bares e restaurantes costumam ter uma decoração linda, atraente. Normalmente têm sempre objectos de arte, o que inclui quadros maravilhosos (com pintura a sério e não com papel imprimido!). Nunca tinha reparado, verdadeiramente, como a arte nos pode fazer sentir tão bem. É um bálsamo para o espírito!
Quanto à comida, pergunto-me: mas onde está a "maravilhosa" cozinha francesa? Então é... isto?
Na figura estava o meu pato supostamente "bem passado", com um molho meio doce... mas nada encantador comparando com os molhos asiáticos. O puré, por acaso, estava muito bom. Se por um lado, a decoração do restaurante nos convidava a ficar, os preços... esses faziam-nos querer fugir.
Na figura estava o meu pato supostamente "bem passado", com um molho meio doce... mas nada encantador comparando com os molhos asiáticos. O puré, por acaso, estava muito bom. Se por um lado, a decoração do restaurante nos convidava a ficar, os preços... esses faziam-nos querer fugir.
Por estes lados, também reparei que os restaurantes servem sempre água em garrafas de vidro. Concordo, opção mais saudável. Mas qual não foi o meu espanto quando vi encherem as garrafitas, directamente da torneira.
Coincidência ou não, num outro dia comi novamente pato. Desta vez envolvido num crepe (infelizmente algo queimado). O pato estava misturado com maçã e era acompanhado com salada. Mas, honestamente, nada parecia combinar com nada. Felizmente havia aquela sobremesa: um tiramisu de framboesa. Isto sim, era uma verdadeira delícia.
Conclusão: não quero ser injusta, mas volto a afirmar que a nossa comida é das melhores do mundo... e o café também.
Conclusão: não quero ser injusta, mas volto a afirmar que a nossa comida é das melhores do mundo... e o café também.
Um dos restaurantes por onde passei, novamente com um ar giro. A entrada tinha uma cascata de água e a vista era linda.
Ficámos em casa da prima do meu marido. Adorei o local! Trata-se de um velho edifício no centro da cidade, mas renovado por dentro. Como boa parisiense, tem quadros por todo o lado e está repleto de ideias criativas. Tirei fotos de duas: a árvore de Natal que transformou em suporte de livros e a coleção de postais, numa das paredes. No nosso quarto, aguardava-nos uma penumbra iluminada por velas e uma varanda com as portadas abertas. Lá fora a imagem de Paris. Maravilhoso!
As manhãs começavam agradáveis, lentas (antes de pôr o pé na rua, claro). Comíamos todos juntos o pequeno almoço francês (baguetes, café, leite, croissants... nada muito diferente do nosso), ao som de música calma (com um toque de Jazz, ao estilo Michael Bublé) e... novamente as portadas abertas para Paris, a cidade de todos os sonhos.
Quando vos disse que Paris respirava arte, não estava a brincar. Reparem que até numa explanada colocaram quadros. A propósito, reparem na imagem do empregado de mesa no quadro... os empregados ali vestiam-se mesmo assim. Fazia parte do charme do local.
Mais turistas e mais artistas...É caso para dizer: "they are everywhere!".
Mais alguns dos monumentos que visitámos: o Sacré-Coeur, uma basílica dedicada ao Sagrado Coração de Jesus.
Aqui temos a famosa catedral de Notre-Dame.
Um dos canais de Paris (por onde passam barcos com turistas). Notre-Dame ao fundo.
Passámos também por cima do túnel onde faleceu a princesa Diana. Ao fundo a "Chama da Liberdade". Apesar de ter sido construída antes da sua morte (representa a chama da estátua da Liberdade, nos EUA), hoje funciona quase como que um memorial de homenagem a Diana.
Estávamos na França. Estávamos em Paris. Ali perto, a terra dos sonhos... a Disneyland. A Letícia mal cabia em si de contente por saber que iria lá.
Aqui está a imagem emblemática do Castelo da Bela Adormecida. Lindo! Impressionante todos os detalhes não só do Castelo (pena não ter mobília por dentro), mas de toda a Disney. É uma verdadeira terra de sonhos... mesmo para os adultos.
Andámos em imensas diversões: em carrocéis, em barcos... não conseguimos foi apanhar o comboio.
A minha parte favorita foi a casa assombrada (a única coisa que a Letícia não gostou, mas pronto). Tinham um casamento fantasma, com os convidados a dançar, a noiva meio triste a tocar piano, a decoração arrepiante, mas tão, tão linda...
Visitámos a casa da Branca de Neve e dos Sete Anões, do Mickey, do Pinóquio, estivemos num barco de piratas, fizemos uma viagem enquanto víamos bonequinhas (em movimento) de todo o mundo...
E claro vimos muitas personagens Disney...
O detalhe era tanto, que até a pizza da Letícia tinha a forma do rato Mickey. Mas a sua parte favorita foi quando a Minnie lhe disse adeus e mandou um beijinho.
Dissemos adeus à Disney, aos seus encantos, às filas imensas (infelizmente), com a sensação de que não vimos nem metade. Mas mesmo assim, valeu a pena.
Agora reparem na coincidência. Na semana seguinte, uma amiga ligou-me a dar os parabéns pelo meu aniversário. Qual não foi a nossa surpresa quando descobrimos que estivemos na Disney exactamente no mesmo dia. O mundo é mesmo pequeno...
No último dia em que estivemos na França, em jeito de despedida, encontrámos este espectáculo maravilhoso. Foram quilómetros e quilómetros, repletos de balões de ar quente. Não há dúvida que os franceses são criativos!
Se gostei de França? Sinto que trouxe na bagagem um misto de sentimentos. As expectativas de Paris são tão, mas tão altas, que quando lá chegamos parece que esperávamos algo ainda melhor. Se por um lado os monumentos são deslumbrantes, acho francamente que não superam os nossos. Igualam talvez. Mas enquanto os franceses parecem adorar o seu país e fartam-se de o elogiar, sinto que nós, portugueses, não damos verdeiro valor ao que temos.
Tudo tem um clima meio mágico. Mas viver todos os dias numa correria para apanhar transportes, mal ter espaço para respirar no meio de tanta gente... é muito giro para turistas, mas parece que não tanto para os moradores. Há quem ame e há quem se sinta stressado.
Os serviços na França em geral, não são grande coisa. Para encontrarmos um multibanco ou uma bomba de gasolina temos de percorrer distâncias enormes. E então nas estações de serviço, paga-se um absurdo por qualidade medíocre.
Mas ao mesmo tempo, as pessoas são encantadoras e bem arranjadas. E a arte... não sei, mas faz-nos sentir bem. Fiquei apaixonada por arte, como nunca me lembro. A tia do meu marido que é pintora, ofereceu-nos um dos seus quadros. Está pendurado na nossa sala, a lembrar-nos uma rua de Paris.
E assim foi. Deixámos a terra dos sonhos, rumo a outras paragens. No rádio toca música da Adele, com um toque de jazz. Mas eu nem simpatizava com jazz... que se passa? É a arte que se entranhou ou talvez a memória daqueles pequenos-almoços demorados, ou talvez seja um pouco de ambos.
Fotos: Mafalda S. - França, Paris