terça-feira, 1 de março de 2011

Liberte-se das crenças negativas em torno do dinheiro

Muitas vezes temos crenças negativas acerca do dinheiro, que sabotam qualquer tentativa de enriquecer. Para ser sincera, eu própria sou exemplo disso. Estas ideias limitadoras estão profundamente enraizadas na sociedade e aprendem-se sobretudo na infância. Para termos mais dinheiro e simultaneamente sermos felizes, é importante libertarmo-nos das crenças negativas em torno deste.

As crenças negativas podem inclusive prejudicar as pessoas financeiramente. Não dando valor ao dinheiro, as pessoas tendem a encontrar desculpas para não controlarem as suas finanças e para não fazerem esforços para que o seu património aumente. Muitas pessoas acabam por viver ansiosas com as carências que a falta de dinheiro acarreta. Por outro lado, constatou-se que em cerca de 90% dos divórcios as discussões sobre o dinheiro são um factor predominante.

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Deixo-lhe algumas dicas para se libertar das crenças negativas em torno do dinheiro:

1 – CRENÇA: “ O dinheiro não traz felicidade”.
- O dinheiro por si só não traz felicidade, pode sim ser um meio para a alcançar.
Como refere Tal Ben-Shahar, “A segurança material pode libertar-nos de trabalhos que não achemos significativos e de termos de nos preocupar com o próximo salário. (…) não é o dinheiro por si que tem valor, mas o facto de poder facultar-nos experiências mais positivas”.

- Estudos comprovam que, em geral, quanto mais ricas, mais felizes as pessoas são. No entanto, o dinheiro apenas parece fomentar a felicidade associada a boas relações sociais, saúde, concretização do propósito de vida, etc.

- Também a motivação que está por detrás do enriquecimento é fundamental para determinar se este o fará feliz. Se tiver origem negativa (como medo, raiva ou necessidade de provar algo a si mesmo ou a alguém), o dinheiro nunca lhe trará felicidade. Se tiver uma base positiva (se o dinheiro surgir em consequência da concretização do seu propósito de vida), certamente irá contribuir para a sua felicidade.

- Estatisticamente, existe um maior número de pobres infelizes, do que de pessoas com mais bens materiais.

2 - CRENÇA: “O dinheiro não é importante”.
- O dinheiro é sim importante
, não só por permitir adquirir bens que suprem as nossas necessidades básicas, mas por nos permitir a liberdade de escolha (do que fazemos, onde vivemos, o que comemos, como tratamos a nossa saúde, etc.).

3 – CRENÇA: “O dinheiro não cresce nas árvores”.
- Esta frase é normalmente dita pelos pais aos seus filhos. Mas com ela estão a ensinar que é difícil, árduo e penoso obter dinheiro, então nem vale a pena lutar na vida.

- Deve substituir essa mensagem pelas seguintes:
a) O dinheiro cresce como uma árvore. Planta-se uma semente e rega-se (ou seja, poupa-se) e faz-se o dinheiro render (investe-se). Com o tempo, tal como na árvore, poderá colher os seus frutos (ou o resultado de ter poupado);
b) Ao invés de dizer “não posso comprar isto”, pense antes “no que preciso fazer para comprar isto”.

4 – CRENÇA: “O dinheiro obtém-se arduamente, dedicando quase todo o tempo ao trabalho”.
- A maioria das pessoas mais ricas trabalha efectivamente mais do que a média,
mas não se matam a trabalhar, investem tempo de qualidade com a família e vão de férias regularmente.

- O facto de trabalharem mais deve-se ao prazer que o trabalho lhes dá, pois na maioria dos casos têm o privilégio de fazer o que gostam.

5 – CRENÇA: “As minhas condições de vida (profissão, não ter estudos, ter origens humildes, etc.), não me permitem ganhar muito dinheiro”.
- A estatística demonstra que existem vários bilionários provieram de meios humildes e nem sequer frequentaram a faculdade (mas foram sempre aprendendo ao longo da vida).

- Qualquer pessoa merece ser próspera e feliz, mas para tal, terá de delinear um plano e realizar acções concretas para alcançar o seu objectivo. O alcance de pequenas realizações vai motivá-lo a seguir em frente.

6 – CRENÇA: “O investimento é para os ricos”.
- Qualquer pessoa pode poupar e investir parte da quantidade de dinheiro que ganha.
Aliás, o próprio mercado financeiro está aberto a qualquer pessoa, desde que haja interesse para tal.

7 – CRENÇA: “O dinheiro é sujo/corrupto”.
- O dinheiro é apenas um meio de troca
, não sendo por isso sujo ou limpo, corrupto ou honesto. Quanto muito, algumas das pessoas por onde passa o dinheiro, são corruptas e desonestas, mas a maioria não o é.

8 – CRENÇA: “O dinheiro é a «raiz do mal»”.
- O texto bíblico alertou não contra o dinheiro, mas sim contra o amor ao dinheiro
, ou seja, quando este é assumido como prioridade acima de tudo, em detrimento de outras coisas fundamentais (como ter tempo para a família, ser honesto ao invés de querer ganhar dinheiro a qualquer custo - inclusive por meios ilícitos, etc.)

9 – CRENÇA: “Os ricos são más pessoas”.
- Tal como com todas as pessoas, existem ricos bons e maus. Mas dizer que todos são maus, é julgar injustamente aqueles que obtiveram dinheiro devido ao seu empenho e trabalho de forma lícita.

- Como dizia um padre da minha terra, pela altura da revolução de Abril “Nós não temos que acabar com os ricos, mas sim com a existência de pobres” (num laivo de luta contra a pobreza).

10 – CRENÇA: “As pessoas ricas são desonestas”.
- As estatísticas demonstram que a maioria das pessoas ricas não são desonestas, no entanto a imagem que passa nos meios de comunicação social é a de ricos desonestos e corruptos. Tal, deve-se ao facto de nos sentirmos atraídos por notícias negativas. Dado isso, poucas vezes a honestidade é motivo de matéria jornalística.

11 – CRENÇA: “Os ricos são egoístas, só pensando no seu próprio bem”.
- A maioria dos ricos estão envolvidos em causas sociais e contribuem significativamente para as mesmas.
O mais interessante, é que se verificou que pessoas que enriqueceram, já o faziam antes de serem ricos.

12 – CRENÇA: “É pecado ser rico”.
- Uma pessoa pode ter muito dinheiro e dedicar atenção ao seu desenvolvimento espiritual.
Prova disso são os tementes a Deus descritos na Bíblia e simultaneamente bastante ricos (como Abraão, Isaac, Jacob, David, Salomão, etc.). Por exemplo Génesis 13:2 refere “E Abrão [mais tarde mudou o nome para Abraão] era bem abastado de manadas, e de prata e de ouro”.

- Estudos têm comprovado que a espiritualidade contribui para aumentar a prosperidade, mas isto quando não se têm crenças negativas em torno do dinheiro;

- O dinheiro pode ajudar no crescimento espiritual, através do investimento em livros, cursos, retiros espirituais, etc.

- O dinheiro permite fazer o bem, proporcionando mais bem-estar para quem quisermos, contribuindo para causas sociais, apoiando a construção de templos e igrejas (onde todos podemos beneficiar de bênçãos espirituais) e das suas boas obras.

- Não é pecado ganhar dinheiro, aliás, como refere a própria Bíblia em 1 Timóteo 5:8 “Certamente, se alguém não fizer provisões para os membros da sua família, tem repudiado a fé e é pior do que alguém sem fé”.

13 – CRENÇA: “Só se for pobre é que vou para o Céu, pois diz-se que é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um homem rico entrar no céu”.
- Para alcançar o paraíso, o que importa é a bondade, a fé, o amor e o cumprimento da palavra de Deus, e não se a pessoa é pobre ou rica. Provavelmente não sabe, mas na época em que a metáfora do camelo e da agulha foi utilizada, a porta em Jerusalém pela qual as pessoas e os camelos entravam depois do pôr-do-sol, chamava-se justamente «agulha». Acontece que para os camelos entrarem tinham que entrar de joelhos (o que é fácil para este animal) e deixar a carga que transportavam cá fora. Isto significa que os homens ricos podem entrar no céu, só que não poderão levar seus bens materiais consigo e apela à humildade (entrar de joelhos), pois nessa altura todos seremos medidos por igual (pela fé, obras e amor) e não pela riqueza ou pobreza.

14 - CRENÇA: “Quanto mais riqueza tiver, menos há para os outros”.
- Na realidade, quando alguém fica mais rico, aumenta a possibilidade de colaborar no aumento da riqueza dos outros. Contributos monetários, por exemplo para campanhas de educação em países pobres, ajudaram milhares de pessoas a melhorar as suas condições de vida.

- Não é por ficar pobre que vai fazer com que alguém pobre veja a sua vida melhorada.

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Em resumo, o segredo, está no equilíbrio. O dinheiro é um dos meios ao seu alcance para alcançar a felicidade, mas não deve ser visto como o objectivo principal da sua vida. Uma pessoa deve ser próspera mas a todos os níveis: espiritualidade, dinheiro, saúde, relações sociais, etc. É deste equilíbrio que emerge a felicidade!

Foto: Google images - Autor não identificado

13 comentários:

  1. Interessante o teu post, embora tenha algumas dúvidas e discorde em alguns pontos.

    Nem sempre quem goza de uma vida financeira confortável, tem a capacidade de ajudar ao próximo com campanhas e patrocínios. Por outro lado, muitos o fazem para usufruírem de prestígio, influência e benefícios fiscais.

    Como em tudo na vida, o dinheiro faz falta sim, mas na medida certa.

    Beijinhos.

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  2. Que texto bem escrito, uma verdadeira análise do valor do dinheiro e dos modos de obtê-lo e usufruir dele. Parabéns pelo post!
    Beijo grande
    Adri

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  3. Bem... excelente trabalho de pesquisa! Percebi que o dinheiro realmente é um meio de troca que pode ser bem útil (quando destinado aos fins certos) e quando o mesmo se recebe como resultado do nosso propósito de vida.

    Desculpa Patrícia, mas parece-me que estás a cair na crença de julgar as pessoas endinheiradas todas por igual. Há pessoas boas e más, em todo o lado. Nem sempre fazem as coisas por prestígio. No meu emprego, sei que o meu chefe não é pobrezinho, diga-se, e manda-me fazer donativos anónimos para uma causa social. Se quisesse prestígio acho que se identificava (na empresa só eu o sei, porque sou eu que trato de tudo). Depois tens o exemplo dos que se identificam (como o Bill Gates), que até lançou o desafio a vários milionários para doarem parte da fortuna.

    É um tema polémico porque toca o dedo na ferida, especialmente nós, portugueses, temos a mania de pensar que todos os que subiram alto, só chegaram lá por corrupção (verdade seja dita, há muita no nosso país).

    Mas depreendi que o dinheiro não é necessariamente bom, nem mau. Os humanos é que o são e em boas mãos pode ajudar muita gente.

    (Acho que foi o comentário mais longo que já fiz). Gostei realmente da abordagem que fizeste a este tema polémico.

    Beijos

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  4. Tenho uma relação fantástica e saudável com o dinheiro.Não me deixei levar pelos seus cantos e encantos, por isso não me tornei sua escrava.
    Uso o dinheiro com pacimônia, sou feliz e sou formiguinha , tenho minhas economias.
    Faço bom uso dele em meu conforto e necessidades e uso em prol dos outros quando necessário.
    Sou desprendida da ganância e tenho como filosofia que, dinheiro nada mais é que moeda de troca,o que faz a diferença é como cada um lida com isso;como que cada um escolhe as suas trocas.

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  5. OI,muito interessante seu blog, to passando aki pq vi vc é seguidora do blog do meu amigo, Mailson, e por isso quero convidar vc para dá uma olhada no meu blog http://otaviomsilva.blogspot.com/
    desde Já agradeço, Forte abraço

    PS; Sigo de volta

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  6. Tal como a Remall também tenho uma relação saudável com o dinheiro. Também poupo e invisto, porque acho que isso contribui para ter segurança e obviamente proporciona-me momentos felizes.
    Creio que o equilíbrio pode ser exemplificado com casos concretos. A Oprah (de que costumas falar), teve dinheiro como resultado do seu propósito de vida e isso tem contribuído para a sua felicidade. Nem acredito que as campanhas de solidariedade em que ela participa sejam só para se exibir, mas sim porque tem prazer em fazer alguém feliz.
    Já o Madoff, de todo não deve ter ficado feliz com o dinheiro que obteve ilicitamente. Para além de não ter aguentado a pressão (logo, devia de estar bem infeliz), li algures que o próprio filho se suicidou (logo, fez infelizes os que o rodeavam).
    Como tu dizes, é do equilíbrio que surge a FELICIDADE!

    Beijinhos,
    Marina Reis

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  7. E temos de aprender a viver com o que temos,nao pudemos fazer disso um drama ;)
    Beijocas

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  8. Adorei o post e concordo plenamente!

    As crenças sobre o dinheiro estão tão enraizadas que nem nos damos conta disso!

    Quando às vezes pensamos: pois aquele tem muito dinheiro andou a roubar! Tem dinheiro porque tira aos pobres!
    Então, quem tem dinheiro é mau? Ter dinheiro é mau?

    Ter dinheiro não há mal nenhum nisso, o que as pessoas fazem com ele é que é outra história!

    Fomos criados para receber tudo de bom, nós que achamos que não!

    E digo isto a mim também!

    Beijos

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  9. O dinheiro traz felicidade sim. A chave está precisamente no que afirmas, no equilíbrio. Mais uma vez obrigada pela partilha...

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  10. Gracinda Tavares Dias7 de março de 2011 às 12:41

    Para ser feliz eu prefiro ter dinheiro para comprar o que preciso e poder ajudar outras pessoas e causas.
    Para mim o importante é saber gastar o dinheiro e não acumular só para olhar para ele.
    Ser generoso é bom, mas é necessário um equilíbrio entre o ter e o ser.

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  11. Olá, Mafalda!! Achei genial este texto!!!

    Muito obrigada pela sua visita ao meu blog! Adorei o seu tb! Achei bem eclético! Serei seguidora!

    Voltando ao texto, concordo que não devemos transformar o dinheiro em algo negativo em nossas vidas. Querendo ou não, aceitando ou não, precisamos muito dele aqui na Terra. Podemos chamar de "nossa moeda de sobrevivência". Dinheiro e saúde andam juntos.

    Não acho errado querer ganhar muito dinheiro, errado é usar este bem de uma maneira egoísta. Devemos ajudar o próximo também.

    Um grande abraço e mais uma vez, muito obrigada pela visita e comentário.

    Fique com DEUS :)

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  12. Olá Mafalda!
    Concordo a 100% com o que o Pedro escreveu e gostei muito deste seu texto.
    Realmente em Portugal há pessoas muito pequeninas e invejosas, esquecem-se que como a Mafalda disse e muito bem, normalmente quem tem mais dinheiro trabalhou muito mais para isso.
    Eu vejo o exemplo do meu pai, não é pessoa rica mas vive bem. Tem um negócio próprio, trabalha todos os dias bem mais de 8 horas, sábados e muitas vezes domingos. Só há cerca de 8 anos começou a tirar uma semana de férias e este ano quando disse que tirava duas até achámos que estava doente.
    Na família é visto como tendo obrigação de ajudar os outros e de emprestar dinheiro a toda a gente mas enquanto ele trabalha, os outros estão no café e depois queixam-se da vida.
    Não devemos ser escravos do dinheiro mas sem dúvida que dá prazer trabalhar e depois podermos comprar uma roupa boa ou um perfume mais caro, se isso for importante para nós.
    Eu trabalho numa escola onde a população é pobre mas revolta-me que todos os dias eu me levante cedo, faça uma data de kms para ir trabalhar e chegue lá já os pais estão todos na conversa ao portão a fumar o seu cigarrinho, já foram tomar o pequeno-almoço ao café e assim que largam os putos na escola voltam para lá outra vez.Por isso as minhas causas sociais, são com pessoas que conheço, que sei que precisam.
    Bem, o discurso já vai longo e é melhor terminar. Bjs

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