quinta-feira, 30 de maio de 2013

O excesso de brinquedos de hoje em dia


Olhámos em redor e estávamos rodeadas de Barbies, legos, surpresas dos ovos Kinder, conjuntos de cozinha, malinhas de médico... A conclusão é óbvia: em 5 anos de vida, a minha filha tem mais brinquedos do que eu tive em toda a infância.
 
A sociedade (mesmo com a crise), é muito consumista. Na escola, não são raras as vezes em que uma criança faz anos e os pais dão uma lembrancinha a todos os colegas da turma (confesso que não faço isso, porque não concordo muito com a ideia). Para além disso, mesmo os familiares, vizinhos, os próprios pais, enchem as crianças de presentes. A minha própria filha recebe brinquedos de imensa gente.
 
Eis a minha visão do assunto: tento dar presentes à Letícia somente em ocasiões especiais como o aniversário, o dia da criança e o Natal (faço uma excepção aos livros). Sinceramente acho os brinquedos essenciais para o desenvolvimento da criança, mas os excessos são prejudiciais.
 
Quem se recorda daquela alegria de antecipação, por ir receber uma bicicleta no aniversário? Eu ainda hoje me lembro disso. É muito positivo dar essa alegria à criança. Se dermos tudo de imediato, estamos a impossibilitá-la da capacidade para desejar, para concretizar um objectivo. A Letícia anda a pedir-me um brinquedo há 3 meses. Disse-lhe que o brinquedo era caro e que só lho poderia dar numa ocasião especial (não compro na hora, mas deixo uma brecha para ela saber que poderá tê-lo um dia). Assim o farei, no Dia da Criança receberá o presente desejado (enquanto isso, ela sonha com o momento de o receber).
 
Periodicamente fazemos uma organização dos brinquedos (este é o nosso sistema). Deitamos fora os brinquedos danificados e guardamos os mais infantis (não doamos brinquedos, porque um dia conto dar um irmãozinho à Letícia). O objectivo é não estar tudo numa confusão. Quero ensiná-la desde cedo que "menos é mais" (nem sempre é fácil). Mais fácil de arrumar, mais fácil de limpar, mais fácil de encontrar, mais fácil de brincar efectivamente com o brinquedo (sejamos sinceros, quando há excessos, muitos brinquedos acabam esquecidos, a criança praticamente nem brinca com eles).
 
Outras coisas faço:
- não cedo a birras. Só assim ela aprenderá a lidar com a frustração;
- se quer logo 3 brinquedos, digo-lhe que tem de escolher 1;
- tento brincar com ela e fazer actividades em família (indiscutivelmente, ela prefere isso a qualquer brinquedo);
- de qualquer modo, ofereço-lhe sempre brinquedos em ocasiões especiais. Não dar nada, também não é boa ideia. A criança poderá desenvolver uma baixa autoestima. Creio que o segredo, como em quase tudo, reside no «equilíbrio»;
- tento ser um exemplo, dizendo frases como: "gostava muito daquela roupa, mas agora não posso. Vou juntar dinheiro e depois compro".
 
Bem, nem sempre é fácil...
 
Gostava de saber como funciona nas vossas casas. Também sentem que há excesso de brinquedos?
 
Foto: Mafalda S.

6 comentários:

  1. Lá por casa...
    -Não lhe damos presente de aniversário, damos-lhe a festinha e uma experiência ( zoo, cinema...)
    -No dia da criança também não lhe damos presente, passamos o dia dedicado a ela e ao que gosta de fazer...

    Sempre que recebe presentes, fazemos uma selecção do que já tem para dar a outros meninos que não têm a mesma sorte dela

    Quando ela quer mesmo alguma coisa e achamos que realmente merece :D, oferecemos e é uma festa :)

    Bjs

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  2. Com 2 miudos imagine o volume que se pode acumular lá em casa. Eu já doei vários brinquedos e inclusivé livros. Histórias iguais, mesmo que de editoras diferentes são repetições que não vale a pena acumular, além disso o mesmo livro dá para dois.
    Brinquedos semelhantes não estão a fazer nada lá em casa, excepção feita aos dois carrinhos de bonecas da minha filha, um dado pelos pais outro pela avó paterna e aos carrinhos do meu filho.
    A minha miuda ainda não pede, ela tem a noção que tudo o que existe é para ela e ainda não percebe que temos de pagar. Ele pede-me imensas coisas, quase tudo o que vê, mas não lhe dou. Aliás, já o fiz e faço poupar para comprar os brinquedos mais caros que quer, e aí sim, quando chega a altura deixo comprar, mesmo fora da época.
    Confesso que já dei brinquedos sem ser Natal, anos ou Dia da criança, mas esses nunca são mais do 2 ou 3€ e raras vezes.
    Birra não tem direito a brinquedo. Bons comportamentos podem ser recompensados com um, mas é do tipo, se se portar bem o ano todo e fizer os exercícios e actividades que a educadora manda, no fim do ano tem direito a escolher um presente (dentro dos limites que podemos pagar e achamos razoáveis). Ele ainda anda na pré.
    Bjs

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  3. Concordo com tudo, eu só compro brinquedos para a minha filha nos anos ou no natal, fora isso só livros ou canetas/lápis para pintar e desenhar. Mesmo assim já acho que ela tem tantos brinquedos que nem sabe com o que brincar.... Acho que o mais importante é darmos-lhe atenção, é aquela hora antes de ir para cama estarmos os 3 sentados no tapete da sala a brincar e partilhar a nossa companhia, é tão bom!!!

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  4. Eu sinto e também não sou pessoa de comprar brinquedos por dá cá aquela palha. A Maria Rita, a minha filha mais nova (5 anos), tem poucos comprados prepositadamente para ela porque herdou da Ana João , minha filha mais velha (12 anos). Mas, mesmo eu comprando poucos, sempre houve quem lhe fosse oferecendo muitos e por isso foram-se acumulando cá em casa. Agora já começo a despachar alguns conforme a Maria Rita vai crescendo. Os estragados deito fora como é lógico, os que estão em bom estado dou às primas mais novinhas e no Natal, para que o Pai Natal "traga" alguns de presente habituei-a a doar a mesma quantidade a instituições de caridade. A MR sempre foi apegada às coisas e tenho trabalhado muito para conseguir que ela tome a iniciativa de dar.
    Na minha opinião ter em demasia é tão nefasto como não ter. Tudo deve ser doseado para que as crianças valorizem o que têm.
    Beijinhos Mafalda

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  5. Hoje as crianças têm mesmo MUITOS brinquedos! Eu vejo pelos meus sobrinhos, têm um quarto em casa só com os brinquedos deles e aquilo está sempre uma confusão por serem tantos. Eu tive vários brinquedos em criança, se calhar até já eram muitos uma vez que nunca me faltaram mas não eram tantos assim. Hoje em dia até evito oferecer brinquedos a crianças. O mais provável é eles já terem um igual :)

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  6. Inteiramente de acordo com o que escreves e também com o que escreveram as anteriores comentadoras.
    Fui educado e habituado a receber dois presentes por ano : um no dia do meu aniversário e outro pelo Natal.
    Nunca me passou pela cabeça ter mais.
    Os meus três filhos (já homens hoje ) também receberam o mesmo tiºp de educação, embora um pouco mais alargada.
    Mas os netos, Mafalda !...


    Um beijo.

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