Hoje vou escrever um post diferente, novamente para dar resposta a questões que me colocam por e-mail. Não sei bem porquê, mas são várias as pessoas que fazem perguntas mais direccionadas à minha vida pessoal e percurso de vida, do que propriamente aos temas do blog. Se bem que foi o meu percurso que fez com que começasse a escrever e, por sua vez, o blog tem sido uma influência benéfica na minha vida. Em tempos fizeram-me o desafio de responder à tag "50 factos sobre mim", pelo que vou aproveitar a deixa e falar então um pouco mais da minha pessoa. Mas 50 factos? Jesus, isso é muita coisa...
1 - Nasci quando os meus pais já tinham 39 e 40 anos. Isto porque tive uma irmã que viveu antes de mim, mas infelizmente faleceu atropelada e logo no dia de Natal. Foi um episódio muito triste na vida dos meus pais, e eu vim como que para lhes dar uma nova alegria, um raio de esperança nas suas vidas. A minha mãe contava-me que pedia a Deus que eu fosse em tudo parecida com a minha irmã (ela era muito boa menina), excepto numa característica física... gostava tanto de ter uma menina com caracóis... e não é que teve?!
2 - Vivi a minha infância numa aldeia, mas ainda com bastante habitantes (cerca de 3000 na altura) e a uns meros 7 km da cidade. Por isso nunca me senti verdadeiramente do campo, nem da cidade. Acho que aproveitei o melhor dos dois mundos.
3- Aprendi a ler e apaixonei-me pela leitura aos 3 anos. Acreditem que se me perguntassem se queria um livro ou uma boneca, eu escolhia o livro. As minhas leituras favoritas na altura eram as revistas do Pato Donald (Chiu! Não digam nada, mas ainda hoje gosto!).
4 - Os meus pais tinham uma horta, pelo que me fartei de brincar ao ar-livre. Tinha um baloiço de madeira. Fazia "bolos" e construções com terra e florzinhas. Andava de botas de borracha na ribeira. E comia fruta realmente docinha e biológica (nada a ver com a dos hipermercados). Por vezes chamávamos amigos e família e fazíamos verdadeiros piqueniques ao ar-livre. Era o máximo!
5 - Em criança também adorava ver desenhos animados (quem não gostava?). Os meus favoritos eram sem dúvida "A Ana dos Cabelos Ruivos" e a "Alice no País das Maravilhas". Também me deliciava com o programa "Clube Amigos Disney". Quanto a séries, adorava ver o MacGyver. Ao Domingo era dia de comer frango frito com batatas fritas e de assistir ao MacGyver.
6 - Tive uma bisavó que numa fase da sua vida, supostamente começou a ver fantasmas. Já as coisas estranhíssimas que aconteciam lá por casa, todos poderiam ver. Gavetas que se abriam sozinhas, objectos que eram mudados de lugar a meio da noite, a torneira que se abria sozinha para um balde mas que nunca se enchia com a dita água... Eram noites arrepiantes! Supostamente foi alguém que não cumpriu uma promessa, por isso chamava a atenção lá do outro lado. Depois de cumprida a promessa pela minha bisavó, nunca mais ela voltou a ver fantasmas, nem ocorreram episódios estranhos lá por casa. Isto foi-me contado, pois a minha bisavó faleceu quando eu tinha apenas 1 ano. Mas foi uma das histórias mais faladas da aldeia.
7 - Tive também um trisavô bastante polémico. Conta-se que alguém veio de fora para o matar, mas foi ele quem assassinou a outra pessoa. Pior, reza a lenda que ainda se sentou em cima do outro a beber um garrafão de vinho. O que é facto é que foi desterrado para uma colónia e nunca mais voltou a Portugal (pobre da esposa e dos seus filhos). Entretanto, os meus tios e pai só souberam dele porque foi anunciado na igreja que ele tinha tido um filho por lá, mas este não tinha deixado descendentes. Assim, tínhamos uma herança para receber (o trisavó tinha feito uma fortuna gigantesca por lá). Contudo, parece que os prazos legais tinham expirado e quem ficou com a dita fortuna foi o Estado...
8 - O meu animal de estimação era um gaio. Dizia "olá", ladrava, miava... De cada vez que me via começava a saltar e a abrir o bico, porque era viciado em pinhões (petisco que eu lhe dava com frequência). Mas hoje seria incapaz de ter um pássaro em casa. Acho muito triste vê-los numa gaiola... por maior que seja.
9 - Infelizmente passei parte da minha infância doente. Estive internada umas 9 vezes, quase todas por crises graves de bronquite asmática (exceptuando uma vez, quando apanhei brucelose e deixei de andar). Talvez por isso, hoje evite os hospitais a todo o custo. Também me fizeram todo o tipo de testes e de tratamentos. E aquilo só melhorou quase na adolescência... com fisioterapia (incrível!).
10 - Também na adolescência tive a minha quota-parte de tragédias. Assisti a todo o tormento que a minha mãe passou, com um terrível cancro. Faleceu quando eu tinha 13 anos e esse meu aniversário foi passado no hospital. Um ano depois, o meu avô que parecia estar bem de saúde, morreu mesmo à minha frente. Teve um enfarte. Tive de ser eu a dar a notícia a alguns dos seus filhos. Tudo isso e principalmente a falta que a minha mãe me fez, foi uma fase muito má. Senti-me muito em baixo e acabei com uma depressão.
11 - Escrevo diários desde os meus 8 anos (recentemente deixei de o fazer, por falta de tempo). Não imaginam como é bom reler sobre os momentos bons em que a minha mãe ainda estava comigo. Parece que vivo esses momentos outra vez. É realmente terapêutico!
12 - Sempre adorei música e cantar. Tive aulas de órgão/piano, participava num grupo Carnavalesco e passei a minha adolescência a cantar por aí - venci inclusive alguns concursos. Entretanto deixei-me disso, por falta de disponibilidade. Mas enquanto durou, foi óptimo.
13 - Apesar de hoje escrever sobre felicidade e optimismo, já fui bastante pessimista. A minha família no geral influenciou-me nesse aspecto, pois têm tendência para o pessimismo. Mas faço uma excepção à
minha tia N. (o optimismo em pessoa) e à minha falecida avó materna (apesar dos problemas, encarava tudo com uma descontracção incrível). Quanto a mim, melhorei bastante graças a este blog.
14 - Sempre adorei Psicologia. Não optei por este curso, porque na altura havia muito desemprego na área. Ainda assim, consegui ter a melhor nota de toda a escola no exame nacional. Tive 18, o que foi bastante bom, para quem não teve tempo de estudar um capítulo do livro e teve de fazer um texto pormenorizado, justo sobre esse tema.
15 - Aprendi a cozinhar sozinha com a ajuda de revistas, livros de receitas e programas de TV (sim, sou uma fã do
masterchef!). E a verdade é que me apaixonei pela cozinha. Ando sempre a inventar e a experimentar coisas novas. Por vezes faço umas asneiras, mas no geral corre bem.
16 - Também sou um bom garfo. Se há alguma comida diferente... lá estou eu (e o meu marido, que é igualzinho a mim) para experimentar. E apesar de adorar a culinária portuguesa, confesso que o meu prato favorito é «moqueca de peixe e camarão».
17 - Já escrevi um livro relacionado com o meu trabalho. Adorei esse projecto! Quem sabe se um dia voltarei a escrever...
18 - Adoro fazer
road trips por Portugal e pelo estrangeiro. Aliás, prefiro gastar dinheiro em viagens (e livros) do que noutros bens como roupas, gadgets, etc.
19 - Casei com o amor da minha vida no dia em que fiz 24 anos... a 24 de Julho do ano 2004.
20 - Ainda hoje guardo 3 jornais: o do meu dia de casamento e os dos dias do nascimento dos meus filhos.
21 - Se pudesse viveria à beira mar. O som, o cheiro e a vista do mar fazem-me realmente relaxar. Até acho a minha cidade quase perfeita... mas falta-lhe o mar.
22 - Comprei a minha casa
pela vista que tinha. Definitivamente, uma paisagem bonita consegue fazer maravilhas, mesmo após um dia stressante.
23 - Não convivo muito bem com 2 tipos de pessoas. Pessoas arrogantes que acham que têm sempre razão e que pensam que já sabem tudo - por isso não precisam da opinião de ninguém e muito menos de aprender mais. O segundo grupo são as pessoas maldosas que não revelam qualquer empatia pelos outros, fazendo-lhes mal sem pensar nas consequências. Normalmente afasto-me deste tipo de pessoas, porque as emoções negativas que transmitem, quer queiramos quer não, acabam por nos afectar.
24 - Desde que me conheço, que (felizmente) não tenho o hábito de me comparar com os outros. Costumo ficar genuinamente satisfeita com as pessoas que conseguem alcançar os seus objectivos com o seu esforço ou quando têm uma vida feliz. Não sinto inveja, vejo antes estas pessoas como uma inspiração.
25 - O excesso de trabalho, a falta de objectivos e o facto de viver em constante correria, fizeram com que questionasse a forma de vida que estava a levar. Isto aconteceu durante a gravidez da minha filha. Cheguei a pedir a Deus para me indicar um caminho mais feliz. Foi justamente a partir daí que comecei a mudar muita coisa na minha vida. Este foi inclusive o pontapé de saída para a criação deste blog.
26 - Quando escrevo no blog, ao contrário de muita gente, não falo só dos meus sucessos mas também das minhas dificuldades. Não há vidas perfeitas e acredito que se tentasse mostrar isso, para além de ser mentira, iria deprimir quem passasse por aqui e começasse a pensar que a sua vida não é assim tão perfeita. Prefiro ser realista! Opto por falar das minhas dificuldades, do que vou fazendo para as superar e também de quando sou bem-sucedida. A ideia é mostrar a mim mesma e a quem me lê, que mesmo que surjam problemas no caminho, é possível recuperar e seguir em frente em direcção aos nossos sonhos.
27 - Apesar de escrever num blog, se reparem não sou pessoa de falar muito da minha vida privada. Falo em termos gerais de situações do meu dia-a-dia, sem mostrar fotos muito explícitas ou sem dar grandes detalhes. Não é por mal, simplesmente sou uma pessoa reservada. Por isso responder a esta
tag, constituiu um verdadeiro desafio.
28 - Por vezes sou muito crítica comigo mesma. Ou porque o meu cabelo não me está a agradar, ou porque fiquei com alguma barriga após o segundo parto ou porque a casa está desarrumada... Preciso mesmo de melhorar neste aspecto.
29 - Outro dos meus defeitos, que no fundo está relacionado com o anterior, é a tendência para o perfeccionismo (uma característica que não abona nada a favor da felicidade). Quando dou por mim, lá estou eu a empenhar-me excessivamente nas arrumações, na cozinha, no trabalho... Tenho de descontrair mais, porque se perder menos tempo em pormenores, ganharei em momentos felizes.
30 - O meu único vício...
são os livros. Não consigo resistir-lhes e como só compro livros que adoro, são das poucas excepções que se safam ao destralhe.
31 - Os livros não me proporcionam só horas de prazer, recorro a estes para
melhorar a minha vida. Acredito por exemplo que hoje não estaria mais feliz, se não tivesse lido sobre
estratégias para aumentar a felicidade. Não teria amortizado totalmente o empréstimo da casa, se não tivesse lido o livro
"A Economia lá de Casa" de João Martins. E estes são só 2 exemplos... Uso os livros para aprender, mas também aplico na prática o que estes ensinam (desde que me pareça útil, claro).
32 - Tenho imensa dificuldade em acreditar em coisas que não tenham sido provadas pela ciência. Mesmo quando um livro aborda o tema «felicidade», dificilmente o leio se não tiver base cientifica.
33 - Apesar da necessidade de ter provas para tudo, há uma excepção: acredito e tenho fé em Deus. Não creio propriamente em religiões, mas em Deus sim.
34 - Algo que me faz muito feliz é a capacidade de ver
beleza nas pequenas coisas. Assistir ao nascer do sol, sentir o cheiro a café, ouvir o som dos passarinhos... são coisas aparentemente simples que «fazem» o meu dia.
35 - Quando não posso sair e quero relaxar um pouco, basta-me ver imagens lindas na Net ou no meu computador, que fico logo mais zen. Sou uma apaixonada por fotografia e talvez seja por isso que a minha rede social favorita é o
Instagram. (Já que falo de imagens lindas, espreita só dois dos perfis que sigo: o "
Got to Love This" e o "
Alberto Dros Photography").
36 - Não acredito que basta desejar muito uma coisa para ela acontecer. Penso que o desejo deve vir acompanhado de acções concretas, para que seja possível realizar os nossos sonhos. E essa é outra actividade que adoro: realizar tarefas diárias para alcançar os meus sonhos (
já alcancei vários sonhos desta forma). A verdade é que a satisfação não vem só de alcançar a meta, o processo para lá chegar também pode ser bem divertido.
37 - Já fui muito desorganizada, mas hoje sou apaixonada por «organização». Gosto imenso de planear, elaborar esquemas e executar tarefas que facilitem a minha vida. Organizar-me é outra coisa que me diverte - como se de um jogo se tratasse.
38 - Adoro, mas adoro mesmo ser mãe! Para além do amor gigantesco pelos meus dois filhos, estou sempre empenhada na sua educação. Leio livros educativos, tento implementar ideias que me pareçam interessantes, organizo
actividades em família... Só o que me entristece é que nem sempre tenho tempo para tudo. Gostava que os meus filhos pudessem ter uma vida mais calma, mas nem sempre consigo proporcionar-lhes isso.
39 - Sinto que ando sempre a correr. Tenho a minha agenda sempre preenchida e mesmo durante o dia estou sempre a chegar aos locais em cima da hora - isto, pelo excesso de tarefas. Algo que tenho mesmo de melhorar é a gestão do meu tempo (ah! É por isso que tenho tanta dificuldade para responder aos e-mails do blog e ultimamente escrevo poucos posts. Não é por má vontade, é mesmo por falta de tempo).
40 - Em compensação não sou pessoa de ficar de braços fechados à espera que algo milagroso aconteça. Estou sempre a pesquisar soluções e a tentar novas estratégias para resolver os meus problemas (incluindo os de falta de tempo). E é graças a essa postura, que a minha vida tem melhorado.
41 - Adoro ouvir música ou assistir a programas no youtube (sobre organização, desenvolvimento pessoal...) enquanto realizo as minhas tarefas domésticas. Já se estiver a escrever no blog, tem de ser em silêncio.
42 - Não assisto muita TV, mas quando o faço gosto igualmente de assistir a programas inspiradores: documentários na área da psicologia positiva, programas de culinária (ai, ai meu querido 24 Kitchen!), de viagens e decoração (gosto imenso do
House Hunters Internaticional e outros programas de viagem no Travel Channel, gostava também do
Portugueses pelo Mundo na RTP), de anti-tralha e organização (por ex. o
Obsessive Compulsive Cleaners no TLC ou o
Santa Ajuda na TV Globo), de história/genealogia (antigamente adorava assistir ao
Who do you think you are?). Ou seja, gosto disto tudo, vejo é poucas vezes! Quanto a filmes gosto imenso de aventura (especialmente quando têm de ser desvendados enigmas ao longo do filme), thrillers e, não sei porquê, mesmo que um filme seja de qualidade duvidosa, não resisto aqueles de ficção científica sobre catástrofes naturais (que acabam em bem, claro)...
43 - Compro produtos de limpeza ecológicos, e opto por produtos de beleza não testados em animais. Quanto a comprar alimentos biológicos, lá tentar eu tento, mas nem sempre é possível (por falta de oferta na zona onde vivo).
44 - Tenho um fascínio pela
vila de Sintra, o antigo «monte da Lua». A sério, aquele lugar parece meio mágico! Tem paisagens de cortar a respiração: floresta, serra e ainda se avista o mar. Toda a história por detrás daqueles palácios e todo o misticismo que a envolve, exercem em mim uma atracção que de tempos a tempos me «obrigam» a regressar.
45 - Para mim, um momento perfeito nas férias, é deitar-me numa espreguiçadeira rodeada de uma paisagem deslumbrante, a ler um bom livro. É super-relaxante!
46 - Tenho um fascínio inexplicável pelos sons da noite. Gosto de estar na minha cama quentinha a ouvir a chuva, ou até o vento, o som de uma mota a passar... Parece que à noite soam diferente e sinto-me bem por saber que estou no conforto dos meus lençóis. Outras vezes, quando já todos dormem, coloco uns fones nos ouvidos e enquanto ouço as minhas músicas favoritas, sento-me a olhar para
esta paisagem nocturna. É inexplicável como isto me faz bem.
47 - Tirando as caminhadas no meio da Natureza, nunca fui fã de exercício físico. Contudo, recentemente conheci o Yoga... e não é que sinto que me estou a apaixonar por esta prática? Deus queira que desta vez seja para valer!
48 - Gosto imenso de praticar meditação. Só tenho pena de não ter tempo para praticar todos os dias, pois vontade não me falta.
49 - Quem lê sobre felicidade, sabe que uma estratégia sugerida (recorrentemente) é escrever um «
diário de gratidão». Já tentei, mas comigo parece não funcionar... Assim, prefiro jogar com a minha filha o «jogo das 3 coisas boas», cujo objectivo é dizer no mínimo 3 coisas que aconteceram de bom durante o dia. Ao deitar, lá estamos nós a praticar. Parece que assim terminamos o dia com um sorriso nos lábios.
50 - Sou mais feliz hoje em dia, do que quando comecei este blog. Por isso, aprender a ser feliz e escrever neste cantinho é algo que tem valido (muito!) a pena.
««»»
E agora que já abri o livro da minha vida, convido-te a fazer o mesmo (mesmo que seja só em privado). A verdade é que este exercício serviu também de reflexão. Percebi que no fundo os principais obstáculos à minha felicidade são o perfeccionismo e a falta de tempo. Mas também percebi que ler e implementar as estratégias que aprendo, vale muito a pena. Por isso, há que intervir nos meus pontos fracos e continuar a investir nos pontos fortes.
E tu? Aceitas o desafio?