Ultimamente tenho prestado mais atenção às pequenas coisas, ao fluir da vida e às lições que ela nos traz. Assim foi com as últimas férias. Apreciando cada momento e retirando aprendizagens das minhas experiências.
Rumámos novamente a sul e ficámos junto daquela imensidão de mar, no Algarve. Tão bom ver o mar outra vez. Se pudesse, viveria junto dele. A sua beleza, o seu cheiro, o som das suas ondas... fazem-me definitivamente mais feliz.
Ficámos onde costumamos ficar. Num hotel rodeado de Natureza, porque era dela que estávamos a precisar. O cansaço era excessivo e precisávamos mesmo de abrandar.
Desliguei-me de tudo. Das redes sociais, do blog, do telemóvel. Restaram os livros e a natureza.
Não deixei de acordar cedo. Ia para uma espreguiçadeira junto da piscina, enquanto os outros hóspedes ainda dormiam. A piscina era mesmo em frente ao meu apartamento, não tinha de caminhar muito. E depois era ficar ali, no silêncio somente interrompido pelo som da água. Meditava e depois lia.
Só de seguida tomava o pequeno-almoço. Fi-lo sempre na esplanada da minha varanda, rodeada por flores e por todo aquele verde. Comer ao ar livre tem outro sabor.
Interessantes os artigos que li. Parece que só encontrava textos relacionados com o slow living e o vegeterianismo. Foi mais uma chamada de atenção para a necessidade de abrandar. Por vezes não ligo aos sinais do corpo. Vivo sempre em correria. Mas tenho (urgentemente) de viver mais devagar, ou pelo menos de fazer mais pausas. Preciso também de cuidar da minha alimentação. Quero cada vez mais comer de forma saudável.
Se bem que... não resisti a alguns capuccinos, uma das minhas bebidas favoritas. E ainda provei aquele doce da foto à direita (foram só umas colheradas, pois o bolo era do meu marido). Era feito com alfarrobas, um fruto típico do Algarve. Uma verdadeira delícia! Mas vamos pela positiva, desde que fui de férias rendi-me ao chá verde e esse, não tenho dúvidas de que é saudável.
O melhor destas férias é que li bastante. Principalmente, como disse, junto da piscina deserta. O livro que levei (e que me está a encantar) é "
O Monge Urbano" de Pedram Shojai. Cheio de boas sugestões para os problemas do dia-a-dia! Prometo que falarei dele quando acabar de lê-lo, pois vale mesmo a pena.
Sinto que estou a descobrir todo um mundo novo, nestes últimos livros que tenho lido - por abordarem não só uma componente prática, mas também uma vertente mais espiritual.
Não tenho quaisquer dúvidas de que foi o livro da Rute Caldeira
o "Liberta-te de Pensamentos Tóxicos" que fez com que na minha mente habitualmente céptica, despertasse a curiosidade acerca deste tipo de leituras. Continuo descrente acerca de muita coisa, mas sinto uma curiosidade enorme em saber mais.
Na mala levei também o livro de yoga mais pequeno que tinha cá por casa. É que eu e a princesa, andámos a praticar.
Quando viajo gosto de mergulhar nos sabores locais. Aquele patê de atum, camarão e delícias do mar era divinal (foto da esquerda). À direita uma cataplana de marisco.
Contudo, tentei experimentar o máximo que consegui de pratos vegetarianos. E digo já que não foi uma boa experiência. A oferta era muito escassa e, por vezes, nada deliciosa. Experimentei por exemplo um prato no hotel que incluía ratatouille. Desiludiu-me imenso. A receita que costumo fazer é bem mais saborosa.
O prato da foto abaixo é um «misto vegetariano», do qual finalmente gostei. Surpreendeu-me é que o falafel, tem exactamente o mesmo sabor do que faço em casa.
O mundo vegetariano é ainda um enigma, o qual quero sem dúvida explorar.
Como disse, continuei a levantar-me cedo. E os melhores momentos aconteceram junto à praia, quando íamos ver o nascer do sol. Maravilhoso aquele espectáculo da natureza! Aquelas águas douradas, aquele cheiro a maresia, inundavam o meu ser de energia positiva.
À tardinha dava um passeio pelos jardins do hotel. Não queria ir para longe. Queria simplesmente desligar-me do resto do mundo e comungar com a Natureza.
Apreciar pormenores, que por vezes nos passam ao lado no dia-a-dia. Se bem que, cada vez mais, estou atenta à beleza das pequenas coisas.
Debaixo das enormes pinheiras ou dos sobreiros com troncos lindíssimos, estendíamos as nossas toalhas e praticávamos yoga. Também fizemos uma aula de hidroginástica, mas ficou por aí. Era a última aula que a professora ia dar.
Este era o caminho que dá para os baloiços. E esta é para mim uma das plantas mais interessantes daquele jardim.
Os apartamentos têm sempre pinturas no seu interior. Adorei este quadro. Lembra o Algarve, a vida dos pescadores.
Mas nem tudo correu pelo melhor. A localização do apartamento era péssima para quem tem filhos pequenos e pedimos uma alteração. Mudámos para um com pior qualidade, mas num sítio mais agradável. O problema é que a manutenção deste último, deixava a desejar. Quando saímos de férias e estamos exaustos, queremos é descansar. Não pensar nas chatices do dia-a-dia. Mas entre outras coisas, a máquina de lavar loiça não funcionava e demoraram uma eternidade para substituí-la (a bem dizer, fizeram-no quase no fim das férias). Queria que este e outros detalhes não nos tivessem afectado. Mas ainda não chegámos a esse ponto e aquilo influenciou negativamente o nosso descanso.
Por esta altura, aconteceu também mais uma agressão à mãe Natureza. O incêndio de Monchique. Dá-me um aperto no coração de cada vez que assisto a estas situações... Mesmo distantes daquele lugar, o céu estava acastanhado tal era a quantidade de fumo.
Junto ao mar, tudo pareceria mais escuro. O céu outrora azul, e já com o laranja do pôr-do-sol, estava também acastanhado.
Gostei das férias, mas todos nós sentimos que uma semana não foi suficiente para superar da exaustão. Deveríamos ter ido mais cedo. Não deixar o nosso cansaço chegar ao ponto a que chegou.
Por outro lado, pessoalmente apreciei cada minutinho. Concentrei-me no presente. Foquei-me naquilo que me faz bem.
Agora resta a saudade, principalmente das manhãs. Aquelas manhãs coloridas pelo nascer do sol e em paz pela meditação, pelos pequenos-almoços na natureza.
Vou ter saudades destas companheiras matinais. A praia estava cheia de gaivotas e vazia de pessoas. E eu preferia assim. Eram as melhores horas para ali se estar.
Vou ter saudades também do pôr-do-sol, a outra hora em que íamos ver o mar. Saudades da minha filha e do meu príncipe a saltarem as ondas. Saudades da caminhada de fim de tarde à beira mar.
Mas falei em ensinamentos. E aprendi com esta experiência.
Eis as lições:
- Não devemos chegar a um ponto de exaustão para tirar férias. O descanso é tão importante para o corpo como a actividade;
- Para garantir uma boa estadia, é importante reservar o mais cedo possível e informar o hotel daquilo que é realmente imprescindível para nós (sem exageros, claro);
- Para descansar é importante simplificar (nada de excesso de actividades ou escolhas demasiado complicadas);
- No meu caso, os melhores momentos para apreciar a Natureza são ao nascer e ao pôr-do-sol. Faz toda a diferença observar aquele espectáculo da Natureza;
- A meditação, por mais curta que seja, traz muita energia positiva e serenidade aos nossos dias;
- Estar aberto a novas perspectivas de conhecimento (leituras mais espirituais, terapias alternativas, outras filosofias de vida...), pode mostrar-nos um leque de novas técnicas para melhorar a nossa vida. Claro que não devemos aceitar tudo. Devemos distinguir o útil do inútil, de modo a não perder tempo precioso. No entanto, estar aberto a novos saberes, pode realmente trazer ideias úteis que de outra forma não conheceríamos;
- A falta de beber água afecta o nosso corpo, nomeadamente a nossa pele (fui uma hora tratar da minha pele e a esteticista percebeu de imediato que andava a beber pouca água - como ela refere "a melhor hidratação é a que vem de dentro");
- Cuidar da pele faz toda a diferença no seu aspecto (daí a importância de ter uma rotina matinal e outra nocturna de cuidados);
- Usar esfoliante 1 vez por semana é essencial para que a pele consiga receber a hidratação de cremes externos. Se existirem muitas células mortas, simplesmente os cremes não funcionam, porque não são devidamente absorvidos.
- Os melhores pratos de comida vegetariana que já provei... foram feitos em casa. Há por isso que alargar o leque de escolhas. Experimentar novas receitas, perceber o que gosto dentro das refeições saudáveis.
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As férias são realmente importantes para o nosso bem-estar.
Não devemos adiar o descanso. Só com ele o corpo funcionará em pleno.
Para além disso, por norma as férias são uma experiência positiva,
logo passível de nos fazer felizes.
E pronto, vou sonhar com as próximas.
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