Hoje quero falar do meu desenvolvimento pessoal, desde a criação deste blog. Isto, porque ando numa fase em que busco urgentemente equilíbrio. Desde Abril, que a minha vida anda um pouco fora do meu controlo. Mas quero fazer diferente! Quero reencontrar a paz interior. Para isso, voltar a escrever é fundamental. Para organizar ideias. Para evoluir.
Eis como tudo começou...
Na verdade foi com uma espécie de crise existencial. Estava grávida da minha filha e não queria continuar a ser uma workaholic, que colocava o seu bem-estar como a última das prioridades. Queria fugir da rotina. Descobrir o meu propósito de vida - algo que transformasse a minha existência. E assim surgiu o meu desejo de pesquisar sobre felicidade. Porque queria ser feliz e, de algum modo, inspirar os outros a serem eles próprios mais felizes.
Apesar da minha renitência inicial (costumo ser reservada com a vida pessoal), decidi escrever publicamente e com alguma regularidade a partir de Julho de 2010 (já lá vão 8 anos!). Pude assim mostrar o caminho que fiz para o meu desenvolvimento pessoal - com todas as descobertas, sucessos e fracassos que isso implicou.
A minha viagem pela felicidade
A viagem pelo «mundo da felicidade» começou com a leitura do livro "Aprenda a Ser Feliz" de Tal Ben-Shahar. Com ele descobri a existência da Psicologia Positiva e o que a ciência poderia dizer para sermos mais felizes. Seguiram-se outros livros e novas descobertas...
Descobri que havia uma série de actividades que poderiam aumentar a felicidade e tentei praticar as que tinham a ver comigo (no ano passado, cheguei a participar no desafio "actividades para a felicidade" durante um mês inteiro - o objectivo era realizar uma actividade por dia).
Na verdade, quando era mais nova passei por uma depressão, com algumas recaídas. Mesmo que tenha sido por instinto, utilizei algumas das estratégias da Psicologia Positiva (e medicação, diga-se) e consegui superar essa fase má. Com o blog quis ir além. Não queria só estar bem, queria florescer (como diria Martin Seligman).
Pesquisei sobre o que as pessoas felizes fazem de diferente e tentei imitá-las, educando-me a mim mesma para ser mais optimista. Isto envolveu moderar as influências negativas (aquilo que me desmotivava e não me fazia evoluir) e trabalhar a auto-confiança e auto-estima.
Foquei-me nas relações, porque queria construir relações mais felizes. Descobri a parentalidade positiva e investi em ensinar actividades para a felicidade também aos meus filhos (por exemplo, pelo Natal, já é tradição realizarmos um Calendário do Advento para a Felicidade). Mas quem fala de relações, fala igualmente de relações amorosas ou com os outros em geral.
Mas como a vida não são só rosas, decidi aprender a lidar com os momentos difíceis. Nem sempre corre bem, mas evoluí bastante. Nesta área tentei aprender a lidar com os problemas, a gerir o stress e a lidar com críticas (as dos outros e as minhas).
Talvez a grande descoberta desta caminhada tenha sido, a de que posso transformar os meus sonhos em realidade. Para isso é necessário transformar os sonhos em objectivos e usar os métodos adequados para os alcançar (o que inclui uma boa dose de motivação à mistura).
Fui da mesma forma descobrindo, que esta pesquisa sobre a felicidade - este desejo de ser mais feliz e de fazer os outros mais felizes - é o meu propósito de vida - aquilo que me apaixona, que me motiva a continuar. Talvez por isso, este blog se tenha mantido após todos estes anos (mesmo que ultimamente seja extremamente difícil ter tempo para escrever, a paixão mantém-se).
Entretanto, com o avançar da minha pesquisa, percebi que poderia extravasar o tema e melhorar diversas áreas da minha vida...
O dinheiro
Talvez por na altura estarmos em plena crise económica, a primeira área em que quis melhorar foi a minha situação financeira.
No livro do Tal Ben-Shahar, estava escrito que o dinheiro por si só não traz felicidade, mas pode ser um meio para a alcançar (por exemplo, se tivermos dinheiro para pagar a alguém que nos ajude com as tarefas domésticas, ficaremos com mais tempo disponível para outras prioridades).
A mim, o que me stressava era o facto de ter uma dívida com o banco: um crédito habitação a pagar em... 45 anos!!! Parecia-me demasiado tempo. Comecei a ler tudo e mais alguma coisa sobre gestão das finanças domésticas. Foi o livro do João Martins ,"A Economia lá de Casa", que me incentivou a criar um plano para me livrar da dívida, o que consegui em 2015.
Desse tempo ainda hoje mantenho alguns hábitos: a realização de um orçamento (menos detalhado, é certo), o pagar a mim primeiro, e os hábitos de poupança: na electricidade, água, compras, etc.
A gestão de tempo
Esta é uma área onde ainda tenho (muito) a melhorar... Principalmente nos últimos tempos. Ando atolada de tarefas e sem tempo para o que me faz feliz. Quero concluir a leitura do livro do David Allen, "GTD - Fazer Bem as Coisas" (que me parece ser um dos melhores métodos para gerir o tempo) e ler também, entres outros, o livro do Ryder Carroll "O Método Bullet Journal" (que já aplico à minha maneira).
Ainda assim, fiz tanto nesta área, que há coisas que interiorizei completamente. Fiz um registo de tempo, experimentei o método "To do List", criei a minha própria agenda - adaptada às minhas necessidades, tentei simplificar a minha vida, pesquisei métodos para evitar a procrastinação (que felizmente não me afecta muito) e manter o foco, criei listas (de compras, de bagagens para férias...), pesquisei sobre como lidar com os imprevistos (presentemente, uma das principais causas da minha falta de tempo), etc.
Sinto que esta é a área onde mais quero investir no próximo ano - porque não está fácil...
A importância de eliminar a tralha
O livro de Tal Ben-Shahar foi também o pontapé de saída para perceber a necessidade de simplificar a vida, nomeadamente destralhando. Isto porque o excesso de objectos, implica trabalho extra a arrumar e a procurar coisas (há um estudo que refere em média, mais 40% de trabalho doméstico). Tempo esse que poderia ser ocupado com o que me faz feliz.
Levei isto tão a sério que durante 1 ano e pouco, levei a cabo um "plano para o destralhamento total da casa". Foi super-desafiante, mas fez uma grande diferença na minha vida.
A influência da casa na felicidade
Mas não é só a quantidade de tralha que influencia o nosso bem-estar em casa. Descobri um ramo da Psicologia, a Psicologia do Design de Interiores, cujo objectivo é tentar promover a felicidade através de espaços que estimulem emoções e vivências positivas. Percebi assim como a casa pode contribuir para a felicidade.
Isto envolve a atmosfera da casa (decoração, pintura, localização...), a sua organização (cujo objectivo é facilitar-nos a vida) e a manutenção de um ambiente limpo e arrumado.
O ambiente em que se vive
O ambiente em que vivemos influência as nossas emoções: espaços verdes e bem arranjados, serviços próximos, inexistência de criminalidade, pouco ruído, lixo tratado devidamente, etc. tudo isto contribui para nos sentirmos melhor. Para além disso, o próprio «ambiente» entre as pessoas com quem convivemos influi no nosso bem-estar. Basta lembrar como nos sentimos bem num trabalho com bom ambiente, ou como nos sentimos mais satisfeitos com boa vizinhança.
Mas uma comunidade mais feliz também depende de nós! Por menor que seja a nossa acção, podemos influenciar positivamente. Mantendo os espaços limpos e arranjados, sendo solidários com quem precisa (o que pode gerar uma cadeia de gentilezas), praticando gestos de bondade e ensinando-a aos nossos filhos, contagiando os outros com emoções positivas, optando por ser uma pessoa potenciadora (ao invés de castradora), praticando gestos amigos do ambiente, etc.
Portugal pode não ser o país com o ambiente mais feliz do mundo, mas nesta caminhada, descobri a importância da acção de cada um de nós. Um pensamento da Madre Teresa, transformou-se num dos meus lemas de vida:
As redes sociais
Com o passar do tempo aderi a algumas redes sociais:
1) criei a página "A Felicidade é o Caminho" no facebook, onde coloco imagens com mensagens inspiradoras, divulgo posts do blog, notícias, informações relevantes, vídeos, etc.;
2) criei uma conta no Instagram, onde faço partilhas dos livros que me inspiram, de ideias que vou aplicando na minha vida (actividades para a felicidade, organização doméstica, actividades com as crianças, ideias para uma vida mais ecológica, etc. ), de lugares por onde passo, de comida saudável ou de conforto, etc.
3) mais recentemente, aderi ao Pinterest (que divulgo agora, pela primeira vez). Neste agrupei fotos inspiradoras sobre: Psicologia Positiva, gestão de tempo, organização doméstica, decoração, diy, livros, destralhe, objectivos/propósito de vida, moda, beleza, exercício físico, meditação, alimentação saudável, viagens, entre outros.
Também publiquei artigos na imprensa, cuja divulgação podes encontrar aqui.
Slow living
Interessei-me também pelo movimento slow, que preconiza que vivamos num ritmo mais lento e com mais bem-estar. A ideia é saborear o que está à nossa volta, para que levemos uma vida mais saudável e feliz.
Apesar de ser uma filosofia de vida bem atractiva, tenho dificuldade em implementá-la. Ainda assim, já vivi férias em modo slow e tento seguir estratégias de slow parenting com os meus filhos.
Comida de conforto e alimentação saudável
Ao longo dos anos aprendi bastante sobre comida. Como a minha mãe faleceu quando eu era muito nova, não chegou a ensinar-me. Os livros foram os meus mestres. Mas pelo menos ensinou-me o prazer, de saborear uma refeição reconfortante. Aquela comida especial de Domingo ou de ocasiões como o Natal. Hoje tento repetir essas receitas e, invariavelmente, trazem-me lembranças felizes.
A par disto comecei a descobrir o mundo da alimentação saudável. Tenho partilhado receitas, falado de livros que me cativam e inclusive dos meus sucessos e fracassos.
Tentei livrar a minha cozinha do que é tóxico. Entre várias medidas passei, por exemplo a limpá-la com produtos ecológicos ou com produtos caseiros à base de vinagre, bicarbonato de sódio, limão, etc.
Vida saudável
Alterei os meus hábitos de consumo, para levar uma vida mais saudável. Passei a consumir produtos biológicos (nem sempre fáceis de encontrar na minha zona) - e não me refiro só à alimentação, mas também aos produtos de higiene e beleza e até ao vestuário.
Antes de começar o blog era uma workaholic inveterada. Felizmente, percebi a importância de incluir períodos de relaxamento na minha rotina (sejamos realistas, nem sempre é fácil). Tive momentos muito próximos da exaustão, mas a inclusão do relaxamento melhorou a minha saúde física e mental. E se esse relaxamento incluir a meditação ou o shinrin-yoku, ainda me sinto melhor.
Quanto ao exercício físico, tão importante para a felicidade... bem, tem sido um desastre. Raramente tenho (ou defino) tempo para o praticar. É uma pena, porque principalmente com yoga, sinto-me super-bem.
Ainda no domínio da «vida saudável», experimentei uma série de outras coisas: estratégias para dormir melhor, formas de prevenir alergias (nem carpetes temos em casa...), combate à ingestão de açúcar, etc.
Espiritualidade
Sempre fui uma pessoa espiritual. Costumo dizer que não acredito em religiões, mas acredito em Deus. É uma questão muito pessoal. Ainda assim, nestas minhas pesquisas descobri que este tema já foi estudado e a espiritualidade pode realmente aumentar a felicidade (não confundir com seguir uma religião por obrigação, sem a sentir verdadeiramente). O hábito de conversar com Deus costuma ajudar. Desabafamos sobre as dificuldades, agradecemos as bênçãos e pedimos por um futuro melhor.
Uma outra temática que quero explorar são os estudos científicos sobre EQM´s (experiências de quase morte). Porquê? Porque no fundo me conforta a alma relativamente às pessoas que perdi.
Mesmo sendo alguém que necessita de provas em praticamente tudo, para acreditar (falo de estudos científicos sérios), na área da espiritualidade permito-me ter fé.
O hygge e outras práticas para uma vida feliz
Quase desde o início do blog, interessei-me pelas vivências daqueles que são considerados os países mais felizes do mundo. O que será que fariam de diferente?
Isto levou-me a descobrir o hygge (e a praticá-lo). Trata-se quase de uma filosofia de vida dinamarquesa que tem a ver com o saborear das coisas simples da vida e procurar uma sensação de aconchego (ex. sentarmo-nos num recanto acolhedor a ler um bom livro, enquanto ouvimos o crepitar de uma lareira). Tentei adaptar a prática à realidade portuguesa e ensinei-a desde cedo à minha filha.
Depois do hygge, descobri o lagom (estilo de vida sueco em que se busca viver equilibradamente - em que as coisas não são de menos nem de mais, mas na medida certa), o sisu (um dos elementos da fórmula da felicidade finlandesa, que tem sido traduzido como «coragem» [mas a mim me soa como «resiliência»] nas diversas áreas da vida. Pode estar presente: ao enfrentar desafios, na luta por objectivos, na educação dos filhos, na resolução de conflitos, no aumentar do bem-estar...) e o shinrin-yoku (uma terapia japonesa que usa o poder terapêutico da Natureza, para reduzir o stress).
O poder dos livros
Sou uma apaixonada por livros. Colecciono-os e sinto-me incrivelmente bem quando entro numa livraria. Um dos meus programas preferidos é aconchegar-me num lugar confortável, embrulhar-me numa mantinha e ficar ali a ler (se bem que eu leio em qualquer sítio).
Os livros foram fundamentais para a evolução deste blog, pois a maioria da pesquisa que faço tem origem neles. Por outro lado, se fiz mudanças positivas na minha vida, grande parte das vezes inspirei-me nalgum livro. Foi com o livro "Aprenda a Ser Feliz" de Tal Ben-Shahar que comecei a estudar a felicidade. Foi o livro do João Martins ,"A Economia lá de Casa", que me inspirou a livrar das dívidas. Foram os livros que me ensinaram a cozinhar... e poderia aqui continuar, com uma lista enorme de livros que melhoraram a minha vida.
Ao longo do tempo fiz resumos de alguns dos livros que me inspiraram, sendo um dos sub-temas do blog (na barra lateral direita) justamente os livros. Tenho igualmente um post, com a lista completa dos livros sobre os quais já falei.
Compilação de conhecimentos
Mais recentemente aderi à prática dos commonplace books. Tratam-se de cadernos pessoais onde compilamos conhecimentos, ou seja, registamos citações inspiradoras, ideias interessantes que nos surgem ou que ouvimos algures, excertos relevantes de livros... É uma espécie de registo das aprendizagens que vamos fazendo. É uma excelente estratégia para o crescimento pessoal.
Uma vida mais ecológica
Já há alguns anos que vinha assumindo uma postura mais ecológica (passando a usar guardanapos em tecido, produtos ecológicos, substituindo electrodomésticos por outros mais amigos do ambiente, utilizando lâmpadas economizadoras, evitando o desperdício alimentar, etc.). Mas no presente ano de 2018, implementei um plano para levar uma vida mais verde. Algo mais a sério, que ditará a minha filosofia de vida para o futuro.
Após este exercício de reflexão, percebo a importância que este blog tem tido na minha vida. Percebo também a minha necessidade de reencontrar-me, de gerir melhor o meu tempo e de voltar a escrever. De pôr em prática aquilo que aprendi.
Sim, ser feliz e espalhar a felicidade à minha volta continua a ser o meu propósito. Espero que continuem por cá, acompanhando-me nesta jornada.
Fotos: 1.ª e 9.ª Free-Photos; 2.ª Kareni; 3.ª jarmoluk; 4.ª Jeshoots; 5.ª Skitterphoto; 6.ª Alvhem; 7.ª e 8.ª rawpixel; 8.ª Pexels; 10.ª Jill111; 10.ª Sofie Zborilova; 11.ª e 13.ª StockSnap; 12.ª Mafalda S.; 14.ª lil foot; 15.ª Bess Hamiti.A viagem pelo «mundo da felicidade» começou com a leitura do livro "Aprenda a Ser Feliz" de Tal Ben-Shahar. Com ele descobri a existência da Psicologia Positiva e o que a ciência poderia dizer para sermos mais felizes. Seguiram-se outros livros e novas descobertas...
Descobri que havia uma série de actividades que poderiam aumentar a felicidade e tentei praticar as que tinham a ver comigo (no ano passado, cheguei a participar no desafio "actividades para a felicidade" durante um mês inteiro - o objectivo era realizar uma actividade por dia).
Na verdade, quando era mais nova passei por uma depressão, com algumas recaídas. Mesmo que tenha sido por instinto, utilizei algumas das estratégias da Psicologia Positiva (e medicação, diga-se) e consegui superar essa fase má. Com o blog quis ir além. Não queria só estar bem, queria florescer (como diria Martin Seligman).
Pesquisei sobre o que as pessoas felizes fazem de diferente e tentei imitá-las, educando-me a mim mesma para ser mais optimista. Isto envolveu moderar as influências negativas (aquilo que me desmotivava e não me fazia evoluir) e trabalhar a auto-confiança e auto-estima.
Foquei-me nas relações, porque queria construir relações mais felizes. Descobri a parentalidade positiva e investi em ensinar actividades para a felicidade também aos meus filhos (por exemplo, pelo Natal, já é tradição realizarmos um Calendário do Advento para a Felicidade). Mas quem fala de relações, fala igualmente de relações amorosas ou com os outros em geral.
Mas como a vida não são só rosas, decidi aprender a lidar com os momentos difíceis. Nem sempre corre bem, mas evoluí bastante. Nesta área tentei aprender a lidar com os problemas, a gerir o stress e a lidar com críticas (as dos outros e as minhas).
Talvez a grande descoberta desta caminhada tenha sido, a de que posso transformar os meus sonhos em realidade. Para isso é necessário transformar os sonhos em objectivos e usar os métodos adequados para os alcançar (o que inclui uma boa dose de motivação à mistura).
Fui da mesma forma descobrindo, que esta pesquisa sobre a felicidade - este desejo de ser mais feliz e de fazer os outros mais felizes - é o meu propósito de vida - aquilo que me apaixona, que me motiva a continuar. Talvez por isso, este blog se tenha mantido após todos estes anos (mesmo que ultimamente seja extremamente difícil ter tempo para escrever, a paixão mantém-se).
Entretanto, com o avançar da minha pesquisa, percebi que poderia extravasar o tema e melhorar diversas áreas da minha vida...
O dinheiro
Talvez por na altura estarmos em plena crise económica, a primeira área em que quis melhorar foi a minha situação financeira.
No livro do Tal Ben-Shahar, estava escrito que o dinheiro por si só não traz felicidade, mas pode ser um meio para a alcançar (por exemplo, se tivermos dinheiro para pagar a alguém que nos ajude com as tarefas domésticas, ficaremos com mais tempo disponível para outras prioridades).
A mim, o que me stressava era o facto de ter uma dívida com o banco: um crédito habitação a pagar em... 45 anos!!! Parecia-me demasiado tempo. Comecei a ler tudo e mais alguma coisa sobre gestão das finanças domésticas. Foi o livro do João Martins ,"A Economia lá de Casa", que me incentivou a criar um plano para me livrar da dívida, o que consegui em 2015.
Desse tempo ainda hoje mantenho alguns hábitos: a realização de um orçamento (menos detalhado, é certo), o pagar a mim primeiro, e os hábitos de poupança: na electricidade, água, compras, etc.
A gestão de tempo
Esta é uma área onde ainda tenho (muito) a melhorar... Principalmente nos últimos tempos. Ando atolada de tarefas e sem tempo para o que me faz feliz. Quero concluir a leitura do livro do David Allen, "GTD - Fazer Bem as Coisas" (que me parece ser um dos melhores métodos para gerir o tempo) e ler também, entres outros, o livro do Ryder Carroll "O Método Bullet Journal" (que já aplico à minha maneira).
Ainda assim, fiz tanto nesta área, que há coisas que interiorizei completamente. Fiz um registo de tempo, experimentei o método "To do List", criei a minha própria agenda - adaptada às minhas necessidades, tentei simplificar a minha vida, pesquisei métodos para evitar a procrastinação (que felizmente não me afecta muito) e manter o foco, criei listas (de compras, de bagagens para férias...), pesquisei sobre como lidar com os imprevistos (presentemente, uma das principais causas da minha falta de tempo), etc.
Sinto que esta é a área onde mais quero investir no próximo ano - porque não está fácil...
A importância de eliminar a tralha
O livro de Tal Ben-Shahar foi também o pontapé de saída para perceber a necessidade de simplificar a vida, nomeadamente destralhando. Isto porque o excesso de objectos, implica trabalho extra a arrumar e a procurar coisas (há um estudo que refere em média, mais 40% de trabalho doméstico). Tempo esse que poderia ser ocupado com o que me faz feliz.
Levei isto tão a sério que durante 1 ano e pouco, levei a cabo um "plano para o destralhamento total da casa". Foi super-desafiante, mas fez uma grande diferença na minha vida.
A influência da casa na felicidade
Mas não é só a quantidade de tralha que influencia o nosso bem-estar em casa. Descobri um ramo da Psicologia, a Psicologia do Design de Interiores, cujo objectivo é tentar promover a felicidade através de espaços que estimulem emoções e vivências positivas. Percebi assim como a casa pode contribuir para a felicidade.
Isto envolve a atmosfera da casa (decoração, pintura, localização...), a sua organização (cujo objectivo é facilitar-nos a vida) e a manutenção de um ambiente limpo e arrumado.
O ambiente em que se vive
O ambiente em que vivemos influência as nossas emoções: espaços verdes e bem arranjados, serviços próximos, inexistência de criminalidade, pouco ruído, lixo tratado devidamente, etc. tudo isto contribui para nos sentirmos melhor. Para além disso, o próprio «ambiente» entre as pessoas com quem convivemos influi no nosso bem-estar. Basta lembrar como nos sentimos bem num trabalho com bom ambiente, ou como nos sentimos mais satisfeitos com boa vizinhança.
Mas uma comunidade mais feliz também depende de nós! Por menor que seja a nossa acção, podemos influenciar positivamente. Mantendo os espaços limpos e arranjados, sendo solidários com quem precisa (o que pode gerar uma cadeia de gentilezas), praticando gestos de bondade e ensinando-a aos nossos filhos, contagiando os outros com emoções positivas, optando por ser uma pessoa potenciadora (ao invés de castradora), praticando gestos amigos do ambiente, etc.
Portugal pode não ser o país com o ambiente mais feliz do mundo, mas nesta caminhada, descobri a importância da acção de cada um de nós. Um pensamento da Madre Teresa, transformou-se num dos meus lemas de vida:
"O que eu faço é uma gota no meio do oceano.
Mas sem ela, o oceano será menor."
Com o passar do tempo aderi a algumas redes sociais:
1) criei a página "A Felicidade é o Caminho" no facebook, onde coloco imagens com mensagens inspiradoras, divulgo posts do blog, notícias, informações relevantes, vídeos, etc.;
2) criei uma conta no Instagram, onde faço partilhas dos livros que me inspiram, de ideias que vou aplicando na minha vida (actividades para a felicidade, organização doméstica, actividades com as crianças, ideias para uma vida mais ecológica, etc. ), de lugares por onde passo, de comida saudável ou de conforto, etc.
3) mais recentemente, aderi ao Pinterest (que divulgo agora, pela primeira vez). Neste agrupei fotos inspiradoras sobre: Psicologia Positiva, gestão de tempo, organização doméstica, decoração, diy, livros, destralhe, objectivos/propósito de vida, moda, beleza, exercício físico, meditação, alimentação saudável, viagens, entre outros.
Também publiquei artigos na imprensa, cuja divulgação podes encontrar aqui.
Slow living
Interessei-me também pelo movimento slow, que preconiza que vivamos num ritmo mais lento e com mais bem-estar. A ideia é saborear o que está à nossa volta, para que levemos uma vida mais saudável e feliz.
Apesar de ser uma filosofia de vida bem atractiva, tenho dificuldade em implementá-la. Ainda assim, já vivi férias em modo slow e tento seguir estratégias de slow parenting com os meus filhos.
Comida de conforto e alimentação saudável
Ao longo dos anos aprendi bastante sobre comida. Como a minha mãe faleceu quando eu era muito nova, não chegou a ensinar-me. Os livros foram os meus mestres. Mas pelo menos ensinou-me o prazer, de saborear uma refeição reconfortante. Aquela comida especial de Domingo ou de ocasiões como o Natal. Hoje tento repetir essas receitas e, invariavelmente, trazem-me lembranças felizes.
A par disto comecei a descobrir o mundo da alimentação saudável. Tenho partilhado receitas, falado de livros que me cativam e inclusive dos meus sucessos e fracassos.
Tentei livrar a minha cozinha do que é tóxico. Entre várias medidas passei, por exemplo a limpá-la com produtos ecológicos ou com produtos caseiros à base de vinagre, bicarbonato de sódio, limão, etc.
Vida saudável
Alterei os meus hábitos de consumo, para levar uma vida mais saudável. Passei a consumir produtos biológicos (nem sempre fáceis de encontrar na minha zona) - e não me refiro só à alimentação, mas também aos produtos de higiene e beleza e até ao vestuário.
Antes de começar o blog era uma workaholic inveterada. Felizmente, percebi a importância de incluir períodos de relaxamento na minha rotina (sejamos realistas, nem sempre é fácil). Tive momentos muito próximos da exaustão, mas a inclusão do relaxamento melhorou a minha saúde física e mental. E se esse relaxamento incluir a meditação ou o shinrin-yoku, ainda me sinto melhor.
Quanto ao exercício físico, tão importante para a felicidade... bem, tem sido um desastre. Raramente tenho (ou defino) tempo para o praticar. É uma pena, porque principalmente com yoga, sinto-me super-bem.
Ainda no domínio da «vida saudável», experimentei uma série de outras coisas: estratégias para dormir melhor, formas de prevenir alergias (nem carpetes temos em casa...), combate à ingestão de açúcar, etc.
Espiritualidade
Sempre fui uma pessoa espiritual. Costumo dizer que não acredito em religiões, mas acredito em Deus. É uma questão muito pessoal. Ainda assim, nestas minhas pesquisas descobri que este tema já foi estudado e a espiritualidade pode realmente aumentar a felicidade (não confundir com seguir uma religião por obrigação, sem a sentir verdadeiramente). O hábito de conversar com Deus costuma ajudar. Desabafamos sobre as dificuldades, agradecemos as bênçãos e pedimos por um futuro melhor.
Uma outra temática que quero explorar são os estudos científicos sobre EQM´s (experiências de quase morte). Porquê? Porque no fundo me conforta a alma relativamente às pessoas que perdi.
Mesmo sendo alguém que necessita de provas em praticamente tudo, para acreditar (falo de estudos científicos sérios), na área da espiritualidade permito-me ter fé.
O hygge e outras práticas para uma vida feliz
Quase desde o início do blog, interessei-me pelas vivências daqueles que são considerados os países mais felizes do mundo. O que será que fariam de diferente?
Isto levou-me a descobrir o hygge (e a praticá-lo). Trata-se quase de uma filosofia de vida dinamarquesa que tem a ver com o saborear das coisas simples da vida e procurar uma sensação de aconchego (ex. sentarmo-nos num recanto acolhedor a ler um bom livro, enquanto ouvimos o crepitar de uma lareira). Tentei adaptar a prática à realidade portuguesa e ensinei-a desde cedo à minha filha.
Depois do hygge, descobri o lagom (estilo de vida sueco em que se busca viver equilibradamente - em que as coisas não são de menos nem de mais, mas na medida certa), o sisu (um dos elementos da fórmula da felicidade finlandesa, que tem sido traduzido como «coragem» [mas a mim me soa como «resiliência»] nas diversas áreas da vida. Pode estar presente: ao enfrentar desafios, na luta por objectivos, na educação dos filhos, na resolução de conflitos, no aumentar do bem-estar...) e o shinrin-yoku (uma terapia japonesa que usa o poder terapêutico da Natureza, para reduzir o stress).
O poder dos livros
Sou uma apaixonada por livros. Colecciono-os e sinto-me incrivelmente bem quando entro numa livraria. Um dos meus programas preferidos é aconchegar-me num lugar confortável, embrulhar-me numa mantinha e ficar ali a ler (se bem que eu leio em qualquer sítio).
Os livros foram fundamentais para a evolução deste blog, pois a maioria da pesquisa que faço tem origem neles. Por outro lado, se fiz mudanças positivas na minha vida, grande parte das vezes inspirei-me nalgum livro. Foi com o livro "Aprenda a Ser Feliz" de Tal Ben-Shahar que comecei a estudar a felicidade. Foi o livro do João Martins ,"A Economia lá de Casa", que me inspirou a livrar das dívidas. Foram os livros que me ensinaram a cozinhar... e poderia aqui continuar, com uma lista enorme de livros que melhoraram a minha vida.
Ao longo do tempo fiz resumos de alguns dos livros que me inspiraram, sendo um dos sub-temas do blog (na barra lateral direita) justamente os livros. Tenho igualmente um post, com a lista completa dos livros sobre os quais já falei.
Compilação de conhecimentos
Mais recentemente aderi à prática dos commonplace books. Tratam-se de cadernos pessoais onde compilamos conhecimentos, ou seja, registamos citações inspiradoras, ideias interessantes que nos surgem ou que ouvimos algures, excertos relevantes de livros... É uma espécie de registo das aprendizagens que vamos fazendo. É uma excelente estratégia para o crescimento pessoal.
Uma vida mais ecológica
Já há alguns anos que vinha assumindo uma postura mais ecológica (passando a usar guardanapos em tecido, produtos ecológicos, substituindo electrodomésticos por outros mais amigos do ambiente, utilizando lâmpadas economizadoras, evitando o desperdício alimentar, etc.). Mas no presente ano de 2018, implementei um plano para levar uma vida mais verde. Algo mais a sério, que ditará a minha filosofia de vida para o futuro.
««»»
Após este exercício de reflexão, percebo a importância que este blog tem tido na minha vida. Percebo também a minha necessidade de reencontrar-me, de gerir melhor o meu tempo e de voltar a escrever. De pôr em prática aquilo que aprendi.
Sim, ser feliz e espalhar a felicidade à minha volta continua a ser o meu propósito. Espero que continuem por cá, acompanhando-me nesta jornada.
.............................................................
"A Felicidade é o Caminho" também está aqui:
Olá Mafalda, gosto muito da forma como escreves. Especialmente porque não fazes julgamentos e expões a tua opinião de uma forma tão simples e humilde.
ResponderEliminarEste é dos blogs portugueses que mais gosto, o conteúdo deixa nos a reflectir e é sempre informativo.
Espero que encontres o equilíbrio que te falta ultimamente em breve :)
Este ano decidi parar. Aproveitar o momento, abrandar, reflectir sobre a minha vida profissional, pessoal e amorosa e o Programa Holístico da Officinalis foi fulcral para este meu caminho. Sugiro que dês uma vista de olhos porque foi das melhores decisões da minha vida. Consegui encontrar a minha paz interior há muito perdida, voltei a meditar todos os dias, aprendi a cozinhar, conheci histórias de vida e mulheres inspiradoras e ainda fiz uma viagem espiritual intensa.
Sabe mais aqui https://www.officinalis.pt/holistica/ Se quiseres falar mais sobre o holistica estás à vontade para enviar-me mensagem para o ig @viveraviajar
Como foi uma ajuda enorme para mim, talvez também te possa ajudar.
Tem um bom dia, beijinhos
Olá Mafalda! Nunca comentei, embora como muitos, te vou acompanhando e crescendo contigo. Há alturas na nossa vida que somos sugados pelos "deveres", pela rotina, pelas falsas mas supostas prioridades. Mas é muito bom perceber como consegues parar e voltar a entrar na tua órbita, no teu verdadeiro caminho. Acredita que a tua mensagem chega, inspiras-nos muito. Continua. Por ti. Por nós.
ResponderEliminarOlá Mafalda, muito obrigada pela tua enorme generosidade e disponibilidade em partilhares os livros, as experiencias, as emoçoes, as historias. É a primeira vez que comento mas acompanho assiduamente o teu blogue.Parece-me que os momentos complicados na realidade são oportunidades para pormos em pratica tudo aquilo que aprendemos e desta forma, evoluirmos um pouco mais. Nunca substimes o impacto e a importancia que causas em todos aqueles que te acompanham. Muito obrigada por este blogue e por todos os momentos de felicidade que nascem e florescem daqui. Desejo-te tudo de muito, muito bom!
ResponderEliminarMas sem dúvidas que continuaremos te acompanhando! Teu blog é muito inspirador, e agradeço pelas tuas partilhas!
ResponderEliminarSobre o ser workaholic e a questão de gerir bem o tempo, essa também é uma luta minha. Sempre que refelito sobre isso, volto a lembrar das palavras de Jesus para Marta, quando esta foi se queixar de Maria: "Maria escolheu a melhor parte, e esta não lhe será tirada". Essa é uma história muito interessante, que está relatada em Lc 10.38-42, e me leva a refletir sobre a vida e o que é essencial, no meio das inúmeras atribuições em que nos vemos envolvidos diariamente...
ResponderEliminarPARABÉNS Mafalda!
ResponderEliminarEstou maravilhada com o blog, comecei o meu blog à muito pouco tempo e curioso ou não, identifiquei me quase de imediato pelo nome do teu blog, contudo quando comecei a ler melhor nomeadamente este post fiquei fascinada... És sem dúvida uma fonte de inspiração.
Muito obrigada pelas partilhas, pois acredito que se todos partilharmos esta energia positiva e felicidade o mundo fica muito melhor!
Muito Sucesso
Beijinhos grandes
https://vivernocaminhoparaafelicidade.blogspot.com/?m=1
Com certeza estaremos juntas! Seu blog é muito inspirador e eu adoro a maneira didática e pessoal como escreve. Obrigada por compartilhar seu aprendizado.
ResponderEliminar