Escrever sobre viagens é uma coisa que me dá imenso prazer. E hoje é dia para o fazer, vou voltar a falar-vos da minha road trip pela Europa. Para quem não seguiu os primeiros posts, já falei das minhas passagens por San Sebastian, em Espanha e por Paris, na França. Mas a viagem continuou...
Agora que temos a Letícia, somos mais meticulosos. Programamos mais as viagens e onde vamos pernoitar. Pois... mas às vezes... digamos que as viagens conseguem dar-nos alguma diversão extra. Sem nos apercebemos entrámos na Bélgica (ok, realmente estranhámos tanta matrícula vermelha) e acabámos por passar também no Luxemburgo. Nunca tínhamos estado lá e ficámos curiosos. Mas como fazíamos tensões de chegar ao destino a tempo e horas, estes países ficam na nossa wishlist para uma próxima. Só posso dizer que as paisagens são deslumbrantes (tudo muito verdejante) e a limpeza e organização predominam (pelo menos por onde passámos).
Bom, mas o destino era Estugarda na Alemanha e os nossos amigos esperavam-nos. E que bom que é matar saudades!
Uma coisa que me agrada na Alemanha são os centros históricos das cidades. Apesar de as casas terem uns bons anitos, estão todas em muito bom estado de conservação. O próprio estado alemão, apoia os habitantes para manterem as casas tão bem cuidadas. Aqui estão imagens de Waiblingen, uma pequena cidade a 10 km de Estugarda.
É mesmo impressionante o grau de limpeza das ruas e os detalhes históricos por todo o lado. É um prazer andar a passear por aqui.
Comparativamente a Portugal, creio que por cá (e não quero generalizar) as pessoas preocupam-se mais com o interior das habitações do que com o exterior. (E contra mim falo, sinceramente acho que o meu prédio precisa de uma boa pintura). A verdade é que um ambiente exterior agradável, até melhora o nosso humor.
De qualquer modo, creio que em Portugal temos um aspecto interessante em termos de habitações históricas, que não é muito visível na Alemanha. Aqui, as casas mais antigas parecem todas semelhantes. Agora comparem com a variedade que existe em Portugal: uma casa no Minho, outra no Alentejo e outra no Algarve, conseguem ter estilos absolutamente diferentes... há sempre algo novo por descobrir.
Estugarda em si, tem muita vida... É uma cidade enorme e multicultural. Há músicos de rua e gente a aplaudir. Pessoas a ver montras e outras a namorar. Contudo por volta das 23h a maioria das pessoas parece desaparecer. O nosso amigo diz-nos que é normal nesta altura do ano. Os estudantes universitários foram de férias e os alemães relaxam numa explanada até "horas decentes". Muitas vezes saem para comer qualquer coisa fora. Há quem se sente há mesa em família, mas mais descansadamente só ao fim-de-semana (diferente, bem diferente do nosso país).
As cidades estão realmente bem cuidadas (na foto, Ludwigsburg à esquerda e Estugarda à direita). Acreditam que há noitinha as ruas são limpas (lavadas, diga-se), para no dia seguinte estarem impecáveis? Que boa ideia!
Outro aspecto positivo é que há condições para andar de bicicleta nas ruas. Há bastantes ciclovias e estacionamentos de bicicleta (espreitem na foto da direita, o dito estacionamento).
Acho que os alemães são fanáticos por design, definitivamente. É impressionante como podemos encontrar detalhes interessantes (como o da imagem à esquerda), em prédios absolutamente normais. Também gosto da mistura harmoniosa entre edifícios históricos (como o da imagem à direita), com edifícios mais modernos (fotos em baixo).
Também é agradável o verde em plena cidade. Este é o exemplo perfeito para caminhadas ou para andar de bicicleta.
Mas... mudando de tema, vamos lá falar de comida.
Mas... mudando de tema, vamos lá falar de comida.
Pessoalmente não aprecio comida alemã. Mas gosto de comer na Alemanha... comida de outras nacionalidades.
Fomos a um restaurante turco (não, não comi doner Kebab) e a comida foi absolutamente divina! A salada da foto estava muito bem temperada (nada parecida com a que provei em Espanha).
A sopa era espectacular. Era uma sopa com carne de ovelha, muito reconfortante. Só não simpatizei com a sobremesa (imagem à direita). Parecia-me muito seca. O interior era à base de pistácio e o exterior tinha uma espécie de aletria com passas.
Este segundo prato estava maravilhoso (ok, o prato estava todo bonitinho, mas tirei a foto depois de ter comido um pouco... veem a trinca no pão?). Vamos por partes, tinham uma espécie de molho que se usa nos Kebabs, um arroz árabe, duas espetadas distintas à base de carne de ovelha (os turcos gostam mesmo de ovelha, está visto). Tinha ainda um molho picante a acompanhar, com um toque a pimento assado (o que estragava era o picante, um dos poucos sabores com que não simpatizo).
As bebidas que acompanhavam a refeição eram um chá quente e um copo do que parecia ser um iogurte líquido frio (combinação estranha, não necessariamente má).
Ficámos em casa de uns amigos que adoramos. Coloco aqui alguns detalhes da casa, o que reflete um pouco o gosto alemão. Muito branco, linhas direitas (segundo ela, mobília que dá pouco trabalho a limpar), objectos de design interessante (ele é arquitecto, e é fã de arte e design). Mas cá para nós, gosto mesmo é da jarra da foto acima, é tão bonita!
Anyway, aquela sala está cheia de grandes janelas. Também aqui, tal como na França as manhãs começavam ao som de música e com vista para uma paisagem verdejante. Mas já não haviam croissants. É mais café, sumo, pão com compota e... ovos mexidos, salsichas e enchidos fritos. Não tão saudável. Mas ocasionalmente, sabe bem.
Duas das revistas que ele tinha lá por casa. Digam lá se o minimalismo também não pode incluir o rústico (olhem as paredes) e o estilo romântico (a banheira é gira, não é?).
Da última vez que estivemos na Alemanha andámos a ver castelos e palácios. Desta vez, para alegria do maridão, fomos ver museus de carros. Começámos no museu da Mercedes (que honestamente também adorei, vale mesmo a pena visitar).
É impressionante como nenhum detalhe é esquecido. O automóvel da foto pode ser lindíssimo, mas reparem só no pormenor das lâmpadas por cima deste. Definitivamente, na Alemanha, o design é tudo.
A colecção deste museu ilustra a evolução do mundo automóvel. Tão bonito este modelo antigo.
Conseguem distinguir o modelo lá ao fundo? Trata-se do primeiro papamóvel, usado por Paulo VI! Ao lado, uma pista com carros de corrida.
Bem, este autocarro é o máximo! Não sei porquê, o tipo da imagem lembra-me o Ricardo Araújo Pereira (ai se ele sabe que ando a dizer dele!...).
Para as crianças o museu também é interessante. Tem uma série de cidades em miniatura, carrinhos de brincar e alguns equipamentos que permitem fazer experiências divertidas.
Ao longo do percurso vamos encontrando estes painéis. Estes explicam o que foi acontecendo na história do mundo ocidental. Encontram-se junto dos carros da respectiva época.
Este é um dos últimos modelos...
Mais um aspecto do design fantástico deste local. Aquele tecto azulado estava sempre a mudar de imagem, formando estranhas formas geométricas. Em cima uma aeronave mais antiga, a contrastar com o aspecto moderno do edifício. Na parede onde estão os elevadores, vão sendo projectados filmes dos automóveis da marca.
E se o meu marido já estava contente...
Continuámos o percurso no museu da Porsche. O edifício também era muito giro, mas vou confessar, não gostei tanto do museu. Não tem tantos detalhes históricos, nem brincadeiras para as crianças, mas... deixam-nos tirar fotos dentro de um dos seus último modelos. Lá fiquei eu e a Letícia, divertidas, a fingir que íamos em plena condução.
Aqui também começam por mostrar os carros mais antigos. Estão a ver aquele ao fundo, à esquerda? A Letícia diz que é o carro da rainha de copas (da Alice no País das Maravilhas). Faz algum sentido...
Aqui os carrinhos de corrida e mais pormenores do design interessante do museu.
Adivinhem qual foi o Porsche preferido da Letícia... Claro que foi aquele cor-de-rosa (imagem da esquerda).
Bem, esta era uma galeria com uma imensidão dos prémios que já receberam. E eu, em vez de apreciar o momento, só me perguntava "mas como é que eles limpam isto?".
O nosso amigo convidou-nos para uma refeição no restaurante da Porsche. É doido, porque aqueles preços são proibitivos. Mas, após tanta insistência...
Tenho cá para mim que o chef era dos nossos lados. Haviam muitos ingredientes tipicamente mediterrânicos.
Estas foram as entradas. Vários tipos de pão, uma pasta de pimentos (maravilhosa), uma pasta de azeitona (não tão maravilhosa) e manteiga.
E o momento que tanto temia na vida chegou!... Ok, eu adoro sushi, mas nunca tinha provado a versão carnívora da coisa... um bom carpaccio. Cortesia do Chefe, segundo o garçon ("Está bem, está... - pensei eu - seria, se fosse à borla! Mas pronto, manda lá isso que nós não pedimos e pelo qual se vai pagar um balúrdio e de que posso nem gostar"). Não podia estar mais enganada, aquilo é do melhor. Está tão bem temperado, que se torna numa agradável explosão de sabores. Perfeito!
Já a sopa com uma flor de curgete, também era uma delícia. Acho que não vou provar algo tão bom nos próximos tempos...
Aqui está o prato que pedi (só aquele pratinho custou 35,00 € - mas eu não deveria de estar a aproveitar, em vez de estar só a pensar no preço?). Este consistia em filetes de peixe enrolados em gambas, acompanhado de puré de couve flor (que sabia a puré de batata) e um cuscus (que não era "aquela" coisa). Mas o molho cor-de-laranja que veem... era tão, mas tão bom.
De sobremesa veio aquela espécie de fruteira com chocolates diversos (na foto, já falta um... comido por mim), bolo de chocolate e o que parecia uma camada de pudim com cheesecake. Muito bom também.
Acho que os alemães são mesmo de detalhes. Estes eram os pormenores da nossa mesa. Os guardanapos com a inscrição da marca e uma miniatura de um Porsche em cada mesa.
E chegou a altura de deixar terras germânicas.
Gosto muito da organização, da limpeza, da atenção a certos detalhes... e da paixão por design, claro!
Contudo, aprecio as refeições em família, que se fazem todos os dias no nosso país, normalmente ao jantar. Gosto também de ter vizinhos amigos (o nosso amigo na Alemanha, diz-nos que particamente a única conversa entre vizinhos é para dizer "bom dia"; se falam por outro motivo, normalmente é para reclamarem de alguma coisa que não lhes agrada).
Não têm a sorte de ter o nosso clima, mas o conforto térmico daquelas casas, consegue superar o nosso.
Mas... pagar 0,70 € de cada vez que vou a uma casa-de-banho de uma estação de serviço... grrrr! Que coisinha mais chata.
Enfim, todos os países têm coisas positivas e coisas negativas. O melhor mesmo é aproveitar o que cada um tem de melhor (não que me importasse de ter o nível de vida em Portugal, que os alemães conseguem ter no seu país). Quem sabe um dia.
O sol está a nascer. Outras terras estão por explorar. Saímos sorridentes. Gostamos deste género de férias!
Fotos: Mafalda S. - Alemanha
uau adorei este post até porque estiveste tão pertinho de onde moro!! Waiblingen fica a ca. de 10-15 minutos. Ludwigsburg é onde trabalha o meu marido e é um local que adoro. É bom ver o isto tudo por "outros olhos". Quanto aos vizinhos é preciso ter sorte em todo o lado. Eu tenho uma óptima relação com os meus. Bjs
ResponderEliminarQue post fantástico!
ResponderEliminarSim, há aspectos positivos e negativos em todo o lado, mas o facto de os alemães cuidarem tão bem das suas cidades e particularmente dos edifícios é magnífico!
Bjs
Não quero estar a induzir em erro, porém, penso que é nesse mesmo museu (da Mercedes) que tem um táxi Português.
ResponderEliminarNestas férias, fiz uma roadtrip também, mas apenas pelo país de nuestros hermanos, parte devido ao orçamento. Será que poderia dedicar um post mais à frente sobre isso? falando de toda a viagem?
Parabéns pelo post!
Tiago Ferreira
No museu da Mercedes já esteve (ou está?!) um táxi português, porque tinha mais de 1.000.000 de Km's. Mas sinceramente não o vi e na altura até o procurei. Mas tenho de verificar melhor nas minhas fotografias, pois eu pensei que o dito táxi era preto e verde, mas é totalmente preto. Posso tê-lo confundido com um carro absolutamente normal. Ou podia não estar em exposição naquele momento. É que nem vi uma única matrícula portuguesa, mas que o taxi existe, existe (depois disto já vi fotos dele na Net).
EliminarQue fotos lindas voçê postrou amiga Mafalda... Amei ver. Eu tenho vindo ao blog... Mas está difícil comentar.... Vou ver se desta vez consigo....Continue sempre a dar-nos a ver e a ler o que faz com muito carinho.Bjo de coração.
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