quinta-feira, 5 de setembro de 2013

A minha luta para me livrar do empréstimo bancário

Há pessoas que toleram bem as dívidas. Mas no meu caso - tenho de confessar - para mim são uma prisão. A dívida que tenho é a que a maioria dos portugueses têm: a da casa. Mas mesmo assim, quero livrar-me dela a todo o custo. E já fiz de tudo um pouco.
 
Como já expliquei neste post, renegociei a taxa de spread, quando os juros baixaram optei por pagar mais capital mensalmente e reduzir os anos do empréstimo. Houve nova baixa de juros e reduzi novamente os anos do empréstimo (faltam-me 7 e inicialmente eram 45!!!). Se inicialmente amortizava 440,00 € por ano da dívida, passei a amortizar cerca de 6.000,00 €.
 
Li vários livros de finanças pessoais, e aí também surgiu a ideia de "pagar a mim mesma em primeiro lugar". Por outras palavras, eu e o marido tentávamos poupar 10%  dos nossos ordenados (nem sempre foi possível, mas esforçámo-nos). Mesmo o meu pai, não me oferecia "objectos" pelo meu aniversário, mas sim algum dinheiro. Tentei juntar também os reembolsos de IRS. Enfim, uma grande luta, mas com ela, consegui fazer a minha primeira amortização da dívida (apesar de ser pequena, já é alguma coisa). Até gostava de reduzir mais os anos, mas isso implicava uma revisão do contrato, com a possível alteração da taxa de spread. Decidimos não arriscar.
 
E o que fazer daqui por diante? Vamos continuar a poupar o mesmo e o que decrescer mensalmente da prestação, vamos tentar pôr de lado, como se a prestação não fosse descer. Para além disso, pensamos desfazer-nos de um dos carros. A sério, não precisamos de tantos.
 
O banco ainda sugeriu que abríssemos uma outra poupança, com juros superiores aos do empréstimo. Mas as taxas eram tão pouco atrativas... E no meu caso em particular, sinto-me mais motivada ao ver o valor em dívida a decrescer.
 
Isto implica sacrifícios? Claro que sim. Ainda não tenho a casa toda remodelada ao meu gosto. Não gasto rios de dinheiro em roupa. Tento implementar medidas de gestão doméstica, para controlar os gastos.
 
Isto significa que nunca nos divertimos? Claro que não. Acho é que somos mais criativos na ocupação do tempo. Por exemplo não abdicamos das férias. Contudo, aproveitamos as ofertas Smart do Booking.com ou ficamos em casa de família e amigos (que por sua vez também ficam na nossa). E há muita coisa gira para fazer (mesmo culturalmente), que envolve menos dinheiro.
 
É um sacrifício, não vou mentir. Mas quero respirar de alívio. É só isso.
 
Foto: Ulleskelf


7 comentários:

  1. Eu gosto mesmo da minha casa, é pequena para uma família a caminho do seu 5º elemento, mas tudo se arranja com organização.
    Fazem-me diariamente a cabeça para mudar para uma maior, mas se me assusta o aumento na renda, no spread, esta incerteza das políticas sobre o que será feito dos funcionários públicos também não me deixa pensar nisso. É que aumentos agora só mesmo este novo elemento da família.
    Adoraria ter possibilidades de fazer aquelas alterações e renovações que me fazem sonhar com uma casa de principes e princesas, a nossa, mas como não dá vou-lhe dando cuidado e carinho nos entretantos.
    As dívidas assustam-me, as dívidas em que as pessoas nem têm o que comer e fogem com medo dos credores dão-me arrepios. Não prefiro a minha casinha pequenina sem remodelações que um casarão com pesadelos.
    Bjs

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  2. acho que me apaixonei :) foi musica para os meus ouvidos este post :) inspirador!
    ***

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    1. Cá em casa vivemos no mesmo pesadelo. Andamos sempre a ver o que fazer para nos livrarmos dessa dívida. Também já fizemos uma amortização. Não foi muita mas deu imenso gozo ver a dívida a reduzir. Somos paranóicos com a descida juros e isso pa sobrar algum e voltar a amortizar qualquer coisa... É o top das prioridades um dia entrar e pôr o "banco na rua"... LoL
      Identifiquei-me muito com a tua ideologia. Tb não passamos férias e tentamos ao máximo a gestão doméstica para não termos essa dívida... Era tão bom...

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    2. Esta é mesmo uma das minhas prioridades, pois quero respirar de alívio. Quanto às férias, deves ter entendido mal, pois eu faço férias, contudo tento escolher soluções mais económicas.

      Abraço, 'bora lá continuar com esta luta. Boa sorte para nós!

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  3. Olá!
    Em primeiro lugar adoro este blog! É inspirador. Nunca tinha comentado.
    Identifico-me mesmo com esta ideia, acabei há um mês de pagar o meu empréstimo habitação, foi com muito esforço, mas realmente vale a pena ir amortizado aos poucos, nem que seja apenas o valor mínimo da amortização. Nunca negociei as condições do empréstimo, sempre que tínhamos algum dinheiro amortizávamos, apesar do banco dizer sempre que "não compensava, que era melhor aplicar o dinheiro...". O que é certo é que a prestação foi baixando e esse dinheiro já era possível por de parte... Também foi possível, porque tivemos sempre emprego, aproveitamos as promoções, gasto muita coisa da horta, alguma gestão caseira... As férias fora foram sempre muito curtinhas e por perto, ou em casa. Agora já não conseguíamos fazer isso, pois estou desempregada. É um alívio ter essa dívida paga, realmente também não lido bem com as dívidas.
    Beijinhos
    Elisa

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  4. Só agora voltei, depois de um tempo ausente da blogosfera, para me atualizar nos blogues que gosto. Bjs

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  5. Ola,
    Também eu sou seguidora deste (fantástico) blog e nunca antes tinha comentado nada.
    Mas hoje, devido a este post, não posso deixar de escrever umas palavritas. Tenho apenas 22 anos - e feitos recentemente - mas claro que penso, um dia, ter a minha casa, os meus filhos, a minha vida estabilizada com todas as responsabilidades que isso implica, e tu és uma inspiração. Não só neste campo financeiro, mas em tudo o mais que vais postando.

    Continuação de sorte para ti (e para os teus) e para o blog.

    Beijinhos,
    Fi

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